III edição do Sima inicia com homenagem a maestro Nivaldo Santiago

 
Maestro recebe certificado da reitora, professora Márcia PeralesMaestro recebe certificado da reitora, professora Márcia Perales
Em cerimônia que reuniu alunos, professores e artistas amazonenses no Teatro Amazonas, a reitora da Ufam, professora Márcia Perales e o vice-reitor, professor Hedinaldo Lima concederam outorga de Professor Emérito ao maestro Nivaldo de Oliveira Santiago, que ao longo de mais de 60 anos, vem se dedicando ao desenvolvimento do Canto Coral no País, sendo pioneiro na criação de corais desde São Paulo, e principalmente no Norte, onde o Coral “João Gomes Jr.”, está em atividade, em Manaus, AM, desde 1956, por sua iniciativa. Ele também criou e dirigiu por vários anos o Coral Universitário, o Madrigal “Camerata de Belém”, e a Orquestra da Universidade Federal do Pará, bem como o Coral Universitário do Amazonas, atuando igualmente como responsável pela transformação do Conservatório de Música Joaquim Franco em unidade acadêmica da Universidade do Amazonas, em 1968, sendo diretor do antigo Instituto de Letras e Artes, hoje Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL). Em 2009, o maestro foi homenageado com o livro “Nivaldo Santiago: uma Amazônia em música” por seus 80 anos e pela criação do Coral João Gomes Júnior. 
 
A homenagem coincide com a realização da III edição do Simpósio Internacional de Música na Amazônia, que acontece no Amazonas pela primeira vez. O simpósio, que acontece até o dia 7 de novembro, focaliza a produção acadêmica, científica e artística, nas subáreas da música: etnomusicologia, culturas tradicionais, educação musical, performance, teoria musical, entre outras, visando a produção de conhecimento e a formar olhares multidisciplinares de pesquisa.

Durante a solenidade de concessão de professor emérito, em pronunciamento o coordenador do Departamento de Artes da Ufam, professor Jackson Colares da Silva, fez um apanhado da trajetória de vida do homem dedicado à música, como professor, compositor e regente, pioneiro na introdução da música no Amazonas. Nascido em Boa do Acre, transferiu-se ainda menino, com família, para Turvo, cidade de Santa Catarina, onde se iniciou na música. Aos 16 anos, estreou como regente de coro, na apresentação do coral do colégio.

Maestro se pronuncia, em agradecimento à comunidade acadêmica Maestro se pronuncia, em agradecimento à comunidade acadêmica

Com os servitas, na Itália, onde teve a oportunidade de apresentar-se com conjuntos vocais e instrumentais. No Brasil, foi aluno de Ângelo Camin, formador de uma geração de organistas, na cidade de São Paulo. Especializou-se em Musicologia, sob orientação do professor Macário Santiago Kastner, em Lisboa, Portugal, como bolsista da Fundação “Calouste Gulbenkian”. Frequentou cursos de composição, regência coral e orquestral com João Gomes Jr., Emerich Csamer, Fritz Iöede e Michel Corboz, no Brasil e no exterior.

O coordenador citou a contribuição do maestro para com a Universidade Federal do Amazonas, iniciado logo depois da transferência do Conservatório de Música Joaquim Franco para a Universidade do Amazonas em 1968. Por meio do decreto 1292, de 30 de dezembro de 1968, determinava que o conservatório seria transferido para a FUA, sob a condição de o mesmo funcionar, dentro de um ano, uma escola superior de música. Em 1972, o Conselho Universitário criou o Departamento de Música  e em mwados de 1979, um novo momento se iniciava com a transformação do Conservatório em setor de Artes da Universidade. 

"Pessoalmente, digo neste momento solene, que foi o trabalho do maestro Nivaldo que me trouxe para a música, que criou espaços para os estudos e me instigou a realizar estudos avançados no Brasil e no exterior. Graças a ele, o Departamento de Artes contabiliza a formação, com qualidade, de mais de 800 profissionais nas áreas de Música e Artes Visuais, por isso, nosso muito obrigado", disse. 

A reitora, professora Márcia Perales, disse que a concessão do título de de professor emérito no Teatro Amazonas tem todo um significado. "A sua relação com a música, a poesia, nos dá algo singular. O senhor nos honra com sua contribuição já dada ao Amazonas, ao Brasil, à Universidade e a contribuição que ainda dará. A nossa vida fica muito mais doce, mais prazerosa, quando conseguimos nos relacionar com a música, com a arte, com a poesia, com o processo de humanização, que não pode ser uma condição. 

"É muito reconfortante a um homem de mais de 80 anos, ouvir palavras tão bonitas em pleno século XXI. Espero fazer jus à lembrança de todos que me trouxeram aqui. Ainda não acredito que isso aconteceu e continuo me emocionando", disse o maestro, que recebeu o certificado das mãos da reitora. 

Após a homenagem foram interpretadas canções pela Orquestra Sinfônica e Madrigal Amazonas da Universidade do Estado do Amazonas e recitadas poesias de Fernando Pessoa, Tenório Telles, Thiago de Mello, Luiz Bacellar, Mario Quintana, Carlos Nejar e Frederico Garcia Lorca.  

III Sima - A reitora deu início à III edição do Simpósio Internacional de Música Na Amazônia, que terá entre alguns assuntos a serem abordados "Desafios da Pesquisa em Etnomusicologia na Amazônia", "Economia Criativa e Música", Música e Cérebro: Desafios e Contribuições da Temática para o Ensino Superior", "(Des) Problematizando A Leitura Musical: Contribuições da Psicolinguistica", "Orquestra, Coral, Comunidade e Instituição". 

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