Acordo entre Ufam, Semed e Instituto Ayrton Senna viabiliza ‘Letramento em Programação’
No evento, foram apresentados projetos de robótica que podem auxiliar o desenvolvimento de metodologias ativas para serem aplicadas em aulas do 4º ao 9º ano da educação básica, por exemplo.
Professores da educação básica das escolas municipais serão capacitados por meio do Programa Letramento em Programação, de modo que esses profissionais possam ensinar a partir do uso de linguagens de programação. A iniciativa é viabilizada pelo Acordo de Cooperação assinado na sexta-feira, 13, entre a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a Secretaria Municipal de Educação (Semed) e o Instituto Ayrton Senna (IAS). A assinatura ocorreu no auditório da Semed, localizado na Avenida Mário Ypiranga Monteiro, 2.549, bairro Parque Dez.
O lançamento do Programa marca o início dos trabalhos, que consistem na elaboração de didáticas para ensino de crianças e adolescentes com base do uso de programas de computador. O curso será ofertado pelo Instituto Ayrton Senna e a responsabilidade, em Manaus, é dos coordenadores do Laboratório de Práticas de Ensino UFAMakers, professores Elio Molisani Ferreira Santos e Marisa Almeida Cavalcante. A Semed, por fim, apresenta a demanda pela formação de seus educadores para o uso de metodologias ativas apresentadas no curso.
“Este termo é mais uma parceria que estamos confirmando entra a Ufam e a Semed e, para nós, é motivo de grande satisfação, porque tudo aquilo que vem agregar valor à educação do município e do nosso estado é obrigação da Universidade Federal do Amazonas. Estamos felizes por atuar em projetos dessa natureza”, comemorou o reitor, professor Sylvio Puga.
“Já temos vários projetos com a Semed, e este tem uma característica importante, que é exatamente fazer com que os alunos da rede desenvolvam suas competências e habilidades usando o que há de mais avançado no mundo tecnológico, sobretudo, adequando as linguagens de programação à sua própria realidade escolar”, frisou o professor Puga.
A secretária municipal de Educação, professora Kátia Schweickardt, destacou que a presença da Ufam na parceria é emblemática: “Fazer uma parceria com a Universidade, que é minha casa de origem, e com a Semed, que é a minha casa da maturidade, é motivo de muita alegria”.
A professora reafirmou a necessidade de se aproximar dos alunos por meio das tecnologias educacionais. “Trabalhar com as tecnologias de educação é um grande desafio. Nós, da média guarda, resistimos muito a essas novas linguagens, então, existe o trabalho de uma equipe que vem formando professores para chegar mais perto dos nossos alunos”, disse ela.
Pioneirismo
“O programa já existe e nós, tanto eu quanto o professor Elio, também já desenvolvemos um trabalho na área de tecnologia e educação, incluindo a programação para crianças, jovens e adultos”, destacou a professora Marisa Cavalcante, coordenadora do Lab Maker da Ufam. “Vamos contribuir na medida em que também vamos aprender com esses professores sobre a realidade das escolas, além de passar um pouquinho daquilo que a gente já conhece sobre programação, particularmente, sobre a programação scratch”, apontou a docente.
Na mesma linha, o vice-coordenador do UFAMakers, professor Elio Molisani, afirmou que a proposta é dar uma formação tecnológica a alunos e professores, a fim de que eles não sejam apenas usuários de tecnologia, mas que possam desenvolver, por exemplo, aplicativos e programas. “E aí a tendência é melhorar o futuro da região e da comunidade local. Então, é um projeto para desenvolver realmente tecnologia. Com as propostas dos trabalhos em bloco, é possível desenvolver, por exemplo, programação com crianças”, salientou o docente.
Ao longo deste ano, serão realizados seis encontros com os professores da rede municipal, no intuito de introduzir ferramentas ao trabalho que eles desenvolvem com os seus discentes. Também serão realizadas visitas às escolas, para verificar a aplicação dos projetos, bem como o acompanhamento dos acadêmicos das licenciaturas da Ufam. Tudo isso, conforme explicou Eloy, está inserido no que se chama de “aprendizagem criativa, de educação 4.0”. “São as inovações tecnológicas para o meio da educação”, completou o professor Molisani.
Etapas
Serão realizados pelo menos dois momentos para apresentação dos projetos desenvolvidos pelos professores durante a capacitação. O primeiro deles ocorre no dia 19 de maio, em evento na Ufam, intitulado “Scratchday”, ou seja, uma linguagem de programação em blocos. Será um evento aberto a toda a comunidade acadêmica e à sociedade.
O segundo momento será em novembro de 2018, durante a 1ª Senacite, ou melhor, a 1ª Semana de Arte, Ciência e Tecnologia, quando serão reunidos os trabalhos finais.
Saiba mais
O Letramento em Programação busca promover o letramento em linguagens de programação para desenvolver o pensamento computacional em estudantes de escolas públicas do ensino fundamental, contribuindo para sua educação integral. A iniciativa é desenvolvida desde 2015, e teve início no município de Itatiba, em São Paulo.
Além do Amazonas, outros três estados receberão as atividades do ‘Letramento em Programação’: São Paulo, Rio Grande do Sul e Pernambuco. A Ufam e a Federal de Pernambuco (UFPE) são as primeiras experiências com Universidades Federais. Em São Paulo e do Rio Grande do Sul, as parceiras são instituições privadas. Ao todo, são 17 municípios e quatro instituições de ensino superior atuando.