Universitários do futuro: estudantes da escola estadual Tiradentes conhecem a Ufam
Curiosidade e motivação. Duas palavras que podem definir a visita dos estudantes do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Tiradentes a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) na tarde desta quinta-feira (23). Além de aprender mais sobre a Instituição, os alunos tiveram a oportunidade de vivenciar o ambiente acadêmico e, dessa forma, escolher com propriedade a carreira futura.
O auditório Eulálio Chaves foi o ponto de partida dos estudantes da escola do bairro de Petrópolis. No maior auditório da Universidade, os visitantes foram recepcionados pela equipe do Programa de Visitas da Ufam (VIP) que apresentou um pouco do que é a Universidade Federal do Amazonas. A palestrante e responsável pelo Programa VIP, professora Célia Carvalho, discorreu, entre outros assuntos, sobre os polos onde a Ufam está sediada, as unidades acadêmicas, as formas de ingresso e as políticas institucionais de auxílio aos estudantes.
De acordo com uma das professoras da escola, Vanessa Lima Sidrônio, a visita à instituição cumpria dois propósitos educacionais: incentivar os alunos a se prepararem para o Processo Seletivo Contínuo (PSC) e estimulá-los a estudar sobre as diferentes áreas do conhecimento, as quais serão tema da Feira de Ciências que a escola promoverá em junho. “Eles não tinham noção da imensidão que é a Universidade. Quando dissemos que faríamos a visita, todos ficaram muito animados. Nossa escola tem um trabalho voltado para o PSC. Nós buscamos preparar os estudantes desde o primeiro ano do ensino médio e não somente no terceiro, como as outras, para que eles se saiam bem nas três fases da prova”, declara Vanessa.
Brenda de Oliveira Silva (15) ficou sabendo da existência da possibilidade de visitar a Ufam e levou a ideia para os professores, que gostaram da proposta e tomaram as providências para que ela pudesse ser efetivada. “Na nossa feira de Ciências vamos apresentar o trabalho sobre anatomia humana, então, seria muito bom poder ver de perto o que estamos estudando. A visita ajuda a aprofundar os conhecimentos sobre o assunto”, afirma a estudante que está em dúvida entre cursar Medicina ou Biologia.
Após a explanação, os alunos puderam observar o trabalho desenvolvido pelo Programa de Atividades Motoras para Deficientes (Proamde) da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (Feff) e conhecer setores como os laboratórios de Histologia, Anatomia, Fisiologia - no setor Sul do campus - e de Mecânica de Solos e Serigrafia - no setor Norte. O olhar curioso dos
adolescentes não passou despercebido. A cada novo ambiente, várias perguntas surgiam acerca do que se fazia ali. No laboratório de Anatomia, o professor Cléber Rodrigues foi quem orientou os visitantes. Segundo ele, a presença de estudantes da educação básica na universidade é benéfica para as duas partes. “É interessante para eles (estudantes) porque assim eles estão estimulando a curiosidade e com ela vem o crescimento. Pode ser que estejamos diante de futuros alunos da Instituição. Para a Ufam é proveitoso porque ela pode transmitir um pouco do conhecimento produzido. Esse canal entre a comunidade e a universidade é muito importante”, destacou o professor.
Uma surpresa marcou também a visita dos alunos. Ao saber de onde eram os visitantes, o técnico de laboratório Nildo da Silva Pereira, se emocionou por receber no trabalho os atuais estudantes daquela que fora sua escola durante os anos do ensino fundamental e médio. O servidor expressou a satisfação que sentia. “É um prazer tê-los aqui. É muito bom eles virem aqui e verem que um aluno da escola deles saiu de lá e entrou para a Universidade e depois passou a trabalhar nela. É uma motivação a mais para eles”, disse o responsável pelo laboratório de serigrafia.
Para o professor André Machado de Sousa, visitar a Ufam é relevante por permitir que os alunos verifiquem se possuem aptidão para o curso pretendido. “A maioria diz que prefere aqueles mais conhecidos, de maior prestígio social. A visita à Universidade proporciona também esse esclarecimento. O estudante pode avaliar se tem ou não vocação para a área desejada, se não, descobre que a Ufam tem diversos outros cursos e certamente a um deles, o aluno irá se adequar de forma específica”, salientou o professor de Língua Inglesa.
Marcos Drumond,16, foi um dos visitantes. Sobre a impressão que leva consigo acerca da Ufam, o estudante é taxativo. “A visita foi ótima para mim. Como eu gosto muito de anatomia humana e quero ser médico-legista, a parte que eu mais gostei foi a do laboratório de anatomia. É bem interessante a forma como os corpos são armazenados”, admitiu. Sobre o desafio de conseguir ingressar na Universidade, Marcos está consciente do esforço que precisa empreender. “Eu sei que vou ter de ralar muito, mas já estou decidido”, assegurou o futuro universitário.