Benjamin Constant e Atalaia do Norte recebem Projeto Amazônico de Atendimento Oftalmológico

Até o próximo dia 03 de junho, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Amaturá e Santo Antônio do Içá também recebem o projeto

Navio Soares de Meirelles - o mais completo da Marinha na área de assistência social - está à disposição do projeto de atendimento oftalmológicoNavio Soares de Meirelles - o mais completo da Marinha na área de assistência social - está à disposição do projeto de atendimento oftalmológicoPor Márcia Grana
Equipe Ascom

Teve início neste domingo (27) a realização de atendimentos clínicos e mais de 400 cirurgias oftalmológicas promovidas pela Universidade Federal do Amazonas através do Projeto Clínico-Cirúrgico de Oftalmologia para o Alto Solimões que, nesta edição, percorre seis municípios do Alto Solimões.

Até esta segunda-feira (28), o Projeto de Extensão Universitária realiza 1000 atendimentos clínicos e 100 cirurgias em Benjamin Constant e Atalaia do Norte, entre procedimentos de catarata e de pterígio. Depois, o Projeto segue, no Navio da Marinha, para Tabatinga, onde fica até o dia 30 de maio e realiza mais 1000 atendimentos clínicos e 100 cirurgias.

No dia 31 de maio, o atendimento oftalmológico será realizado no município de São Paulo de Olivença. No dia 1º de junho, é a vez de Amaturá receber o Projeto e, no dia seguinte, as atividades encerram no município de Santo Antônio do Içá.

 

Parcerias

O Projeto de Extensão conta com as parcerias da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Marinha do Brasil e de empresas como ALCON, Lupas Leitor e Fundação Piedade Cohen.

De acordo com o coordenador do Projeto, vice-reitor Jacob Cohen, o projeto das cirurgias oftalmológicas já existe há mais de 20 anos e não conseguiria ir tão longe sem parcerias tão consolidadas.

Vice-reitor, professor Jacob Cohen, atende durante o mutirão oftalmológico do Alto SolimõesVice-reitor, professor Jacob Cohen, atende durante o mutirão oftalmológico do Alto SolimõesAplicação social e científica

O doutor Rubens Belfort, da Universidade Federal Paulista, coordena  o Projeto Amazônico de Atendimento Oftalmológico ao lado do doutor Jacob Cohen. Ele destaca a forte aplicação social, educacional e de pesquisa do Projeto.

“Essa é uma experiência de bastante sucesso realizada tanto por duas universidades bastante fortes do Brasil, que são a Universidade Federal do Amazonas - através de sua Pró-reitoria de Extensão - e a Universidade Federal de São Paulo - através da Escola Paulista de Medicina, quanto por empresas da iniciativa privada, como a Fundação Piedade Cohen, de Manaus, o Instituto da Visão, em São Paulo, duas entidades privadas, filantrópicas, com os mesmos objetivos sociais de pesquisa e ensino que trabalham ligadas aos órgãos da Universidade. Como o Projeto é aos cursos de pós-graduação tanto da Ufam quanto da Unifesp, temos trabalhos científicos nascidos das experiências no nosso Projeto publicados no exterior. Ou seja, trata-se de uma experiência bastante rica em todos os aspectos”, ressalta o coordenador.

Navio Soares de Meirelles

A integração com a Marinha é outra parceria que fortalece bastante o Projeto. O presidente da Sociedade dos Amigos da Marinha de Manaus (Soamar-Manaus), Sérgio Vianna, afirma que a Soamar é o elo entre a sociedade civil e a Marinha e que tem a função de aproximar a sociedade civil da sociedade militar, na ocasião representada pela Marinha do Brasil.

"É muito bom participar desse momento em que também aproveitamos para desenvolver e intensificar a divulgação dos programas sociais da Marinha do Brasil. No ano passado, nossa parceria rendeu mais de 300 cirurgias de catarata entre os municípios de Tefé e Coari e 50 cirurgias de pterígio, além de terem sido doados três mil óculos. Como sempre é possível fazer mais, este ano estamos na Calha do Alto Solimões intensificando esse trabalho”, disse.

Após consulta clínica, dona Aldenízia Barbosa saiu de óculos novos. Empresa Luppas Leitor doou 5 mil óculosApós consulta clínica, dona Aldenízia Barbosa saiu de óculos novos. Empresa Luppas Leitor doou 5 mil óculos“A Marinha disponibilizou para o Projeto no Alto Solimões o Navio Soares de Meirelles, que é o mais completo da Marinha na área de assistência social, onde simultaneamente oferecemos os atendimentos que já realizamos há tempos nos beiradões. Há, por exemplo, dentistas a bordo fazendo obturações nesse momento. Temos, entre marinheiros e equipe médica, 56 pessoas, mais 17 civis, entre profissionais de São Paulo e de Manaus", conclui Vianna.

Alcon - parque oftalmológico de ponta

Os equipamentos e insumos para os atendimentos oftalmológicos, como o Centurion e as Lentes intraoculares, são fornecidos pela Alcon, empresa do ramo de lentes intraoculares e equipamentos para cirurgia de catarata. O presidente da Alcon no Brasil, Luciano Marques, garante que não há melhores equipamentos do que os que estão sendo empregados nas  cirurgias realizadas no Alto Solimões.

"A Alcon já participa do Projeto há três edições. É a primeira vez que participo na condição de presidente e afirmo que essa é uma parceria extremamente importante para nós, pois esse projeto de atendimento oftalmológico está extremamente alinhado aos propósitos da nossa companhia, que é ajudar as pessoas a enxergarem melhor. Nesse sentido, trazer até essas populações ribeirinhas o que há de melhor, em termos de cirurgias oftalmológicas, é uma honra para nós. Nosso objetivo é fazer a diferença e conseguir que essas pessoas possam ter melhor qualidade de vida, com acesso à intervenção cirúrgica para melhorar a visão e estamos felizes de estar aqui", declarou o presidente da Alcon no Brasil.

Luppas Leitor - 5000 óculos doados para o Projeto

Quem comparece às consultas do Projeto Amazônico de Atendimento Oftalmológico e necessita de óculos de baixo grau, leva as lentes corretivas gratuitamente. O diretor da Luppas Leitor, Jean Jankovski, doou cinco mil óculos para o mutirão do Alto Solimões.

"Já participamos do Projeto Clínico-Cirúrgico de Oftalmologia há quatro edições. Sempre há muita gente precisando de lentes corretivas e aqui disponibilizamos lentes de até quatro graus para perto para os pacientes que saem com essa recomendação após o atendimento por um oftalmologista. Ressalte-se que estamos muito bem equipados para atender a população. A qualidade do atendimento é fantástica. Temos médicos de excelência para ajudar nessa missão de levar uma melhor visão para essas pessoas que tanto precisam e não têm a quem recorrer", observa o diretor da Luppas Leitor.

Acometido por catarata, o aposentado João Amâncio nem conseguia mais sair de casa. “Não enxergava praticamente nada e dependia da minha filha para tudo”, relatouAcometido por catarata, o aposentado João Amâncio nem conseguia mais sair de casa. “Não enxergava praticamente nada e dependia da minha filha para tudo”, relatouBeneficiados - esperança de ver melhor

Dona Aldenizia da Silva Barbosa, 59 anos, trabalha como técnica de Enfermagem em Benjamin Constant. Ela conta como a vista embaçada estava prejudicando tanto seu trabalho, quanto sua preparação para o concurso da Seduc. "Embora eu trabalhe há 29 anos como Técnica de Enfermagem, também sou formada em Serviço Social, mas meus óculos antigos já não atendiam minha necessidade. Quando eu precisava fazer alguma leitura era aquela dificuldade. Esses óculos que recebi vão me ajudar bastante. Que bom que existe essa parceria entre Ufam, Marinha e demais entidades, pois nem todo mundo tem dinheiro para ir a Manaus comprar óculos. Lá, o mais barato custa R$ 700 e em Letícia o preço não é muito diferente. Em nome de Jesus, esses óculos vão me ajudar a alcançar o meu sonho de passar no concurso que tanto quero", declarou dona Aldenízia.

O aposentado João Amâncio da Silva,  86, foi o primeiro paciente a passar pelo procedimento cirúrgico. Ele ressalta a mudança que foi efetivada em sua vida, após a cirurgia de catarata. “Não enxergava praticamente nada. Não podia mais sair de casa, só se fosse com acompanhante que, na maioria das vezes, era a minha filha, Maria Natividade. Quando ela não estava comigo, o meu guia era esse bastão. Agora, depois dessa cirurgia, tenho que seguir as recomendações médicas como não baixar a cabeça e também seguir a dieta passada pela equipe médica. Estou muito feliz por ter voltado a enxergar" conta, emocionado, o senhor Amâncio.

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