Nesta segunda-feira, 11, começou o I Seminário Gênero e Sexualidades em Debate, com o tema “Educação, Religiosidade e Direitos Humanos”. O evento, promovido pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Sexualidades e Interseccionalidades (GESECS) em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e Qualidade de Ensino do Amazonas (SEDUC/AM), conta com o apoio do Departamento de Antropologia (DAN) e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFAM (PPGAS/UFAM).

Mesa de abertura do eventoNa abertura do seminário, estiveram presentes a pró-reitora de Gestão de pessoas, professora Dra. Kathya Augusta Thomé Lopes, representando a Reitora da UFAM, e o professor Dr. Nelcioney Araújo, vice-diretor do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL). Além destes, também esteve presente o professor Nilton Carlos, da Gerência de Diversidade do Departamento de Políticas e Programas Educacionais da SEDUC, representando o Secretário de Estado da Educação, Rossieli Soares.

Segundo a professora Márcia Calderipe, do Departamento de Antropologia e uma das coordenadoras do evento, o tema é transversal nos currículos escolares, e tem-se procurado a partir do trabalho no GESECS pensar sobre as relações de gênero e diversidades, tanto a partir de um ponto de vista acadêmico quanto de outro, a partir de políticas públicas. “Esse tema também é voltado para a questão educacional, para pensar como a escola acaba sendo um espaço de produção e reprodução de determinadas relações de gênero”, afirmou a professora.

Durante a abertura, a professora Kathya Augusta Thomé Lopes destacou a importância deste seminário para a sociedade, além da parceria da UFAM com a SEDUC. “Na maioria das vezes, o aluno graduado pela nossa Universidade vai para o campo de trabalho que é a escola da rede pública estadual de ensino. Fazer com que ele retorne à Universidade para uma formação continuada é um ganho enorme, tanto para ele, como para nós e até mesmo para o seu trabalho”, afirmou a pró-reitora.

Conferência de abertura

A conferência de abertura do evento, proferida pelo professor Dr. Felipe Bruno Martins Fernandes, do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher da Universidade Federal da Bahia (NEIM/UFBA), falou sobre o exercício da escuta ativa e sobre o que pode ser entendido com essa expressão, além de como treinar a escuta ativa para promover a diversidade. “Quando nós falamos sobre os temas de gênero, sexualidades e religiosidades, nós percebemos que os temas de gênero esbarram nas crenças individuais e coletivas. As formas como as pessoas vivenciam a sexualidade nas suas vidas privadas influenciam em como elas abordarão isso na escola”, afirmou o professor.

Para o professor, tratar deste tema é mais do que importante. Para ele, vive-se num tempo de muita violência e de muita intolerância, e nesses tempos, as pessoas se sentem confortáveis quando estão rodeadas de pessoas que se parecem com elas. “O papel da educação é plural, e como diz a Constituição Federal, é um direito de todos. Só que nós, professores, temos mais dificuldade em trabalhar com os alunos que não nos identificamos. Precisamos entender que um aluno considerado diferente tem contribuições importantes para o crescimento de todo mundo da turma. A convivência com a diversidade é fundamental para o avanço da sociedade, afinal, conviver com um caminho plural é muito melhor do que conviver com um caminho único. Escutar múltiplas vozes com certeza faz com que todos nós, tanto alunos como professores, cresçamos bem mais”, salientou o professor.

Sobre o evento

Com o objetivo de apresentar pesquisas e reflexões no campo dos estudos de gênero e sexualidades, com ênfase nos temas educação, religiosidades e direitos humanos, o I Seminário Gênero e Sexualidades em Debate ocorre nos dias 11 e 12 de maio, no Auditório Rio Amazonas, situado na Faculdade de Estudos Sociais, Setor Norte do Campus Universitário Senador Arthur Virgílio Filho, em Manaus. Além do prof. Felipe Bruno Martins Fernandes, da UFBA, o seminário também conta com a presença da professoras MSc. Flávia Melo da Cunha, do Instituto de Natureza e Cultura da UFAM, em Benjamin Constant; Dra. Tânia Welter, da Universidade Federal de Santa Catarina; e do professor Dr. Marcelo Tavares Natividade, da Universidade de São Paulo (USP), que fará a conferência de encerramento no dia 12 de maio.