Tendo como princípios a sustentabilidade, a prevenção, a precaução, a integração e o acesso livre e irrestrito às informações, a reitora da Universidade Federal do Amazonas, professora Márcia Perales oficializou, nesta quarta-feira, 11, o lançamento da Política Ambiental para a Instituição. 

Na oportunidade, a gestora assinou, juntamente com Kamila Amaral da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Kátia Helena Serafina Cruz Schweichardt da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmas) e Virgílio Viana da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), um protocolo de intenções, por meio do qual, comprometem-se a trabalhar para a preservação ambiental do campus e do seu entorno.  

Em solenidade promovida no auditório da Faculdade de Estudos Sociais (FES), no setor Norte, Márcia Perales tornou públicos os instrumentos dessa política ambiental, que engloba planos, programas, projetos e serviços relativos ao zoneamento e educação ambientais, proteção da fauna e da flora, consumo consciente, eficiência energética, gestão das águas, gestão de resíduos, monitoramento e controle de qualidade. As outras iniciativas são: o monitoramento e controle de qualidade do ar, recuperação de áreas degradadas, construções sustentáveis, produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologias inovadoras e, por fim, a gestão de riscos e impactos ambientais. 

Na abertura do evento, a reitora compôs a mesa juntamente com o vice-reitor, professor Hedinaldo Lima, além de outras autoridades e gestores de órgãos ligados à política ambiental, a exemplo do representante do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Geandro Guerreiro Pantoja, a diretora do CCA, professora Terezinha de Jesus Pinto Fraxe e do presidente do Conselho da Área de Gestão Ambiental da Ufam, Angeline Ugarti Amorim.

À mesa estavam também, a secretária municipal de Meio e Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semmas), Kátia Helena Serafina Cruz Schweichardt, bem como do diretor da Adua, professor José Michiles, além do representante de Diretório Central dos Estudantes (DCE/Ufam), Alex Chang.

Antes dos pronunciamentos de autoridades, as alunas da escola municipal Francisca Góes, as estudantes Kamila Rezende e Aldemízia Silva, apresentaram uma paródia com a poesia de Thiago de Mello, o Estatuto do Homem, em homenagem ao agricultor ribeirinho. Na sequência, o representante do DCE, André Felipe Morais, fez uso da palavra e lembrou a questão ambiental como um tema cada vez mais recorrente.

“Esperamos, acima de tudo, ver responsabilidade e eficiência na condução do projeto. Estaremos dispostos a trabalhar juntos para que possamos alcançar as metas propostas”, disse.

O diretor da Adua, professor José Michiles, lembrou ter participado há mais de 48 anos, da assinatura de processos indenizatórios para remoção de antigos proprietários de terra inseridos na área verde federal da Ufam.

“Àquela época já vivíamos uma gestão visionária, na qual se sonhava fazer desta, a maior instituição incrustada em perímetro verde numa zona urbana. Hoje, estou com 72 anos e torço para esta intenção ser a garantia de um futuro sustentável para nossos netos”, salientou o diretor. 

Em seguida, a presidente do Conselho da Área de Gestão Ambiental da Ufam, Angelina Ugarte, falou que a partir da implantação da política, será possível regulamentar normas e posturas.

“Estamos felizes pela valorização do maior fragmento de floresta da nossa região”, afirmou. 

A diretora do Centro de Ciências do Ambiente (CCA), professora da Faculdade de Ciências Agrárias, Terezinha Fraxe, gestora do órgão responsável pela elaboração da política, ratificou a coragem, força e alegria para se instituir a política.

“Falo de força e coragem porque não será tarefa fácil. Vai envolver todos que aqui estão e os que não puderam estar. Trabalharemos as adjacências, as escolas, a consciência de nossos alunos e todos que militam na área ambiental, sejam Organizações Não Governamentais ou não” disse ela.

Enquanto as autoridades se pronunciavam, imagens da fauna e flora da Universidade Federal do Amazonas eram exibidas em dois telões. Os registros, feitos por Kydroges Roges, receberam menção e agradecimentos por parte do vice-reitor, professor Hedinaldo Lima.

“As ações apresentadas só poderão ser passíveis de implantação se houver colaboração de quem vive a Universidade e os moradores do entorno, dessa forma, poderemos ver e observar com orgulho as inúmeras espécies de animais e plantas, imprescindíveis para desenvolver o conhecimento”, ratificou.  

Ainda durante os pronunciamentos, a secretária da Semmas, Kátia Helena Serafina Cruz Schweichardt, salientou que antes dessa colaborações entre os entes, a universidade se limitava a um fragmento ambiental urbano.

“Estar à frente de um cargo diretivo requer um exercício diário de mediação de conflitos de interesse, além de sermos costumeiramente taxados como contrários ao desenvolvimento. Se nosso Estado é muito preservado, o mesmo não pode se dizer do município, que não é beneficiário das políticas direcionados ao Polo Industrial de Manaus. Entre as causas disso, estão a migração, o crescimento desordenado. Esta política vem a contribuir bastante para que mudemos essa realidade”, frisou.  

A afirmação da titular da Semmas foi ratificada pelo superintendente substituto do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Geandro Guerreiro Pantoja.

“Conseguimos reduzir de 1.200 quilômetros quadrados para 500 quilômetros quadrados a área de desmatamento, por ano. Esses dados positivos podem ser observados a partir de um levantamento específico,os quais observei que fazem parte da estratégia da Ufam, que é o monitoramento, georreferenciamento e geoprocessamento”, destacou. 

A titular da SDS, Kamila Amaral, chamou atenção para a importância da participação da Ufam e seu papel fundamental na influência da sociedade. "Interessante colocar essa manisfestação de de apoio a este momento em que a Secretaria afirma parceria para ajudar na elaboração da política ambiental de função estratégica que a Universidade exerce com o corpo acadêmico de discentes e docentes e com a influência que a Ufam exerce na sociedade amazonense".

Antes de declarar o lançamento da política como oficial, a reitora explicou que a política demandou tempo, planejamento e encaminhamentos necessários para poder ser apresentado.

“Essa política não nasce de uma portaria, mas de uma preocupação coletiva. Em dados momentos, questionaram-nos a razão de as medidas demorarem a ser tomadas, mas é preciso entender que essas decisões não poderiam ser suprimidas a discussões e instâncias colegiadas. Finalmente, chegamos aqui, para cumprir ações que terão concretude”, garantiu.

Na plateia do auditório da FES estiveram presentes, ainda, 13 lideranças comunitárias de cidades do interior do Amazonas, entre eles, Alcione Meireles, a quem cabe gerenciar, junto com as populações tradicionais e ribeirinhos, o uso adequado da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Mamirauá, uma área de mais de 1 milhão e 120 mil hectares.

O superintendente geral da FAS, Virgílio Viana, fez referência aos líderes comunitários, considerando-os guardiões da floresta.

“Trazê-los a este espaço é importante para estabelecer intercâmbio de conhecimentos, tanto que sugiro, nesta oportunidade, que as RDSs sejam utilizadas para produção de pesquisas, algo que nos deixará orgulhosos por contribuir com o futuro não apenas de quem está na mata, mas de quem cuidará para prover a melhor relação da mata com seus moradores”, disse Viana.

Com a proposta do gestor da FAS, a secretária da Semmas observou que a Ufam vem conseguindo estabelecer uma proximidade entre os órgãos que não estão tão próximos do campus.

“A Universidade conta com uma capilaridade maior nos dias de hoje, do que quando eu estive aqui como aluna de graduação e de mestrado. Quero acreditar que estabelecendo esses laços, possamos fazer da Ufam, uma Área de Proteção Ambiental (APA), para se somar as 13 já existentes”, planejou.

Reiterando a declaração da secretária da Semmas, Kamila Amaral da SDS salienta os apoios e parcerias: "Apoiamos essa ação durante todo o processo de elaboração da política ambiental nos últimos meses. É importante ressaltar que os outros parceiros vão ficar mais fortalecidos no interior do Amazonas.   

Com a assinatura do documento, a reitora, professora Márcia Perales, afirmou ser defensora das parcerias.

“Os acordos otimizam as ações e isso significa dizer que, respeitando a natureza, as especificidades que aqui estão, conseguiremos focar nossos interesses em bens comuns”, disse.

Concurso de fotografia

Com a finalidade de chamar a comunidade acadêmica a participar do lançamento da política de meio ambiente da e para a Ufam, o Centro de Ciências do Ambiente promoveu um concurso cultural fotográfico, em que foram premiados os alunos Carlos Henrique Rodrigues Pinto, estudante de Design; Igor Santiago Martins, estudante do curso de Psicologia e a aluna Juliana Rosa, do curso de Estatística.

As categorias foram cotidiano, fauna e flora. Ao todo, 87 registros fotográficos foram submetidos à avaliação de uma banca composta por três jurados.  

Juliana Rosa, de Estatística, venceu na categoria ‘Cotidiano’; o estudante de Design Carlos Henrique Pinto, na categoria ‘Flora’; e Igor Santiago, de Psicologia, fez a melhor foto da ‘Fauna’ do campus.

Texto: Carla Santos 

Assessoria de Imprensa da UFAM
(92) 3305-1480

Anexos:

Carta: Mãe Terra 1	[ ]	464 kB
Carta: Mãe Terra 2	[ ]	452 kB
Carta: Mãe Terra 3	[ ]	388 kB
Estatuto da Vida	[ ]	73 kB
Protocolo de Intenções - 11 de junho de 2014	[ ]	216 kB
Política Ambiental	[ ]	3756 kB