Foi apresentado o resumo executivo de dois quadriênios, cujos relatórios têm quase 700 páginas. No período, a área construída mais que dobrou, alcançando mais de 250 mil m² e foram criados 22 cursos de graduação

Reitoria apresentou temas como planejamento institucional, orçamento, graduação e inovação tecnológicaEm reunião extraordinária realizada na segunda-feira, 26, e conduzida pela reitora e presidente do Conselho Universitário (Consuni), professora Márcia Perales, os conselheiros e os gestores da UFAM assistiram à apresentação dos destaques das duas últimas gestões. Juntos, os relatórios dos quadriênios 2009-2013 e 2013-2017 somam quase 700 páginas, das quais foi extraído resumo executivo para informar sobre os avanços nos últimos oito anos.

O processo de consolidação dos relatórios é criterioso. Os resultados de cada setor são encaminhados à Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (Proplan), onde são sistematizados. Em seguida, os documentos são apresentados ao Conselho de Administração (Consad) e ao Conselho Diretor, além de ficar disponível para os órgãos de controle, especialmente o Tribunal de Contas da União (TCU). “Estamos trabalhando com o segundo semestre de 2009 e primeiro semestre de 2017, cuja responsabilidade cabe a nós no dia 30 de junho”, delimitou a presidente.

“Esta é uma reunião especial e também é a última reunião do Consuni que eu presido. Então, esta é a oportunidade de apresentarmos tudo o que foi construído coletivamente pelo trabalho das Pró-Reitorias, das Unidades, com o auxílio da Administração Superior”, pronunciou-se a reitora, antes de fazer uma breve incursão histórica para lembrar alguns prédios e personalidades que ajudaram a construir esta Universidade centenária.

A professora Márcia Perales expressou agradeceu aos conselheiros que a acompanharam nesses oito anos. “É um grupo especial que sempre trabalhou com maturidade, experiência e estratégia. Em alguns momentos, neste cargo, somos levados ao ceticismo, mas a caminhada unida faz que esse ceticismo seja substituído por credibilidade, convicção e confiança de que os sonhos sonhados juntos são mais fortes e suas chances de realização são imensas. Nesta sessão especial do Conselho Universitário, agradeço a cada um que trabalhou por uma instituição melhor e mais presente. A Ufam merece de nós toda a dedicação, porque a Universidade, sobretudo na Região Amazônica, é estratégica para o desenvolvimento regional e nacional, trata-se de uma potência de capacidade incomparável, pois as pessoas que estão aqui possibilitam isso. Ter sido reitora de instituição como a Ufam é um privilégio”, agradeceu.

O vice-reitor, professor Hedinaldo Lima, destacou o trabalho conjunto. “A Universidade se constroi com o compromisso diário de cada um, desde o coordenador de curso até o professor sempre presente na sala de aula. Como gestores, temos a responsabilidade maior de estabelecer uma visão institucional e trabalhar muito para alcançar essa visão. Foi o que nos propusemos a fazer”, afirmou. Ele também celebrou a parceria com a professora Márcia na tarefa de gerir a UFAM. “Ser vice-reitor deixou de ser aquele que substitui o reitor em eventualidades. A professora Márcia me deu a oportunidade de decidir coisas; e cada vez que ela me dava essa liberdade, eu sabia que viria junto maior responsabilidade. Foi um grande prazer ter trabalhado com ela, com todos vocês e ter contribuído com a instituição”, concluiu.

Vice-reitor apresentou sobre crescimento em infraestrutura, gestão de pessoas e política de extensão

Para o membro do Conselho Diretor da FUA, conselheiro José Braga, o primeiro grande mérito da Administração que está sendo concluída é a visão de humanidade. “Sou professor há 40 anos na Faculdade de Direito e acompanhei outras gestões tão belas quanto esta, mas professora Márcia e professor Hedinaldo tiveram esse cuidado de humanizar. E quais os instrumentos técnicos para o sucesso? Não só que as pessoas estivessem felizes porque foram chamadas a construir e a contribuir... mas, sem instrumentos de administração e gestão, certamente não se teria chegado a esses números nem a esse espaço”, explicou. Para ele, planejamento, competência e seriedade no trato da coisa pública foram marcas da gestão.

Dentre os que se pronunciaram, dois conselheiros pediram que seus discursos constassem na ata da reunião extraordinária. O primeiro deles foi o docente da Faculdade de Medicina, professor Edson de Oliveira, em cuja fala lembrou que, mais do que os cargos e as funções, permanecem as amizades e o espírito universitário. “De modo eficiente e obreiro, a gestão foi muito além da qualidade, tratando o relacionamento humano com respeito à diversidade”, afirmou. Já o representante docente da Faculdade de Direito, professor Adriano Fernandes, lembrou a passagem pela Administração Superior à frente da Comissão Permanente de Procedimentos Administrativos Disciplinares (CPPAD). “Eu aprendi de perto as atitudes e os valores positivos desta instituição, que as melhores decisões são coletivas”, disse.

Avanços

A UFAM possui ainda maior responsabilidade em relação ao desenvolvimento regional por ser a única Universidade Federal no estado. O processo de interiorização, iniciado há mais de dez anos, ajudou a consolidar cinco campi permanentes em mesorregiões estratégicas do Amazonas. Nos últimos oito anos, criaram-se 275 vagas de docentes e 22 cursos regulares de graduação, sendo 18 na capital e quatro no interior, saltando de 98 para 118 o total de cursos. O número de alunos matriculados nesses cursos avançou de 18.253 para 30.302 no período. Também a quantidade de professores doutores, cerca de 300 em 2009, mais que duplicou, e a Universidade encerou 2016 com quase 700 professores com doutorado.

Conselheiro Edson de Oliveira destacou respeito à diversidade como ponto forte

No quesito pós-graduação, os avanços foram similares, com o número de projetos de Iniciação Científica saindo de 469, em 2009, para 1.439, oito anos mais tarde. Os grupos de pesquisa cadastrados, que eram 181, hoje são 273, e os programas de pós-graduação, antes 32, somam hoje 46 e abrigam 54 cursos stricto sensu. “Outras ações inéditas, como a Campanha ‘Vamos Publicar!’ e o Programa de Apoio a Jovens Doutores, implantado de forma experimental na UFAM e na Federal da Bahia, e com investimento de um milhão de reais, são ganhos para toda a instituição e para a sociedade”, ressaltou a reitora.

Os resultados da Extensão são expressivos. As ações do Programa Atividade Curricular de Extensão, Programa Institucional de Bolsas de Extensão e o Programa de Apoio a Eventos e Cursos (PACE, PIBEX e PAREC), abrigavam 992.022 projetos em 2009, número que passou para 2.116.452 projetos em 2016. A Política de Inovação também foi consolidada nesse período, especialmente pela criação da Protec, em 2011, responsável por gerir essa política. Desde 2010, o quantitativo de projetos e programas nessa área evoluiu de dois para 168.

Para acompanhar a maior oferta de vagas na graduação e na pós-graduação, bem como o incremento do quadro de servidores, houve forte investimento em infraestrutura. A UFAM quase dobrou de tamanho em oito anos: o total de área construída, que era de pouco mais de 127 mil m² para 259 mil m² nos últimos oito anos. No mesmo passo, a assistência estudantil também foi destaque, recebendo, no período, aporte total de R$ 21.247.429,00 para pagamento de bolsas e auxílios, além de outros benefícios, como o subsídio à alimentação no Restaurante Universitário (RU).

Reconhecimento

Depois de encerrada a apresentação, membros do Conselho e gestores fizeram suas ponderações. A professora Sônia Carvalho foi a primeira a se pronunciar, e fez questão de lembrar que o Selo de Qualidade atribuído à Licenciatura em Biologia da UFAM pelo Conselho Federal de Biologia (CFB) é o reconhecimento para a Universidade, assim como outros prêmios nacionais e internacionais conquistados por alunos e professores da instituição.

Os gestores das Unidades Acadêmicas fora da sede manifestaram-se no sentido de agradecer pela intensa política de interiorização, que sentiram ter sido uma das prioridades da gestão, tanto pelo investimento em melhoria da infraestrutura predial quanto pela política de qualificação e fixação de recursos humanos. Também foram criados mestrados e doutorados intrainstitucionais, além de cursos próprios, como o PPG em Ciência e Tecnologia para Recursos Amazônicos do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (ICET) e o mestrado em Ciências Ambientais do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente (IEAA).

Membros do Conselho e gestores pronunciaram-se após a apresentação dos relatórios consolidados de 2009 a 2017/1Representante discente do ICET, João Lucas da Silva Rufino ingressou na Universidade no ano de 2012. O jovem elencou a inauguração da Casa do Estudante no município, entregue no dia 9 de junho; o crescimento do Instituto, que já é o maior fora da sede; e a prestação de bolsas e auxílios aos discentes da unidade. “Nós nos sentimos sempre amparados”, reconheceu.

A Proplan foi responsável por consolidar as informações e elaborar o documento que agrega os dois relatórios de gestão. A Pró-Reitoria preparou o documento final e o resumo executivo com base nos dados repassados pelas áreas.

Membro do Consuni desde 2011, a diretora da Escola de Enfermagem de Manaus (EEM), professora Nair Chase, destacou os setores com os maiores ganhos. “Avançamos bastante em infraestrutura, oferecendo melhores condições físicas que contribuem para melhores condições de trabalho e qualidade do ensino. A EEM, por exemplo, recebeu uma reforma de grande vulto nesse período”, apontou a conselheira, para quem a valorização dos servidores também merece destaque: “Na Escola de Enfermagem, 15 docentes concluíram o doutorado e dois TAE o mestrado. Além disso, conseguimos vagas em concursos, aprovamos a Resolução sobre promoção e progressão docente e atualizamos uma sobre a carga horária do segmento”.