Fórum permanente debate sobre ‘Inovações tecnológicas para o desenvolvimento do Amazonas’
Os participantes da edição desta quinta-feira, 3 de maio, do Fórum permanente promovido pela Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal do Amazonas (Proext/Ufam), debateram sobre o tema ‘Inovações Tecnológicas para o Desenvolvimento do Estado do Amazonas’. O palestrante foi o diretor do Departamento de Gestão da Inovação, Propriedade Intelectual e Transferência Tecnológica (Depi), professor Genilson Santana.
O expositor possui graduação em Química - Bacharelado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), mestrado em Química Analítica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutorado em Físico-Química, também pela UFMG. Experiente em Química Ambiental, atuou principalmente com metais pesados (metais potencialmente tóxicos) e elementos-traço.
Ao iniciar a apresentação, o professor afirmou ser relevante a menção ao período auge da exploração da borracha no estado do Amazonas, atividade altamente lucrativa do extrativismo nortista que, segundo ele, contribuiu para a estagnação de parte diretamente envolvida da população e da procedência do Estado, que não se interessou em procurar outras fontes de comercialização e Inovação em potenciais de crescimento econômico.
“Atualmente, o Açaí é comparável à borracha, pois trata-se de uma fruta que lidera os índices de exportação e comércio em larga escala, porém os esforços devem ser estendidos a outros produtos, e tecnologias modernas precisam ser adotadas por todo o setor agrícola”, relatou.
De acordo com as colocações do docente, o Agronegócio é a principal “salvação” para o desenvolvimento econômico do Amazonas e do País, sendo o estado amazonense, conforme classificou, a antítese da atividade em relação ao restante do território brasileiro, pois ocupa cerca de 40% desta área e possui quantidade escassa de tecnologias agregadas para a melhoria dos processos produtivos.
“Além da segregação em relação às demais localidades brasileiras, existe um desequilíbrio de aplicação de investimentos públicos na capital e nos interiores do Amazonas, estes bem menos assistidos e contemplados”, relatou.
Agricultura digital
O avanço em relação ao desenvolvimento do Amazonas demanda a utilização de tecnologias que somam interatividade digital e produtividade agrícola mais precisa para a obtenção de ganhos no campo, devido ao acesso a informações necessárias ao topógrafo ou demais profissionais operantes para a manutenção correta do plantio, em tempo real, via internet.
“O uso de sensores em plantações corresponde a um exemplo da evolução tecnológica aplicada à Agricultura, pois possibilita a coleta instantânea de dados sobre o solo, condições climáticas e níveis de qualidade do cultivo”, exemplificou o professor Santana, ao acrescentar que a união da tecnologia ao Agronegócio é conhecida popularmente como Agricultura 4.0.
Outra demonstração de como as inovações tecnológicas podem agregar valor à Economia estadual é o georreferenciamento e geoestatística auxiliados por drones, que são equipamentos de filmagem aérea. Com drones, é possível mapear áreas extensas e precisar informações que, aliadas aos sensores mencionados, possibilitam previsões sobre a fertilidade de plantações por meio de avaliações do tempo, contendo indicações da época ideal para colheita.