Arte, representatividade da mulher e valorização da cultura indígena marcam inicío do 5º Emflor

 
 
Por Carla Santos
Equipe Ascom
 

Ritual Macuxi inicia solenidade do EmflorRitual Macuxi inicia solenidade do Emflor

A solenidade de abertura da 5ª edição do Encontro de Estudo sobre Mulheres da Floresta (Emflor) teve arte, representatividade da mulher e valorização da cultura indígena amazônica. O Grupo de Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder (Gepos), que envolve pesquisadores e estudantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) trouxe à tona o tema 'Novos Feminismos e o Pós-Moderno na América Latina', numa programação realizada na noite desta terça-feira, 21, no auditório Rio Amazonas, na Faculdade de Estudos Sociais (FES), setor Norte do campus.
 
Nos pronunciamentos iniciais feitos à mesa da solenidade, as palavras mais citadas fizeram referência ao 'fortalecimento da mobilização feminista, a luta contra medidas políticas que ferem o direito da mulher e a violência sofrida por ela, diariamente'. O reitor da Universidade Federal do Amazonas, professor Sylvio Mario Puga Ferreira, presidiu a sessão como representante da Administração Superior. Com ele, à mesa, estavam a coordenadora do Encontro de Estudos sobre Mulheres da Floresta (Emflor), professora Iraildes Caldas Torres, a titular da Secretaria Executiva de Políticas para Mulheres, Viviane Fernandes, a representante do Fórum Permanente das Mulheres de Manaus, Luzarina Varela e a representante da Rede Feminista Norte-Nordeste de Estudos e Pesquisas sobre Mulheres e Relações de Gênero (Redor), professora Nádia Regina Loureiro de Barros Lima. A representante da Articulação das Mulheres Brasileiras (AMB) e da Articulación Feminista Marcosur na America Latina (AFM), Elizabete Maciel, além da representante indigena da etnia Macuxi, a pajé Wanda Domingos da Silva também figuraram como personalidades de destaque na solenidade de abertura. 

Mesa de abertura da 5ª edição do Emflor foi presidida pelo reitor, professor Sylvio PugaMesa de abertura da 5ª edição do Emflor foi presidida pelo reitor, professor Sylvio Puga

Antes dos pronunciamentos, no entanto, a pajé Wanda Domingos da Silva realizou o ritual de benzer com fogo sagrado indígenas e não indígenas presentes no evento. A fumaça do Maruai é um incenso de defumação para espantar doenças e maus espíritos. Para finalizar sua participação, ela e um grupo com outros nove indígenas apresentaram uma dança ritualística com cânticos e gestos simbólicos. A atração de abertura teve ainda a exibição do documentário 'Demarcação Já', uma produção de homenagem de mais de 25 artistas aos povos indígenas do Brasil. 
 
Segundo a coordenadora do Emflor, professora Iraildes Caldas, o Emflor se transformou num evento nacional que arregimenta produções científicas por meio de dois Programas de Pós-graduação, o de Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia e o Programa Sociedade e Cultura na Amazônia. "Nosso objetivo é fazer a divulgação das pesquisas que são realizadas neste lado do País, além de visibilizar as mulheres das florestas das águas e suas práticas sociais. Desde o seu primeiro ano, o Emflor tem elaborado diálogos contando com cada vez mais mentes imbuídas de pensar a mulher da região. 
 
O 5ª Emflor é uma iniciativa do Gepos, grupo de estudos acadêmicos liderado pelas professoras doutoras Iraildes Caldas Torres e Artemis Soares. Vinculado à Ufam e ao Diretório de Pesquisa do CNPq, o Gepos surgiu em 2003 a partir da demanda de alunas/os e professoras/es que trabalhavam isoladamente com a questão de gênero, política e poder. Atualmente, o grupo reúne mais de 30 membros associados e está vinculado aos Programas de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia e de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia, da Ufam.
 

O Encontro dá espaço às mulheres para que exponham e comercializem suas produçõesO Encontro dá espaço às mulheres para que exponham e comercializem suas produções

Abrindo oficialmente o evento, o reitor falou, em nome da Universidade, da importância do Encontro como ação que reflete o compromisso social, científico e político da Instituição, albergando pela quinta vez o encontro que passou do âmbito regional para nacional, trazendo à capital amazonense pesquisadores do Rio Grande do Sul a Roraima. 
 
"Destaco que o evento está sob a tutela de dois programas de pós-graduação da Universidade, dando visibilidade ao que já foi densolvido academicamento no âmbito científico, mas também projetos de pesquisa fruto dos diálogos dos participantes dessa importante iniciativa. O Emflor é um evento que congrega pesquisadores que se debruçam sobre a temática da mulher em diversas frentes. Hoje, debatemos os casos de violência contra a mulher como um assunto em voga e iminente. Infelizmente, o Amazonas aparece no ranking negativo quanto às estatísticas de casos registrados e isso precisa mudar.", enfatizou.   
 
Após a solenidade, o professor Dr. Henrique Nardi, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) procedeu à Conferência de Abertura, sob o título 'Feminismo Pós-Colonial'.
 
Concurso de Fotografia - O Concurso 'Mulheres da Floresta - Emflor 2017' premiou as imagens selecionadas cuja temática apresentou elementos que denotaram ou remeteram, mesmo que subjetivamente, as mulheres amazônidas, urbanas e rurais e seu cotidiano em todos os seus aspectos. Em 1º Lugar ficou Mila Souza, que retratou o trabalho de sua personagem, a vendedora de bonbons moradora de Parintins, Rosana. Em 2º lugar foi premiada a foto de Camila Batista, de Parintins, registrando uma jovem senhora às margens do rio que banha a Ilha Tupinambarana, no ano de 2016. Na 3ª posição ficou a foto de Ivan Arcanjo, que ganhou o título 'mente sob tatos'. O registro foi feito em Manaus, em 2017.  
 
 
 
 
 
 
 
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