IV EBPC e II Siscultura iniciam atividades na Universidade Federal do Amazonas

Os eventos são coordenados pela Pró-Reitoria de Inovação Tecnológica (Protec) e pelo Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA)

Mesa de abertura recebeu o professor Luiz Augusto Rodrigues (UFF), um dos coordenadores nacionais do EBPCMesa de abertura recebeu o professor Luiz Augusto Rodrigues (UFF), um dos coordenadores nacionais do EBPCPela primeira vez na região Norte, o IV Encontro Brasileiro de Pesquisa em Cultura (EBPC) é realizado conjuntamente com o II Seminário Internacional de Sociedade e Cultura na Panamazônia (Siscultura). A abertura ocorreu nesta quarta-feira, 9, no auditório do Instituto de Educação do Amazonas (IEA), Centro, com atividades no Centro de Artes da Ufam (Caua) e na Academia Amazonense de Letras (AAL). As atividades seguem até esta sexta-feira, 11.

Acesse a programação completa do IV EBPC e do II Siscultura.

Com mais de 70 atrações culturais programadas, 138 trabalhos em exposição nos 19 Grupos de Trabalho do IV EBPC e outros 315 no âmbito do Siscultura, 100 banners de pesquisas científicas da Faculdade de Direito (FD) e 44 do Instituto Tecnológico de Educação (Itec) e nove livros lançados, os eventos abordam a temática cultural sob as mais variadas dimensões.

Lucas Duque é baiano, atua como professor de História na rede pública, e iniciou o mestrado em História na Ufam. “Minha pesquisa é sobre a institucionalização da cultura, a partir da atuação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Amazonas, desde a década de 1960”, conta. O professor busca, nos eventos, debates sobre o tema da dissertação, pois acredita que a população desconhece os prédios históricos do Centro da cidade, por não participarem das eleições que assim os definem. “Não há essa memória, e pouco ou nenhum diálogo”, afirmou.

Tradição e inovação

Pesquisadores de outras regiões e outros países participam das atividades até esta sexta, 11Pesquisadores de outras regiões e outros países participam das atividades até esta sexta, 11Com o tema “Cultura: Tradição e Inovação”, o Encontro itinerante busca oportunizar trocas de conhecimentos científicos e saberes tradicionais entre pesquisadores, alunos e a sociedade organizada. As duas últimas edições ocorreram no Rio de Janeiro e no Ceará. Neste ano, a proposta de trazer o evento para a região Norte foi viabilizada através da Pró-Reitoria de Inovação Tecnológica (Protec).

“Eu reconheço que estamos construindo uma capacidade muito grande de compartilhamento e diálogo, especialmente com a participação dos agentes culturais. Todas essas transformações que ocorrem no mundo têm a cultura como elemento central e estamos aqui fertilizando o campo de debates. Sem dúvida, vamos contribuir criativamente para o reconhecimento da pluralidade e o valor das identidades culturais da Amazônia”, ressaltou a pró-reitora de Inovação Tecnológica, professora Socorro Chaves, que representou a reitora, professora Márcia Perales, na solenidade de abertura.

Na avaliação da docente, os resultados propiciados pelo evento vão além desses três dias, pois eles serão representados pelas parcerias que serão criadas a partir do diálogo comprometido. “Vamos buscar fundamentalmente, através das atividades, das parcerias interinstitucionais e dos atores sociais, atuar com compromisso social. A valorização da cultura dinâmica que temos na Amazônia traz muitas contribuições para a sociedade”, frisou a pró-reitora.

Diálogos interdisciplinares

Com o intuito de juntar esforços, pesquisadores e temáticas afins, a coordenadora do PPGSCA e do II Siscultura, evento bienal do Programa, realiza esta segunda edição ao lado do IV EBPC. “Esse é o encontro da diversidade cultural com o objetivo de aproximar os meios científico, artístico, econômico e de produção cultural. Um exemplo é o professor Gustavo Kienen, que desenvolve uma tese a respeito das paisagens sonoras na Amazônia e hoje participou da abertura tocando o hino nacional no piano”, enfatizou a professora Marilene Correa. “É a ciência e a prática juntas para mostrar a cultura científica”, disse.

Grupo Violonata, coordenado pelo professor Renato Brandão, tem repertório variadoGrupo Violonata, coordenado pelo professor Renato Brandão, tem repertório variadoA respeito desse conceito, a professora Marilene explicou que a cultura científica é formada por três dimensões: o habitus, o campus e a identidade. Existe um modo próprio de ver as coisas, de interpretar o mundo. Essa, segundo ela, é a interpretação científica das identidades culturais. Ilustrativamente, indagou: “Como a ciência pode ajudar a economia criativa?”. Nesse passo, a professora acredita no acerto de juntar as duas programações numa só, fazendo o evento completo em seus variados grupos de trabalho, mesas-redondas e demais atividades.

O professor Edgar Carvalho, na conferência de abertura, destacou a atuação transdisciplinar do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia, fazendo uma ponte da proposta do PPG e um conjunto de pesquisadores, especialmente Edgar Morin e Fritjof Capra.

Para o professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), é preciso intercambiar e dinamizar os conceitos de Natureza e Cultura em relação à Amazônia. “Precisamos recuperar a natureza e exercitar o diálogo de solidariedade. E as bases para esse diálogo são a sustentabilidade, a responsabilidade e a esperança”, enumerou Edgar Carvalho, que também combateu o conceito cartesiano ainda adotado no século XXI, que prega uma escola fragmentada. “É preciso religar os saberes e educar o educadores”, indicou o docente.

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