Acadêmicos da Ufam relatam como é a vida de estudante

Túlio Rodrigues, estudante do 1º período de MatemáticaTúlio Rodrigues, estudante do 1º período de Matemática

Três estudantes da Ufam contam como é a vida de quem está cursando a graduação, o mestrado e o doutorado. Três histórias que mostram a garra e determinação de quem decidiu investir no conhecimento.  Confira aqui a homenagem da reitora da Ufam, professora Márcia Perales, aos estudantes: 

https://www.youtube.com/watch?v=dF-3kPx8P1A

Túlio Rodrigues, Manuela Dantas e Dilson Teixeira são, respectivamente, estudantes dos cursos de graduação em Matemática, mestrado em Ciências da Comunicação e doutorado em Física. Em distintas etapas de vida e de estudos, os três relatam como é a rotina de estudante.

Cursando o primeiro período do curso de Matemática, Túlio, tem 19 anos, é solteiro e mora com a família. Recém-chegado à Universidade, o estudante sente ainda os efeitos da mudança no grau de escolaridade. “O curso é bastante puxado e meio complicado também. Está sendo difícil me adaptar à correria e também tem a dificuldade de entender os conteúdos”, confessa Túlio, que além do curso na Ufam pela manhã, faz um curso técnico à noite e trabalha à tarde. “Eu preciso trabalhar porque eu ajudo em casa e o curso à noite é para contribuir no trabalho. A empresa paga para mim”, diz.

Túlio aproveita todo tempo livre para estudarTúlio aproveita todo tempo livre para estudar

Para dar conta de tudo, o calouro levanta às quatro horas da manhã para estudar durante uma hora. Às cinco e meia, já está na parada de ônibus seguindo para a Ufam. “Eu chego cedo para ter tempo de estudar”, informa o acadêmico que aproveita qualquer oportunidade para pôr os estudos em dia. “Eu estudo no ônibus, na parada e no trabalho, quando tenho uma folga”, e mesmo com tanto esforço, ele revela que já pensou em desistir do curso. “Teve uma semana que eu despenquei porque eu não estava mais aguentando, mas já me recuperei”, comemora. “Eu sempre gostei de Matemática e sempre quis ser professor. Eu sei que não vai ser fácil, mas eu vou continuar e vou terminar porque é o que eu gosto de fazer”, afirma convicto. “E eu pretendo fazer mestrado e doutorado”, afirma.

Manuela precisa equilibrar os papéis de mãe e estudanteManuela precisa equilibrar os papéis de mãe e estudantePara Manuela Dantas, a vida de estudante é uma verdadeira aventura. Aos 37 anos, casada e mãe de três crianças, conciliar os estudos aos papéis de dona de casa, esposa e mãe nem sempre é fácil. “Enquanto estudante, tenho de me dedicar às disciplinas obrigatórias e optativas que fazem parte da estrutura curricular do meu PPG, publicar artigos, participar de congressos e fazer as pesquisas necessárias para concluir a dissertação. Enquanto mãe, tenho de estar sempre disposta para ajudar nas tarefas da escola, levar ao pediatra, brincar e manter uma rotina saudável para meus filhos”, diz a mãe de Mateus de 7 anos e dos gêmeos, Artur e Elis, de 5.

Mateus visita a Ufam durante as orientações da mãeMateus visita a Ufam durante as orientações da mãeSegundo a mestranda, disciplina é a palavra-chave para alguém que tem tantas responsabilidades. “Tento manter uma disciplina no que se refere às horas de estudos e etapas do meu projeto de pesquisa, no entanto, para uma mãe de três filhos, nem sempre é possível cumprir todas as atividades de maneira tão “exata”, reconhece. “Minha rotina de estudos é feita a partir da rotina dos meus filhos. Enquanto eles estudam, eu estudo. Quando percebo que estou atrasada em alguma leitura ou quando preciso fazer algum artigo, por exemplo, tenho que encontrar novos horários. Daí, quando eles dormem, eu estudo”, conta.

De acordo com Manuela, a maior dificuldade de um mestrando é cumprir os prazos estabelecidos pelo PPG. “É a pior parte para mim. Temos apenas dois anos para concluir as disciplinas e atender a todas as outras demandas do curso”, confessa.

Apesar de todas as manobras que Manuela precisa fazer para concluir o mestrado, a estudante se mostra otimista ao dizer o que para ela são os louros da vida dedicada aos livros. “A vida de estudante tem ‘vida’. Estamos sempre aprendendo, começando novos projetos, conhecendo pessoas e lugares. O conhecimento que aprendemos em sala de aula e no processo de pesquisa é inquestionável. Mas a sala de aula também nos traz novas amizades, que são bens tão preciosos quanto o conhecimento que adquirimos”, declara Manuela.

Dilson deixou a família e amigos para fazer pós-graduação em ManausDilson deixou a família e amigos para fazer pós-graduação em Manaus

Já o doutorando Dilson, aos 36 anos, deixou Boa Vista (RR) há sete anos para iniciar os estudos de pós-graduação na Ufam. “Lá não tinha e a oportunidade se abriu aqui. Eu vim para o mestrado e continuei”, informa. Para ele, ser estudante de doutorado, às vezes, é estressante, pois requer maior responsabilidade e compromisso. “Tem muitas cobranças. Você é livre para desenvolver o seu trabalho, mas existem os prazos para isso. Então não tem sábado, domingo ou feriado. O que você precisa fazer, você tem de fazer”, enfatiza o estudante que está prestes a concluir o curso.

"O caminho não é fácil, mas vale a pena", diz o doutorando Dilson Teixeira"O caminho não é fácil, mas vale a pena", diz o doutorando Dilson Teixeira

Nessa fase dos estudos, Dilson relembra a trajetória percorrida. Segundo ele, a distância da família e as dificuldades financeiras, aliadas às demandas do PPG foram os maiores obstáculos encontrados no caminho. “Pensei em desistir por algumas vezes porque quando você encontra uma barreira, que pensa ser intransponível, e está longe de casa, você fica a um passo de desistir”, comenta.

Apesar de tudo, o futuro doutor em Física afirma que até os momentos difíceis tornaram-se boas lembranças e que eles contribuíram para o seu crescimento pessoal. “Tudo é muito prazeroso quando você se esforça muito, traça uma meta e corre atrás disso. O caminho não é fácil, você precisa ser forte para superar, mas vale a pena”, assegura.

 

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