PPG-CASA reúne estudiosos de países de Língua Portuguesa para discutir Ciências do Ambiente e Sustentabilidade em Seminário
O programa de pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (PPG-CASA), da Universidade Federal do Amazonas deu, início nesta terça-feira, 6, no auditório Eulálio Chaves, setor Sul da Instituição, o III Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia e XVI Encontro da Rede de Estudos Ambientais de Países de Língua Portuguesa, reunindo especialistas nacionais e internacionais e representantes de entes governamentais das esferas municipal e estadual.
Criada para fortalecer o intercâmbio e a cooperação acadêmica entre instituições de ensino e pesquisa de países de língua portuguesa, desde sua fundação, no ano de 1997, a REALP realiza encontros anuais, alternadamente em seus países membros: Brasil, Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde. Nesses encontros, além das questões ligadas à operacionalidade da REALP, são apresentados também os resultados das pesquisas, o que transformou esses eventos em um fórum de discussão de temas científicos atuais, e um espaço privilegiado para consolidar intercâmbios.
Considerando que a diversidade cultural é tão necessária para as sociedades assim com a biodiversidade o é para os ecossistemas, o III SICASA e o XVI Encontro da REALP propuseram para esta edição do Seminário e Encontro, o diálogo acadêmico sobre a dimensão cultural da sustentabilidade, cujo tema central foca na “Interculturalidade e Sustentabilidade” como parte do reconhecimento de que, enquanto historicamente o centrismo cultural representa o primeiro fenômeno sobre o qual se construíram as estruturas civilizatórias etnocêntricas, nacionalistas e racistas, vivencia-se, no presente, um processo acelerado de hibridização e homogeneização cultural decorrente da globalização. Por outro lado, afirma-se que a ideia de sustentabilidade traz o futuro para o presente e propõe uma concepção original e revolucionária de processo civilizatório. A visão de sociedades sustentáveis requer soluções para desafios da vida coletiva de cidadãos culturalmente diversos. Assim, mais que uma ciência para a sustentabilidade, torna-se necessária a formulação de abordagens científicas e políticas interdisciplinares e transversais fundamentadas em um intercâmbio intercultural permanentemente crítico, capazes de identificar e fazer frente aos desafios interculturais implícitos ao anseio do desenvolvimento pacífico e justo dos povos.
Na abertura do evento, a mesa foi composta pelo reitor em exercício da Ufam, professor Hedinaldo Lima, pela secretária municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Kátia Helena Serafina Cruz Schweickhardt, pela diretora-presidenta da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapeam), Maria Olívia de Albuquerque Ribeiro Simão, o coordenador geral do evento e do PPGCASA, Henrique dos Santos Pereira, além do reitor da Universidade de Brasília, professor Ivan Marques de Toledo Carvalho e a reitora da Universidade de Cabo Verde,professora Judite Nascimento e o representante do Tribunal de Justiça do Amazonas, Adalberto Carim Antônio, juiz de Direito da Vara Especializada de Meio Ambiente e de Questões Agrárias.
Em seu pronunciamento, o reitor em exercício, professor Hedinaldo Lima, destacou a participação de muitas e importantes universidades de países de Língua Portuguesa.
"Aqui temos reitores de diversas instituições que apresentarão e ouvirão resultados de pesquisas desenvolvidas de forma conjunta e também, participarão de debates os quais são indispensáveis pelo momento em que vivemos, que é o de Sustentabilidade e de preservação do meio ambiente", explicou ele. A cada dois anos, ainda como afirmou o pró-reitor, o Seminário é promovido, buscando consolidar um dos mais importantes eventos entre os cursos de pós-graduação na área das ciências ambientais na região.
O coordenador da disciplina "Seminários do curso de Pós-Graduação" do doutorado do PPGCASA, professor Néliton Marques, que também é diretor da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), afirmou que a Ufam cumpre com qualidade uma agenda extremamente importante, inserindo nos contextos urbano e rural, temas concernentes à política social e político-ambiental do evento.
"Só temos a ganhar, porque estabelecemos uma sinergia para fortalecer os nossos programas e nossas linhas de pesquisa. Aqui é um espaço extremamente rico para isso, por contar com essa capilaridade em um amplo diálogo", salientou.
Programação - Nesta quarta-feira, 7, a programação ficará por conta das sessões temáticas "Políticas de Proteção dos Bens Culturais e do Ambiente", "Áreas protegidas, Comunidades Tradicionais e Inclusão Social", "Governança Ambiental e Participação Social".
Na quinta-feira, 8, as sessões temáticas continuam, com os temas: "Desenvolvimento Territorial, Local e Cidades", "Agricultura, Extrativismo Sustentável e Tecnologias Ambientais", mais "Água, Energia e Saneamento Ambiental".