Consuni decide não deliberar sobre movimentos docentes em razão de liminar do TRF

Consuni decide não deliberar sobre movimentosConsuni decide não deliberar sobre movimentosO Conselho Universitário da Universidade Federal do Amazonas (Consuni) decidiu não deliberar acerca das demandas dos movimentos docentes em razão de liminar do Tribunal Regional Federal (TRF) que determinou a não suspensão do Calendário Acadêmico da Instituição. A reunião ocorreu na manhã desta sexta-feira, 3, no auditório da Faculdade de Direito.

Perante um auditório repleto de representantes dos professores participantes do movimento grevista e também daqueles que não aderiram à paralisação, a reitora da UFAM e presidente do Conselho, professora Márcia Perales, apresentou aos presentes a síntese da situação atual da Universidade, citando os documentos protocolados por ambos os movimentos, a Recomendação do Ministério Público Federal e a Liminar do Tribunal Regional Federal, segundo a qual, a Instituição não deve tomar qualquer decisão sobre suspensão do calendário acadêmico e anulação das atividades da Universidade.

Professora Márcia Perales destacou a importância do diálogo de forma republicana e franca, independente de posições assumidas. “É preciso dizer sim à ética da coexistência, da solidariedade. Porque para além desse momento singular, delicado, a UFAM é o elo que nos une, nos agrega, é a nossa casa comum”, acentuou.

Por fim, a reitora reiterou a posição da administração superior de respeitar ambos os grupos e primar pelo diálogo sobre a pauta. “Esse momento que estamos vivendo na Universidade precisa ser refletido por todos nós com a tranquilidade necessária e precisa ser avaliado por este conselho como um momento de muita aprendizagem”, ponderou a presidente.

Diante do exposto, o conselheiro representante da Associação de Docentes da Ufam (Adua), professor José Alcimar de Oliveira, manifestou-se apresentando proposta para a suspensão da reunião devido à perda de objeto, ou seja, uma vez que Conselho foi convocado para deliberar sobre os dois movimentos, mas, devido à Liminar do TRF, os conselheiros não poderiam apreciar a questão. “Se não existe a possibilidade de suspensão do calendário acadêmico, as decisões estariam direcionadas para a continuidade do referido calendário. O Conselho está impedido de deliberar”,  disse o professor.

A seguir, o conselheiro Ruiter Caldas, expressou as razões que levaram à organização do movimento “Estamos em Aula na UFAM”. O professor defendeu que a suspensão do calendário acadêmico inviabilizaria a continuidade do trabalho dos profissionais, mas que em nada afetaria o movimento grevista.

Reitora destaca importância do diálogoReitora destaca importância do diálogoOutro conselheiro a se pronunciar foi o professor Edson Andrade, o qual declarou que a Universidade se fortalece por permitir a existência cordial de diferentes pontos de vista. Segundo ele, o Conselho Universitário deve deliberar sobre quaisquer temas concernentes à vida acadêmica da UFAM, sempre respeitando a multiplicidade de opiniões e pensamentos. “Eu não vejo nada que não possamos discutir aqui”, considerou. “Menos aquilo que fere direitos”, completou.

O professor Sebastião Marcelice esclareceu que dada a impossibilidade da discussão da pauta que deu origem à reunião, a única ação a fazer era o encerramento desta. O conselheiro disse que havendo necessidade, o Consuni seria acionado novamente.

Frente a isso, a presidente submeteu a proposta de encerramento da reunião por perda de objeto, a qual foi vencedora por maioria de votos.

De acordo com a reitora, a UFAM vive um momento único em sua história, o qual deve ser visto como oportunidade de aprendizado de que é possível a convivência respeitosa entre posições distintas. Segundo a gestora, a Instituição só tem a crescer dessa forma. “Nós temos toda a competência para construir a unidade na diversidade e essa unidade deve ser almejada em nome do ensino público, gratuito e de qualidade. Em nome de uma Instituição amazônica forte, inclusiva e respeitada, como a UFAM é”, afirmou.

 

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