Encontro Nacional de Estudantes de Letras (Enel) tem minicursos, oficinas e palestras em evento que acontece até sábado, 27
O 34º Encontro Nacional dos Estudantes de Letras (Enel) promoveu na manhã desta terça-feira, 23 de julho, em espaços do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) e Faculdade de Estudos Sociais (ICHL), uma série de oficinas e minicursos voltados a estudantes do próprio da área e de licenciaturas da capital, interior do Estado e até de outras cidades brasileiras.
No auditório Rio Solimões, do ICHL, a Literatura na Língua Brasileira de Sinais (Libras) ganhou uma abordagem regional, sob a ótica da professora Rosilene Medeiro, que falou da prioridade que deve ser dada à imagem e linguagem próprias, no tema: “Novas Fronteiras na Tradução da Literatura para surdo: vislumbrando o imaginário surro e conhecendo aspectos linguísticos”.
“O que vemos rotineiramente, em diversas publicações, são trabalhos elaborados para o público surdo, que têm textos escritos em Português antes mesmo de ser traduzido para Libras, o que nos faz pensar: afinal, quem é a nossa prioridade? A maneira que nós transmitimos o conhecimento deve ser facilitada, dinâmico, eficaz, senão não estamos cumprindo o nosso papel de mediarmos o entendimento do mundo junto aos surdos”, considerou.
Para contextualizar a mensagem escrita para os surdos, a professora trabalhou na tradução de duas lendas amazônicas, a da “Cobra Grande” e a do “Boto Cor de Rosa” para travar um comparativo com o “Feijãozinho Verde”, uma das principais publicações em Libras.
“Nosso material tem a narrativa inicial em Libras, depois, em Português, como acreditamos ser mais viável para o aprendizado do leitor surdo. É composto ainda de um número maior de ilustrações, diferente do que é o Feijãozinho Verde, o que tende a trabalhar o imaginativo de quem tem acesso ao livro”, explicou.
Em outras áreas da UFAM, mais especificamente na FES, as oficinas e minicursos abordaram “Classe de Palavras na Libras”, ministrada pelo professor Iranvith Scantbelruy”; “Ensino da Literatura: no embalo da complexidade", defendido pela professora Cássia Nascimento e ainda “O ensino-aprendizagem da habilidade da leitura em Línguas Estrangeiras: fundamentos e reflexões”, ministrado pelo professora Marta de Faria, que chamou a atenção para o papel social de quem cursa Letras ou é oriundo de alguma licenciatura.
“O lema do ENEL quer nos levar exatamente a isto, o de instigar, de fazer exercitar a criticidade, a participação, a reflexão. A partir disso, eu, professora, sendo crítica, provoca os meus alunos e os meus alunos provocam os seus alunos. Então, quebramos a passividade. Eu sou da Linguística Aplicada e nós temos um quê disso, de provocar no outro o que gera resultados gerais”, afirmou.
Durante todo o dia, o evento continuará sendo promovido com oficinas, minicursos e também apresentação de banner. Até o dia 27, sábado, o evento acontece no campus da Ufam, com a participação de mais de 500 pessoas, entre eles, 150 que vieram de outros estados brasileiros.