Primeiro espaço maker da Ufam associa teoria e prática com criatividade

O laboratório Ufamakers, localizado no Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas, já tem projetos ligados à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e ao Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos EUA

Cortadora de papel foi usada para fazer a marcaCortadora de papel foi usada para fazer a marcaO conceito de espaço maker está associado à construção de protótipos a partir de ideias inovadoras. São laboratórios colaborativos onde é possível criar, testar e solucionar problemas práticos. A Universidade Federal do Amazonas já tem um lugar com essas características: o Ufamakers. Em funcionamento desde o primeiro semestre de 2017, no Departamento de Física, o laboratório já tem três projetos em andamento e 15 colaboradores, entre docentes e discentes de graduação e de pós-graduação.

“Esse formato já funciona no mundo todo, mas ainda não tínhamos visto no Amazonas nada parecido. Trazendo essa ideia para a Ufam, é possível fomentar ensino, pesquisa, extensão e inovação e firmar parcerias com outras universidades brasileiras e internacionais, como é o caso do MIT, instituto americano que financia, junto com a Fundação Lemann, um dos projetos vinculados ao Ufamaker, o Criar. Ele foi um dos oito aprovados dentre as 189 propostas de pesquisadores de todo o Brasil”, comemora o vice-coordenador do laboratório e idealizador do projeto ‘Criar’, professor Elio Molisani.

A proposta fundamental, segundo o professor, é viabilizar a construção de projetos alternativos num espaço com estações de trabalho e as ferramentas necessárias que auxiliem na criatividade, na resolução de problemas e desafios enfrentados na sala de aula. “O laboratório foi institucionalizado como projeto de pesquisa do Departamento de Física, mas vai atender toda a Universidade. Será um salto na qualidade do ensino, agregando cursos como Ciência da Computação e Artes”, assegura o vice-coordenador, ao comparar a iniciativa com os co-works, locais compartilhados por profissionais de diversas áreas.

 

Web-Lab & Art Lab

Vice-coordenador mostra os primeiros resultadosVice-coordenador mostra os primeiros resultados

O enfoque inicial é auxiliar na busca de alternativas voltadas ao ensino, mas sem esquecer que a pesquisa, a extensão e a inovação fazem parte dessas soluções. Hoje, o laboratório já sedia as aulas de Prática do Ensino de Física, mas também acabou de aprovar uma Atividade Curricular de Extensão (ACE) por meio da qual serão ofertadas, no mesmo espaço, oficinas de programação para a comunidade. Ainda na extensão, os monitores do programa Casa da Física já receberam formação sobre metodologias ativas de aprendizagem.

Além disso, existem outras parcerias promissoras. A primeira é o Web-Lab, projeto colaborativo com o RExLab, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em que experimentos de Física são controlados remotamente via internet de qualquer lugar. Funciona assim: enquanto os discentes de Física desenvolvem os experimentos, os estudantes do Instituto de Computação (Icomp) trabalham na plataforma de rede que possibilita o acesso remoto.

Estudante do 8º período do curso de Física, Pâmela Laborda sempre teve interesse em unir tecnologia e ensino. “Eu tinha muito interesse por ICC [Introdução à Ciência dos Computadores], e sempre tive vontade de usar a tecnologia para auxiliar em sala de aula”, afirma a bolsista de Inovação Tecnológica. O trabalho dela é desenvolver experimentos didáticos, como jogos e pequenos programas, que possibilitem a aprendizagem significativa a partir da utilização do Scratch. A Ufam sediou, em maio de 2017, o Scratchday.

O "andarilho": um carro com "pés"O "andarilho": um carro com "pés"

Outra frente de atuação é fruto de uma parceria com a Faculdade de Artes (Faartes), no projeto intitulado ART LAB. Assim, quando um artista tem a ideia de criar uma “arte interativa”, é muito provável que ele necessite de pessoas com domínio de tecnologia. “Nós estamos preparando cursos que irão ajudar estudantes de Artes a manusear ferramentas e programas na criação de obras interativas”, destaca o vice-coordenador do Ufamakers, que já teve a oportunidade de atuar na construção de outros espaços como esse em São Paulo.

 

O andarilho

Atualmente, o local já está equipado com ferramentas básicas de oficina, como furadeira, serra elétrica, lixadeira, martelo, parafusadeira, alicate, estilete e até uma cortadora de papel. Para atender de forma satisfatória na construção de uma diversidade de protótipos, é necessário adquirir cortadora a laser e impressora 3D. “Estamos buscando financiamento”, frisa o professor Molisani.

Apelidado de “andarilho”, um pequeno robô foi criado com a utilização das ferramentas já disponíveis no laboratório. O desafio era construir uma espécie de carro que pudesse atravessar obstáculos mais altos que o normal. Assim, o idealizador, professor Molisani, ao invés de usar rodas, implantou pés no veículo, preparando-o para “escalar” ou “andar”. Trata-se uma ideia simples, mas que busca a solução para um problema cotidiano e reflete a missão e o objetivo do laboratório.

 

 
 
BCMath lib not installed. RSA encryption unavailable