Cirurgias oftalmológicas no Alto Solimões – ensino prático aos médicos residentes da Ufam

 
Por Márcia Grana
Equipe Ascom Ufam

Residentes participam do Projeto AmazônicoResidentes participam do Projeto AmazônicoA equipe que atua no Projeto Amazônico de Atendimento Oftalmológico que percorre, até o dia 03 de junho, seis municípios do Alto Solimões é formada por experientes cirurgiões, enfermeiros, anestesistas, retinólogos e médicos residentes. 

Além de ajudar muitas pessoas em locais carentes de profissionais dessa especialidade, o projeto é a oportunidade de os residentes em Oftalmologia da Universidade Federal do Amazonas (FM/Ufam) aperfeiçoarem os conhecimentos na área. 

Segundo o médico-residente Galileu Neto, participar de um projeto desse porte é uma oportunidade de aprender com profissionais mais experientes. Ele está na viagem desde o dia 19 de maio e realizou a triagem de pacientes para a cirurgia nos municípios de Santo Antônio do Içá, Amaturá e São Paulo de Olivença.  “O mutirão de catarata é uma grande oportunidade de estar em contato e aprender com outros colegas médicos, tanto do Amazonas quanto de outros estados. Observo que o nosso trabalho ajuda a diminuir uma demanda significativa de pacientes que necessitam do atendimento oftalmológico, especialmente na população carente, e do interior que não teriam condições de ir até Manaus", destaca o médico.

Outra residente do Projeto de Atendimento Oftalmológico no Alto Solimões é Vanessa Marques. Ela afirma que o aprendizado no Alto Solimões foi bem além da Oftalmologia. “Trabalhei com a seleção de pacientes a serem submetidos à cirurgia de catarata. Realizei a triagem nos municípios de Tabatinga, Atalaia do Norte e Benjamin Constant. Apesar de eu ser amazonense, eu nunca havia viajado para o interior do Amazonas. Aprendi muito sobre o nosso estado. Eu conhecia apenas alguns municípios próximos de Manaus. No início da experiência, fiquei receosa, mas fui muito bem recebida por todas as pessoas. Além de todo  esse acolhimento proporcionado pela população, é muito gratificante trabalhar nesse projeto por ele  ter o poder de, realmente, mudar a vida das pessoas. Vi pacientes que estavam acamados, sem sair de casa por não conseguirem enxergar há anos por causa de catarata e que voltaram a ver, após o mutirão oftalmológico", destacou.

Cerca de 1000 atendimentos clínicos e 100 cirurgias foram realizadas em Atalaia do Norte e Benjamin ConstantCerca de 1000 atendimentos clínicos e 100 cirurgias foram realizadas em Atalaia do Norte e Benjamin ConstantPopulação aprova atendimentos

A população demonstra satisfação com o atendimento recebido. O agricultor Lino Rodrigo dos Santos, 75 anos, morador do município de Atalaia do Norte foi um dos pacientes de catarata que passaram pela triagem dos residentes. “A catarata estava há dez anos a me impedir de trabalhar na roça com feijão, banana e pimentão. Eu não conseguia mais plantar. Senti um pouco de dor durante a cirurgia, mas com certeza bem menos que não poder enxergar bem. Não quero muito da vida, quero apenas produzir meus próprios alimentos para ter paz. Gostei muito do atendimento de toda a equipe, desde quando fui atendido na triagem pelos médicos residentes até o momento de realizarem minha cirurgia, quando eu estava bastante ansioso. Fui muito bem tratado no momento em que mais precisei. Estou muito agradecido", declarou o senhor Lino dos Santos.


 
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