A expansão universitária foi a pauta das discussões no segundo dia de atividades do forGrad norte. A reitora da UFAM, professora Márcia Perales, discorreu sobre a situação da temática no Brasil destacando conquistas e desafios. O evento, que reúne os pró-reitores de graduação da região Norte, ocorre até quarta-feira, na UFAM, no auditório da Faculdade de Direito.

Abordando o tema “A expansão do Ensino Superior: uma política de estado ou um programa de governo?”, a gestora da UFAM argumentou que não é possível compreender a educação superior brasileira sem considerar contexto social, político e econômico do país. “Quando nós olhamos para os outros países e identificamos outro nível de educação, nós precisamos levar em conta que a educação superior da qual estamos falando é de um país que tem dimensões continentais e que tem também contradições internas muito grandes”, iniciou a professora, ao afirmar que conhecer essa relação (educação-contexto) é fundamental para se fazer qualquer estudo sobre a temática. “Nós temos um conjunto de desafios que tem ligação direta com essa análise que nós fazemos em âmbito mais amplo, em âmbito mediano, em âmbito local”, disse.

Reestruturação e expansão devem caminhar juntas, afirma Márcia PeralesProfessora Márcia Perales defendeu a educação como bem público que deve ser tratado como prioridade nacional devido ao caráter transformador que possui. Segundo ela, se não houver esse entendimento acerca do assunto, não haverá condições para se pensar e melhorar a educação brasileira, quer posta como programa de governo, quer como política estatal. “Esse é um princípio central, crucial, para nós entendermos esse movimento de crescimento, de desenvolvimento inequívoco do ensino superior do nosso país”, afirmou, mostrando dados da expansão das universidades federais nos últimos 14 anos, como por exemplo, a ampliação do número de instituições federais de ensino superior (ifes), que de 2001 a 2011, cresceu 55,02%, passando a compreender 284 instituições em todo o país.

O Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) foi apontado pela reitora como o responsável pela atual situação das instituições de ensino superior públicas.  De acordo com a professora, com relação ao aspecto expansionista, as metas estão sendo atingidas, mas em se tratando da reestruturação, há ainda objetivos a serem atingidos. “A expansão precisa ser acompanhada de um novo olhar, das novas metodologias, da nova integração, e nós não tivemos um processo pari passu (igualitário) em relação a isso”, comentou.

O ForGrad – Norte 2014

Reuni permitiu expansão, diz reitora.Organizado para se constituir um espaço de discussões dos grandes temas relativos à educação superior no Brasil, o Fórum de Pró-reitores de Graduação da Região Norte (forGrad-Norte), na edição de 2014, analisa o Plano Nacional de Educação Superior, viabilizando a troca de experiências acerca de subtemas como a aplicação de políticas institucionais para a expansão e interiorização das universidades federais. “Nós esperamos que os desdobramentos desses três dias possam ser de mais trabalho, no que diz respeito a pensar soluções para enfrentar os desafios que nós encontramos no nosso dia a dia”, declarou o pró-reitor de Ensino de Graduação da UFAM, professor Lucídio Rocha.

Segundo o professor, dois dos desafios que as universidades têm de enfrentar são aumentar o número de vagas nos cursos de graduação e, especialmente, de licenciados para atuar na educação básica. Para o responsável pela Proeg, as respostas passam necessariamente pela reflexão do que está sendo feito tanto na área de acesso ao ensino superior quanto da formação dos estudantes universitários.  “Nós temos de olhar para os nossos cursos de licenciaturas e ver como nós estamos formando os nossos professores, porque fazendo essa análise é que nós poderemos nos preparar para desempenhar o nosso papel na implementação do PNE”, informou o professor se referindo à forma de solucionar a questão da formação docente.