Professora Arminda Mourão apresenta memorial acadêmico e discute movimentos sociais

Professora Arminda Mourão falou sobre sua carreira docenteProfessora Arminda Mourão falou sobre sua carreira docente
 
Por Carlos William
Equipe Ascom

Docente da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) há 38 anos, a professora Arminda Rachel Botelho Mourão compartilhou com diversos membros da comunidade universitária as suas trajetórias profissional, política e ideológica em apresentação de memorial acadêmico, devido à progressão funcional que fará para a classe de titular, a mais alta na carreira docente. A atividade, que reuniu estudantes, professores e técnico-administrativos em Educação, ocorreu no auditório Rio Jatapu da Faculdade de Educação (Faced), localizada no setor Norte do Campus Universitário, nesta segunda-feira, 05.

Trajetória acadêmica

A professora Arminda Mourão trabalha há 46 anos como professora, sendo 38 deles dedicados à Ufam. Lotada na Faculdade de Educação (Faced), Departamento de Teorias e Fundamentos (DTF), a professora é formada em Pedagogia, fez mestrado em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Faced/Ufam e doutorado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).

Publicou vários livros e capítulos de livros, dentre eles uma análise crítica sobre ‘Movimentos sociais de professores de 1° e 2° grau’ e ‘Demissão voluntária’. Foi diretora da Faculdade de Educação por dois mandatos e coordenou o Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Na gestão do professor Nelson Fraiji, foi pró-reitora de Assuntos Comunitários. Engajada nos movimentos sociais, ela foi presidente da Associação dos Servidores da Universidade do Amazonas (Assua). Foi também Presidente da Associação Profissional dos Professores do Estado do Amazonas (Appam), hoje Sindicato dos trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam).

Engajamento político

Movimentos sociais foram classificados como meios de alcançar mudanças Movimentos sociais foram classificados como meios de alcançar mudanças Ao revelar de que forma iniciou na militância partidária e a relevância desta experiência em sua carreira como professora e como cidadã, Arminda Mourão afirmou ser imprescindível que "a população se mantenha consciente em relação às escalas de organização social em que a humanidade tende a tornar-se cada vez mais desumana, sem jamais acreditar que a reversão de um problema seja inalcançável.

“Para mim, os movimentos sociais impulsionam a possibilidade de mudança do mundo. É através de processos revolucionários desenvolvidos em conjunto que conseguimos modificar a história”, declarou.

Para a professora, a década de 1960 foi marcada por uma realidade em que a ditadura militar era imperceptível, tanto pela rotina que vivenciava, ao casar-se em 1968 e ter filhos, quanto pela manipulação midiática que restringia o acesso à informações, com a finalidade de construir uma imagem ilusória e positiva sobre o regime totalitário perante a opinião pública.

“Em 1972, presenciei uma sequência de agressões físicas praticadas por policiais militares, atacando violentamente um grupo de estudantes, e foi quando me dei conta de que algo estava errado no país”, relembrou a professora, ao informar que só teve contato com outras literaturas que desmascaravam a realidade do totalitarismo a partir de um vínculo com o Partido Comunista do Brasil (PCB), no qual atuou como militante entre 1981 e 2004.

Atualmente, conforme pontuou, a ausência de união e organização insuficiente desfavorecem o êxito de lutas sociais. “As novas concepções de movimentos sociais destroem o que nós entendemos como um movimento de mudança, de classe, pois perdemos parcelas do movimento e acabamos por fragmentar uma possibilidade de luta conjunta em prol de uma causa comunitária”, observou.

Dentre os projetos de extensão de maior relevância social dos quais participou, destaca-se o ‘Erradicando o trabalho infantil’, focado em diminuir os índices de exploração de crianças em diversos níveis e de várias formas, inclusive sexual. “Por meio deste projeto, conseguimos tirar 175 crianças das ruas, das quais 75 frequentavam a Universidade após a escola, para praticar exercícios físicos programados para atendê-las”, detalhou a docente.

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