Assim como o Brasil consolida sua posição fundamental no contexto da economia internacional, a Amazônia suscita cada vez mais o debate sobre subsídios financeiros. Nesse sentido é que iniciaram as discussões na quarta edição da Semana do Curso de Economia nesta última terça (25) na Faculdade de Estudos Sociais.

Com o tema Brasil e Amazônia, iniciou a IV Semana do Curso de Economia. Trazendo discussões sobre panorama econômico do País ante ao comércio exterior, sobre oportunidades de carreiras para o economista, entre outros. A temática escolhido através de pesquisa realizada junto ao corpo discente durante a edição da semana em 2013, quando foi apontado o interesse nessa abordagem que condensa também um forte conteúdo de relações internacionais e ciência política.

Segundo um dos coordenadores, professor Mauro Thury, a realização da semana, além de firmar a continuidade do evento, é importante para que os alunos tenham ideia do contexto em que estão inseridos, “mesmo que depois venham a trabalhar com outros objetos posteriormente, como, por exemplo, consultoria, projetos para o Pólo Industrial de Manaus. Podem ganhar subsídios para suas análises através do que acontece no contexto internacional, até para argumentar em favor de determinado projeto”, comenta.

Oportunidades de negócios e carreiras também são outro aspecto abordados durante a programação da Semana, com objetivo de mostrar para o aluno que existem possibilidades ligadas ao comércio exterior. Para isso foram organizadas duas mesas redondas, onde economistas vão falar de oportunidades de trabalho envolvendo a área internacional. “Então, mostrar que existem carreiras nesse ramo, como no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior se tem a carreira de analista de comércio exterior, se tem também as pessoas que buscam se transformar em agentes de comércio exterior. Fazê-los conhecer essas possibilidades de inserção no mercado de trabalho”, complementa Thury.

Apesar de ser uma temática bastante densa, ainda é tímida no âmbito da pesquisa. Figura, atualmente, como uma questão de planejamento estratégico do Estado, contudo demonstra a preocupação existente com o contexto internacional dentro desse trabalho. Para o professor Mauro Thury que, juntamente com um representante do Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada, participará da mesa-redonda sobre padrões de especialização produtiva internacional e inserções brasileiras e amazônicas “há espaço para crescer. Começa-se a unir esforços, focar em um determinado tema e buscar interessados nos projetos de pesquisa, que nos permitam visualizar melhor as nuances da economia brasileira, sobretudo amazônica no contexto internacional”.

A palestra que iniciou a semana foi sobre os Brics e a posição do Brasil nas relações comerciais. A professora Márcia Fonseca, da Universidade Federal da Paraíba, foi a convidada a falar sobre o assunto. Durante a palestra, a professora evidenciou a importância econômica desse conjunto de que não constitui um bloco econômico ainda, mas que é um grupo que possui diversos acordos de cooperação e tem o poder de influenciar bastante a economia brasileira, caso o País saiba aproveitar as oportunidades.

Sob suas percepções durante sua primeira vez no Amazonas, a professora comenta suas impressões: “Nesse momento em particular, em que a Amazônia chama atenção do mundo, levanta-se a discussão sobre conceder subsídios, se é algo que deve perdurar ou não, como no caso da Zona Franca de Manaus. Então, essas questões não se limitam à OMC. O Brasil e sua política comercial externa deve ser repensada.

A professora também destaca a importância de eventos como a Semana do Curso de Economia, pois os discentes devem ser motivados desde a graduação: “Economia é sempre um tema um tanto quanto intragável, principalmente para quem está começando, por isso os alunos devem participar de iniciativas assim. Meu objetivo aqui é fazer com que entendam um pouco da política e economia externa no País, e espero que absorvam e compreendam a mensagem”, finaliza.