Artista Plástica Yolanda Carvalho ministra oficina sobre Xilogravura, na Ufam
A artista plástica, gravadora, ilustradora e professora, Yolanda Carvalho, ministrou na tarde desta terça-feira (6), no bloco dos Cursos de Artes e de Música da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), uma oficina sobre técnicas de Xilogravura.
Durante oito horas, os participantes aprenderam os mecanismos para utilizar pedaços de madeira como suporte para desenhos, o que possibilita a reprodução da imagem gravada num processo semelhante ao que ocorre com um carimbo.
A Xilogravura integra a grade de disciplinas do Curso de Artes Plásticas da Ufam. Os cerca de 20 alunos que participaram da oficina, além de aprenderem mais cedo técnicas sobre a arte, surpreenderam Yolanda com os resultados dos trabalhos. “Eu ainda não tinha vindo à Ufam e os alunos são extraordinários, aplicados, determinados, atentos, questionadores. É isso o que nós buscamos. Alunos que questionam, que buscam o pensamento, que estejam se preparando para o futuro, que exige um profissional atento ao leque de conhecimentos culturais”, disse.
Natural do Piauí (PI), a artista realizou a oficina a convite do Serviço Social do Comércio do Amazonas (SESC-AM), por meio do Projeto Amazônia das Artes 2013. “Houve uma seleção do SESC em Teresina para participar do SESC Amazônia das Artes 2013 e eu fui premiada com isso. Estou percorrendo os cinco estados da Região Norte”, comentou.
A xilogravura surgiu na vida dela durante os estudos universitários, ao cursar Educação Artística e Pedagogia na Unversidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), quando chegou a ser premiada no salão das artes plásticas. “Ao ser premiada eu acreditei que sabia fazer alguma coisa, que era a gravura, daí não parei mais”, afirma.
O termo Xilogravura se origina do grego, no qual “xilo” significa madeira, e “grafia” significa escrita. Surgida na China durante o século XIII, a arte se espalhou pelo mundo, com destaque para o Japão e para a Europa, onde surgiram alguns dos maiores nomes da área.
No Amazonas, a arte ainda é pouco praticada, o que desagrada a professora por ser um excelente meio para se registrar histórias locais, como lendas e contos, traços da cultura indígena, bem como elementos da fauna e da flora amazônica. Para Yolanda, a confecção das peças é muito visceral, pois é um processo que envolve o corpo, a mente e a alma.
A ideia parece ter agradado aos estudantes da Ufam que se envolveram na oficina. “O processo todo foi maravilhoso, incrível. Gostei de fazer as texturas. Não tenho muito o dom de desenhar, de fazer aquelas coisas, mas eu me identifiquei com a xilogravura”, enfatizou a estudante do 1º período do Curso de Artes Plásticas da Ufam, Paloma Rodrigues, de 18 anos de idade.
Sempre atento aos eventos de artes plásticas e de música, o acadêmico do Curso de Ciências Sociais, Aldemir Oliveira, não perdeu a oportunidade. “Eu vi o cartaz e vi uma oportunidade”, diz ele, que já conhecia a xilogravura, mas sem tê-la praticado. “A gente está aqui desde 9h da manhã e aprendemos muito. Valeu a pena conhecer as técnicas, as ferramentas, um pouco de teoria, de história da gravura, da xilogravura, do cordel. Enfim, foi um tempo muito bem aproveitado”, finalizou.
Exposição Luas Xilogravura
Yolanda Carvalho apresenta nesta quarta-feira (7), na galeria Moacir Andrade do SESC, sua exposição “Luas” Xilogravura. A exposição integra o projeto SESC Amazônia das Artes e terá abertura às 19h30, no hall do SESC Centro, Henrique Martins, 427, com entrada gratuita.
A exposição ficará aberta ao público até o dia 30 de agosto, das 8h30 às 11h, e, com agendamento, nos horários das 13h às 17h30. Ela traz obras que exemplificam xilogravuras resultantes da bricolagem de técnicas, gravadas em madeiras de topo e de fio.
A artista usa duas cores opostas e complementares: o vermelho vivo encarnado, alegre, que dialoga com a cultura raiz; e o preto profundo da tinta de impressão e o branco do papel.
O projeto Amazônia das Artes tem o propósito de estimular e difundir a produção artístico-cultural da região Amazônica promovendo um intercâmbio cultural entre os artistas e os públicos. Mais informações e agendamento de visitas podem ser realizados no telefone (92) 2126-9587.