Profissionais e pais de superdotados debatem os desafios acadêmicos e socioemocionais das pessoas com altas habilidades


O encontro foi realizado na tarde desta quarta-feira, 19, no auditório Rio Jatapu da Faculdade de Educação, e abordou as características de superdotados, tipos de atendimentos voltados a pessoas com altas habilidades. No mundo, estima-se que 3% da população seja de pessoas com altas habilidades.

 Durante o evento, foi apresentado o Núcleo de Atividade de Altas Habilidades/Superdotação (NAAHS), que consiste em um programa desenvolvido pelo Ministério da Educação com o objetivo de apoiar os sistemas de ensino para atender os desafios dos alunos com altas habilidades. No Amazonas, o programa existe desde 2006 e é executado na Escola Estadual Mayara Redman, zona Centro-sul de Manaus.

Também foram apresentados os resultados de pesquisas realizadas em torno do tema, como a da pesquisadora Helândia Feitoza Milon, que analisou os talentos indígenas da etnia Mura, no município de Autazes - Aldeia Trincheira. A pesquisadora constatou lideranças espontâneas, a criatividade e o talento de elevado grau de qualidade nas artes da aldeia pesquisada.

O momento foi a oportunidade para que os pais contassem a experiência de lidar com filhos superdotados. A advogada Deborah Farias disse que percebeu logo cedo o interesse da filha Helena pela leitura. “Havia algo diferente nela. Não gostava de brincar e só tinha interesse pelos livros e por Química. Ela não se comportava como as pessoas haviam dito que ela se comportaria dentro dessa e daquela idade. Era precoce, fugia de todo e qualquer roteiro e, no início, isso me assustou um pouco. Mas hoje sei que é necessário um sistema educacional que dê suporte a tanta criatividade e rapidez e é pela felicidade dela que estou aqui na Universidade”, afirmou a advogada.

 

Gabriel Prata, 9, é destaque onde estuda e o orgulho da mãeGabriel Prata, 9, é destaque onde estuda e o orgulho da mãe
Outro protagonista do Encontro de Altas Habilidades é o estudante Gabriel Prata, de 9 anos. Ele está na quarta série; quer ser arquiteto e, por enquanto, é famoso por terminar as tarefas passadas pelos professores num piscar de olhos. Além disso, ele gosta de desenhar e inventar coreografias para as músicas da Igreja que frequenta. “Como termino minhas tarefas logo, posso ajudar meus colegas e depois desenhar casas e levar para o meu pai, que é engenheiro, avaliar meus projetos”. Gabriel é o orgulho de dona Ivanilza, a mãe do menino-prodígio. “Parei de estudar cedo por problemas de saúde, mas o Gabriel é muito independente, procura soluções inovadoras para tudo o que considera desafio. O irmão mais novo, de 3 anos,  já se inspira nele e sabe manusear o computador com muita desenvoltura. Fico impressionada”.

 

 

Professora Maria Alice Becker - coordenadora do Encontro de Altas Habilidades e SuperdotaçãoProfessora Maria Alice Becker - coordenadora do Encontro de Altas Habilidades e Superdotação

 

Para a coordenadora do evento, professora Maria Alice d'Avila Becker, é preciso que se criem condições favoráveis para que os alunos com altas habilidades/superdotação  desenvolvam plenamente as potencialidades. “Essa rapidez para aprender e a extrema criatividade têm que ser trabalhadas de forma adequada e é por isso que a Universidade está discutindo como viabilizar o atendimento dessas pessoas. Em muitos países, esses alunos são pinçados para colaborarem com altos estudos. É preciso orientar tanta inteligência, pois muitas vezes, a pessoa é superdotada mas começa uma coisa, depois se interessa por outra e acaba sem concluir nada.”

 

 

 

 

 

 

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