Ufam comemora primeira defesa de dissertação do Instituto Natureza e Cultura de Benjamin Constant

Pesquisadora fez um quadro comparativo entre a educação intercultural Tikuna adotada no Brasil e na Colômbia

 

O trabalho é resultado de dois anos de pesquisa nas comunidades Filadélfia (Brasil) e Macedonia (Colômbia), ambas com contingente Tikuna. A pesquisadora Shirlane Pantoja da Silva analisou os impactos socioculturais oriundos das práticas de organização e produção do conhecimento na educação escolar indígena (escola básica) sob o viés da fronteira, da etnicidade e da Interculturalidade.

Segundo a pesquisadora, o trabalho consistiu em trazer elementos para pensar a formulação e a aplicação do conhecimento intercultural não apenas na educação básica, mas em formação de nível superior. A pesquisa foi orientada pela coordenadora do Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), professora doutora Marilene Corrêa da Silva Freitas.

Por se tratar de um momento histórico para a Universidade Federal do Amazonas, a defesa da primeira dissertação do Instituto Natureza e Cultura de Benjamin Constant contou com a presença da reitora da Universidade, professora doutora Márcia Perales Mendes Silva, a qual destacou, durante seu pronunciamento, os constantes investimentos na interiorização da Ufam para oferecer as condições adequadas à produção de conhecimento. “Temos uma estrutura nova. Saímos de dois mil metros quadrados para mais de dez mil; investimos mais de dez milhões de reais em infraestrutura predial. O investimento em manutenção de equipamentos também exigiu aproximadamente dez milhões de reais. Os recursos destinados a Benjamin Constant possibilitam que mais de 1300 alunos estudem no INC e que mais de 600 tenham o apoio de bolsas assistenciais e acadêmicas. Tivemos também a contratação de mais de cem servidores em Benjamin. Esse somatório de ações é para que tenhamos boas condições e de trabalho e, consequentemente, o fomento ao ensino, à pesquisa, à Extensão e à formação de novos recursos humanos. Quando fazemos referência a isso, chamamos atenção para a impressão digital da Ufam que é a excelência acadêmica com compromisso social, essa excelência que nos traz momentos como este da primeira defesa de dissertação do Instituto.

Ela também elogiou a postura do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia por ter aceitado o desafio da interiorização. “O     PPGSCA poderia ter dito não alegando sobrecarga; que não teria condições de responder a essa demanda tão importante para o Instituto e para a sociedade amazonense e brasileira, mas o programa disse sim, pela segunda vez. Em nenhum momento disse que não seria possível, ao contrário. Quero, nesse momento, fazer um agradecimento público ao Programa Sociedade e Cultura pela postura, pela decisão, determinação e empenho em fazer com que hoje nós estejamos vivendo esse momento histórico.

 

A presidente da banca examinadora e coordenadora do PPGSCA, professora Marilene Corrêa, destacou que o Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura da Amazônia reafirma as identidades de compreensão da realidade regional. “Essa realidade regional não é só urbana, não é só da relação de Manaus com o Brasil, é da relação da Amazônia profunda com o Brasil, da Amazônia indígena, da institucionalização da nação na parte mais distante da capital, do sentido que a Universidade adquire para as populações ribeirinhas, para os povos indígenas, para as novas institucionalidades em curso curso na Amazônia brasileira e especialmente é importante porque redefine o papel e o lugar que a Universidade tem e que os novos acadêmicos terão diante dos desafios do desenvolvimento da Amazônia no futuro. Essas são algumas das dimensões em que nós acreditamos. O estudo tem mais vigor quando parte da realidade”, ressaltou a coordenadora do PPGSCA.

 

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, professor doutor Gilson Monteiro, destacou o fortalecimento do processo de interiorização da Universidade e as parcerias com demais instituições para oferecer mais qualificação acadêmica às Unidades da Ufam no interior do Estado. “Estamos em negociação com a Fapeam. Vamos ter que definir os novos cursos que virão para cá. Nossa meta até 2017 e oferecer 30 vagas de mestrado e 15 de doutorado em Benjamin Constant e que essa mesma quantidade seja oferecida nas outras unidades da Ufam no interior do estado.”

O diretor do INC, professor doutor Agno Acioli, destacou que o momento é de orgulho para o Instituto. “Certamente é a primeira de muitas dissertações e teses que virão. Mas o importante a destacar é que não se tata apenas de uma defesa relacionada a um problema dentro do território brasileiro, mas em relação a um povo que está tanto no território brasileiro, quanto no colombiano e  peruano. O que sabemos é que nossos professores e pesquisadores são firmes no compromisso com essa região e com o povo do Alto Solimões, cumprindo assim o papel do INC e da Universidade”.

A defesa de dissertação foi realizada na noite desta segunda-feira, 7, no auditório do Instituto Natureza e Cultura de Benjamin Constant. A banca examinadora foi composta pela professora Marilene Corrêa (presidente), e teve como membros os professores doutores Rosemara Barros Staub e Gilson Vieira Monteiro.

                                                                                

 

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