Alunos da Ufam transformam óleo de fritura em energia elétrica e recebem premiação em Competição Internacional de Biologia Sintética no Chile

Equipe concorreu com doze times da América Latina e entregou a premiação à Reitoria da Universidade

Estudantes e professores dos cursos de Biotecnologia e Ciências Biológicas da Ufam e da UEA participaram da competição Internacional de Máquinas Geneticamente Modificadas da Fundação iGEM do Massachussets Institute of Tecnology. A competição tem por finalidade colocar equipes de Universidades de todo o mundo para resolverem problemas aplicando técnicas de Biologia Sintética. Os estudantes arrebataram duas premiações: a medalha de bronze e o troféu de melhor apresentação na edição regional Latino Americana, realizada em Santiago, capital do Chile, de 04 a 06 de outubro, com o projeto “Electrobacter: transformando óleo residual de fritura em energia elétrica”. 

O projeto utilizou uma bactéria, do gênero Shewanella, comum em nossa região, para degradar óleo residual de fritura, elemento muito presente em bares, restaurantes e domicílios e vilão do meio ambiente, principalmente, para rios e lagos. A bactéria foi modificada geneticamente para degradar gordura e liberar elétrons em meio de cultivo, os quais poderão ser "capturados" pelo dispositivo denominado Célula Microbiana de Combustível (MFC) e utilizados como fonte de energia elétrica. Apenas outros dois times de universidades brasileiras participaram, o da USP e o da UFMG.

Na manhã desta quinta-feira (31), a equipe vencedora esteve no gabinete da Reitoria para entregar ao vice-reitor, professor Hedinaldo Narciso Lima, o troféu e a medalha obtidos na competição. Na ocasião, o vice-reitor estava acompanhado da Pró-reitora de Inovação Tecnológica, professora Socorro Chaves.

Durante o encontro, os membros da equipe agradeceram o apoio institucional recebido para participarem da competição. “Queremos agradecer o apoio da Reitoria e da PROTEC que não mediram esforços para a nossa logística e termos esta experiência tão construtiva. Nossos alunos agora possuem network internacional e trouxeram na bagagem uma experiência inesquecível. Esse resultado é o combustível pra participarmos das edições vindouras”, declarou o professor Carlos Gustavo Nunes da Silva, coordenador da equipe.

O vice-reitor felicitou os integrantes da equipe e destacou que o trabalho desenvolvido por eles honra a Universidade Federal do Amazonas. “Para nós é um motivo de muita alegria, porque a gente vê o resultado do trabalho que tem sido desenvolvido pelos professores e pelos alunos. Ao realizarem esse trabalho de êxito com as condições que a Universidade oferece, percebemos o envolvimento deles com a pesquisa e isso demonstra que  nosso investimento em pesquisa e em inovação tecnológica traz excelentes resultados e serve de exemplo para outros alunos da Universidade. Em nome da Universidade, em nome da professora Márcia Perales, quero parabenizar todo o grupo pela conquista e, sobretudo, pela divulgação do nome da Universidade Federal do Amazonas”, elogiou o vice-reitor.

A pró-reitora de Inovação Tecnológica, professora Socorro Chaves, ressaltou que o trabalho vencedor é resultado de investimentos do Parque Científico Tecnológico para Inclusão Social. “O Parque ficou responsável pelo suporte de recursos, os quais são repassados pela Secretaria de Ciência e Tecnologia e Inovação para Inclusão Social, do Ministério de Ciência e Tecnologia para 

 Inovação. Avaliamos o modelo de competição e percebemos como poderíamos participar. A partir disso, o professor Gustavo ficou responsável de montar um laboratório e selecionou os acadêmicos para participarem. Para nós é um êxito muito significativo, porque é a primeira vez que o Parque Científico participa de uma competição internacional com os alunos, e já conseguiu essas duas premiações extremamente relevantes, entre tantas universidades de diversos países que concorreram”, afirmou a pró-reitora.
 
Professor  Carlos Gustavo Nunes: "Esse resultado é o combustível para participarmos das outras edições do evento"Professor Carlos Gustavo Nunes: "Esse resultado é o combustível para participarmos das outras edições do evento"
 
 

 A Aluna Jennifer Salgado, do 7º período do curso de Biotecnologia, é uma das integrantes da equipe que realizou todas as apresentações em inglês. Ela destaca que a equipe já se prepara para a próxima edição do evento, que será realizada em Boston, nos Estados Unidos. “Como no próximo ano o iGEMcompleta 10 anos, eles querem fazer uma competição só. Não vai ter regional e todos os times inscritos vão participar em Boston. Já começamos a estruturar quais serão os projetos que vamos levar para o ano que vem e selecionar quem vai permanecer e quem entrar na equipe”, disse ela.

 

 iGEM e a Biologia Sintética

A competição do iGEM tem sido uma das grandes novidades no universo das olimpíadas e gincanas científico-educacionais internacionais. Iniciada em 2003 no Massachusets Institute, a competição surgiu durante uma disciplina de graduação que uniu biólogos e engenheiros, os quais resolveram fazer um intenso intercâmbio, a exemplo do que vem sendo realizado no campo da robótica, onde Exatas e Biológicas trabalham em muitos projetos inspirados na  natureza e suas estratégias. O campo da genética molecular não poderia ficar de fora, o que evoluiu para um campo chamado Biologia Sintética. Uma das razões da competição é a divulgação dessa área, a qual tem atraído a atenção de acadêmicos e companhias privadas ou governamentais de todo o mundo, inclusive organizações como a NASA e o FBI, ambas nos EUA e que, desde sua origem, oferecem apoio à iniciativa.

 

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