Ufam teve papel importante na trajetória dos gêmeos empossados como juízes do TJAM

Egressos da turma de Direito de 2010, irmãos foram aprovados no mesmo concurso para o cargo de juiz substitutoEgressos da turma de Direito de 2010, irmãos foram aprovados no mesmo concurso para o cargo de juiz substituto

Os irmãos formaram-se em Direito na ‘Velha Jaqueira’, onde participaram do antigo Polo Avançado do Núcleo de Conciliação das Varas de Família como graduandos

 
Por Cristiane Souza
Equipe Ascom Ufam
 

Empossados na terça-feira, 23 de janeiro, no cargo de juiz substituto do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM), os gêmeos Yuri e Igor Caminha Jorge são egressos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), onde tiveram as primeiras lições sobre mediação e conciliação de conflitos. O sonho de exercer a magistratura é uma das muitas coisas que os irmãos têm em comum, e a Ufam teve um papel fundamental na formação acadêmica e cidadã de Yuri e Igor rumo à carreira jurídica.

A graduação em Direito foi concluída na ‘Velha Jaqueira’ apelido carinhoso dado por estudantes e professores que passaram pelo antigo prédio onde funcionava o curso, localizado na Praça dos Remédios, no Centro Histórico de Manaus. Foi durante a formação superior, entre os anos 2006 e 2010, que os irmãos compuseram a primeira turma de estagiários do Polo Avançado do Núcleo de Conciliação das Varas de Família (PANCVF), em 2009.

Conciliadores

O Polo Avançado – fruto de uma bem-sucedida parceria entre a Universidade e o Poder Judiciário Estadual – foi transformado em Centro Judiciário de Solução Consensual de Conflitos (Cejusc) em 2015. Junto com acadêmicos de Psicologia e Serviço Social da Ufam, os gêmeos vivenciaram aquela que foi a primeira experiência mais próxima da atividade jurisdicional, a partir do contato com as partes na busca de soluções amigáveis no direito de família.

“O objetivo é oferecer uma resposta eficiente e de baixo custo para solucionar questões agudas de Família”, explica o coordenador do Cejusc, juiz de Direito Gildo Alves de Carvalho Filho. Segundo recorda o magistrado, Yuri e Igor sempre tiveram compromisso e disposição para compreender os conflitos alheios com a necessária capacidade acadêmica. “O estágio possibilitou unir a subjetividade da Academia e a objetividade do Direito”, avalia.

Irmãos tomaram posse como juízes na terça, 23. Foto: acervo pessoalIrmãos tomaram posse como juízes na terça, 23. Foto: acervo pessoal“Além de ser uma imposição do Novo Código de Processo Civil, a oportunidade que tivemos de conduzir os casos no Polo foi de grande valia, porque era o estágio que mais nos aproximava de uma das funções de um juiz, que é presidir uma audiência”, afirma Yuri Caminha. “Se o trabalho é bem conduzido, o processo finaliza ali mesmo”, aponta o egresso da Ufam, ao recordar “aquele primeiro contato com as partes, com a vida real das pessoas”.

Segundo Igor, a possibilidade de atuar no processo ainda na condição de acadêmico foi uma das coisas que o impulsionou a perseguir a carreira de juiz. “Sem dúvida, aquele estágio foi importante para os nossos passos iniciais na autocomposição [quando a questão se resolve de forma consensual]”, reconhece. “Hoje, essa é uma fase procedimental impositiva, mas já víamos a relevância dela naquela época, quando ainda estava ganhando força”, recorda.

O juiz Gildo de Carvalho Filho assegura: “a passagem pelo Programa possibilita aos acadêmicos desenvolver habilidades humanísticas, de conciliação e de mediação, e ainda entender o funcionamento do Judiciário”. “Estamos vivendo um novo momento no Poder Judiciário. O modelo atual não se sustenta e o consenso é a porta que se abre”, aponta ele. “Com a caneta na mão, os meninos podem efetivar tudo o que aprenderam”, completa o ex-coordenador e agora colega de carreira dos recém-empossados.

Estudo e Carreira

O futuro não poderia ser diferente para Yuri e Igor Caminha Jorge. Sempre acostumados a estudar juntos, criaram inclusive uma rotina própria. “Algo que fazíamos eram os resumos. Eu fazia o resumo de uma obra e passava para ele ler; com outro livro, o processo era inverso. Foi uma forma de aproveitar o tempo”, conta Yuri.

Foram da mesma turma na graduação, da mesma equipe de estágio no Polo Avançado e, na vida profissional, esta não é a primeira vez que trabalharão juntos. Isso porque eles já atuaram como assessores jurídicos no TJAM em 2014, antes de Yuri ser aprovado no concurso do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT11).

“Escolher a magistratura também foi algo natural para nós dois, porque a nossa família já está na área”, afirmam os irmãos. “Quando eu era bem pequeno, ainda pensei em ser médico, mas lá pelos 12 anos eu escolhi o direito e continuei nesse propósito”, explica Yuri Caminha.

Saiba mais

Centro Judiciário de Solução Consensual de Conflito (Cejusc Polo Avançado) – Realizar sessões de conciliação e mediação, nas questões ligadas ao direito de família, que versem sobre Guarda, Regulamentação de Convivência, Alimentos, Reconhecimento Voluntário de Paternidade, Investigação de Paternidade, Sobrepartilha, Divórcio, Separação Judicial, Reconhecimento e Dissolução de União Estável e Filiação Socioafetiva.

Endereço: Rua José Paranaguá, 200, Centro de Manaus. Telefone: (92) 3305-5407.

BCMath lib not installed. RSA encryption unavailable