Boto do Araguaia é nova espécie descoberta na Amazônia, diz pesquisador Tomas Hrbek do ICB

Estudos revelam que a nova espécie pode alcançar até dois metros de comprimento e está em processo de investigação na qual apresenta diferença na composição genética e na formação craniana. Segundo o co-autor da pesquisa, o professor do Departamento de Biologia, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Tomas Hrbek, as divergências com outras espécies ocorreram há 2 milhões de ano.    

Batizado como `Boto do Araguaia`, a nova descoberta é um exemplo de que sabemos pouco sobre a biodiversidade amazônica, disse o pesquisador que apesar da Bacia Hidrográfica do  Araguaia ficar localizada entre os Estados do Pará, Goiás, Tocantins e Mato Grosso, de não pertencer a Bacia Amazônia e próxima do Oceano Atlântico, não apresenta nenhum vinculo com o golfinho. A nova espécie é conhecida pela população local, entretanto, nunca houve dados que pudessem descrevê-la, comenta.  

De acordo com o pesquisador, a morfológica é a principal diferença da espécie quando se faz uma comparação com as outras espécies existentes na Amazônia Ocidental, como os botos Tucuxi e os Rosa. A forma craniana, a largura do bico, a menor quantidade de dentes são características comuns a ela e, basicamente, as investigações realizadas para concretude de dados, foram feitas por meio da coleta de ossadas de animais encontrados mortos, disse o pesquisador.

Segundo ele, com o material coletado não dá para fazer uma análise estatística rigorosa, mas deu para criar um banco de dados que dará suporte a outras investigações. Outra informação mencionada pelo pesquisador é quanto a formação craniana considerada por ele um tanto quanto sutil, mas que se apresenta um pouco maior, comparado com a formação craniana das espécies tradicionais.

As diferenças principais são as moleculares, genéticas, em que dá para observar o tempo de divergência em relação aos botos Tucuxi e Rosa, e sua reprodução ocorre entre si, mas nunca com os botos da Amazônia Ocidental, declara o professor.

Nesse sentido, Tomas Hrtz afirma que de acordo com os dados obtidos, fortalece as propriedades de conceito de uma nova espécie e as divergências ocorridas se faz pela separação geológica.

Desde 2009, a pesquisa vem sendo desenvolvida, entretanto, falta mais estudos sobre a espécie. As evidencias são boas, mas há uma lacuna de conhecimento, como por exemplo, o conhecimento sobre o alcance de  tamanho e comportamental. São varias linhas de pesquisas que devem ser estudadas e exploradas e isso pode levar anos de investigações completa o Tomas Hrbek.

No contexto cultural, a captura predatória para servir de isca na pesca da piracatinga (espécie de peixe necrófago que come carniça de animais mortos) apreciada em larga escala pelos colombianos é uma ameaça à espécie. No Araguaia, ocorre de forma diferente, a população local captura os botos, não para comer, mas porque atrapalhar a pesca de comunidades ribeirinhas, finaliza o pesquisador.

 

 

 

Imagem do slideshow extraído de: Chico Batata: Julho 2010 - http://2.bp.blogspot.com/_ng58qGH_TBc/TExOwHE7QdI/AAAAAAAANPc/-9NXp8hZKn4/s1600/DSC_6126.jpg

  

 

 

 

 

 

 

 

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