As aventuras da paternidade - Servidores da Ufam falam sobre os desafios e as delícias de ser pai

Emoção - Eduardo no dia do nascimento de Alice.Emoção - Eduardo no dia do nascimento de Alice.A paternidade é uma revolução na estrutura de vida de qualquer homem e uma coleção de emoções também. Pai de primeira viagem, Eduardo Saraiva, 30 anos, Engenheiro de Segurança do Trabalho no Centro de Apoio Integral à Saúde do Servidor da Universidade Federal do Amazonas (CAIS) conta um pouco dessa mudança radical e muito bem-vinda. “Eu e minha esposa ainda não éramos casados quando suspeitamos da gravidez. Fizemos o teste de Farmácia e deu positivo. Pra tirar qualquer dúvida, fizemos o exame de sangue. Com o resultado confirmado, me dei conta de que minha vida mudaria para sempre. Era muita emoção a cada novo exame. Quando ouvi o coraçãozinho dela batendo tão rápido, me entreguei a esse amor sem limites. Minha Alice nasceu no dia 25 de maio e se tornou prioridade em tudo o que faço. Quero fazer o melhor pela criação dela”, declarou o calouro da paternidade.

Amadurecimento como ser humano

Com a chegada da filha, Eduardo descobriu muito mais que a habilidade para trocar fraldas, fazer a papinha de Alice e entender as vontades da bebê. “Ajudo minha esposa em tudo. Só ainda não me sinto seguro para dar banho na nela. Fico com medo de machucá-la ou de ela escorregar das minhas mãos. Nesse pouco tempo, sinto que amadureci muito rápido. Quando não temos filhos, pensamos o tempo todo no nosso próprio bem-estar. Quando os filhos vêm, eles se tornam a prioridade da sua vida. Ela é um pedacinho de mim; depende totalmente de mim e do meu amor. Alice é meu maior presente!”, derrete-se o pai.

 

Paternidade-desafio

Saudade - Porta-retrato com a família completa decora a mesa de trabalho do professorSaudade - Porta-retrato com a família completa decora a mesa de trabalho do professorOutra história marcante de paternidade é a do professor Vinícius Cavalcanti. Com o falecimento repentino da esposa em outubro do ano passado, ele se viu com a responsabilidade redobrada para cuidar das filhas Ana Rebeca, de 23 anos e Ana Luíza, de 8.

“Passei por momentos muito difíceis na minha vida. Fiquei órfão muito cedo e tive a responsabilidade de cuidar de meus irmãos mais novos. Quando conheci minha esposa, a felicidade parecia ter chegado pra ficar, mas um ataque cardíaco fulminante a levou de mim, mesmo eu adotando todos os procedimentos de primeiros socorros. Foi um recomeço doloroso, difícil. Tive que fazer mudanças significativas em meus planos. O doutorado fora de Manaus, por exemplo, ficou de lado e priorizei minha família, minhas filhas que precisavam e ainda precisam muito de mim”.

Professor Vinícius Cavalcanti com as filhas.Professor Vinícius Cavalcanti com as filhas.

Apoio mútuo

A superação da dor vem do apoio mútuo no dia a dia. “Não sei cozinhar bem, mas arrumo a casa, passo roupas. Sábado e domingo são dias de faxina lá em casa e a limpeza do banheiro é comigo. Com todas essas experiências percebo que a melhor coisa em ser pai é aprender todos os dias com elas. Aprendo mais agora que antes. Fiquei órfão muito cedo e tinha a responsabilidade de cuidar de meus irmãos. Claro que cuido delas, mas elas cuidam muito de mim também, me apoiam em tudo, torcem pelo meu novo relacionamento. A convivência com minhas filhas é baseada no diálogo. Preocupo-me com violência; com acesso desenfreado a informações de todo tipo na Internet; com experimentação de drogas, e conversamos sobre tudo isso”.

Sobre o melhor presente de Dia dos Pais que poderia receber, ele não hesita ao eleger o abraço e o beijo das filhas. “No abraço e no beijo delas eu sei que tem todo o amor do mundo. A amizade e o companheirismo delas são fundamentais para a minha vida”,

 

Síndrome do ninho vazio

Viagens e chegada dos netos amenizaram a sensação de ninho vazio para WalfredoViagens e chegada dos netos amenizaram a sensação de ninho vazio para WalfredoOs pais veteranos também possuem experiências muito interessantes, como a do coordenador administrativo da Faculdade de Educação Física Walfredo Sebastião Moura. Ele tem 64 anos, dos quais 40 são dedicados à UFAM, ao casamento com dona Elizabeth e à criação dos filhos. Ele é pai de Eduardo, Sandra Helen e Ester. Os filhos cresceram, casaram e Walfredo sofreu bastante com a saída dos filhos de casa. “Quando me tornei pai, tudo era novidade pra mim. Por mim e por minha esposa, teríamos quatro filhos, mas nossa preocupação era dar uma boa educação para nossos filhos e tivemos só dois. Depois de um tempo, adotamos a Ester. Imagens da família de Walfredo no ambiente de trabalho dele.Imagens da família de Walfredo no ambiente de trabalho dele.A paternidade fez eu direcionar minha vida em prol dos meus filhos, da minha família. Mas eles ficaram adultos, casaram quase todos ao mesmo tempo e saíram de casa. Pra sentir mais falta deles ainda, a Helen foi morar na Finlândia com o marido. De repente, a minha casa, que vivia cheia de gente jovem, ficou vazia. Foi um sofrimento grande para mim e para minha esposa. Eu só sabia ser pai. Recorremos à terapia; fomos nos envolvendo com trabalhos da Igreja, com viagens à Finlândia para visitar a Helen e, agora, nossos netos preenchem aqueles quartos novamente e a vida tem novos sentidos”, conta o senhor Walfredo.

Três histórias, três jeitos ao mesmo tempo tão diferentes e tão iguais de ser pai. O amor é o denominador comum dessas histórias de vida.

 

 

 

 

 

 

 
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