Laboratório de Eletroquímica e Energia tem infraestrutura moderna e desenvolve protótipo de energia solar para barcos na Amazônia
O Laboratório tem hoje uma das melhores estruturas para realizar pesquisas na área de energia limpa
Estudante de pós-graduação utiliza equipamento no LEEN
O Laboratório de Eletroquímica e Energia da Ufam - LEEN -, é um dos mais modernos da região Norte. Sua infraestrutura de última geração dá suporte a pesquisadores na elaboração de novos conhecimentos na área de energia limpa. O Laboratório começou suas atividades nas dependências do Lapec (Laboratório de Pesquisas e Ensaios de Combustíveis da Ufam), em 2006, funcionando em um espaço físico de 18 m². Em 2012 passou a funcionar no bloco do departamento de Química, no setor Norte, e atende estudantes da pós-graduação em Química, Engenharia de Materiais e da graduação que estejam inseridos no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC/PIBITI.
No início foi importante o aporte financeiro recebido a partir das agências do CNPq, por meio do projeto “Implantação e Desenvolvimento de Pesquisa em Células a Combustível como Sistema de Geração Alternativa de Energia para a Amazônia Ocidental”, e da CAPES, por meio do projeto “Proposta para Aquisição de Equipamento (potenciostato/galvanostato) para Estudo e Caracterização Eletroquímica por Voltametria Cíclica e Impedância Eletroquímica para Grupos de Pesquisas na Ufam”, que financiaram a compra dos primeiros equipamentos.
O Laboratório tem hoje uma das melhores estruturas para realizar pesquisas na área de energia limpa. Foi criado pelo professor e coordenador, Raimundo Ribeiro Passos em 2006, inicialmente com pesquisas em células a combustíveis (geração de energia limpa) e, logo depois, com Eletroquímica Básica e Aplicada com a chegada de novos professores para o curso de Química.Com a inserção da Pós-Graduação, formação de pessoal capacitado, o Laboratório tornou-se uma referência na região Norte.
O LEEN conta com três professores do quadro permanente que atuam nas seguintes linhas de pesquisa: o coordenador, Raimundo Ribeiro Passos (células a combustível, geração limpa de energia), Leandro A. Pocrifka (baterias, supercapacitores, corrosão e fotocatálise) e Walter R. Brito (células solares e biossensores) e recentemente como professor visitante, Rodrigo Bambrilla (instrumentação e eletrocatálise).
É o maior centro de pesquisa em Eletroquímica da Amazônia Ocidental. Seus equipamentos são de última geração como o microscópio de força atômica (fornece uma imagem tridimensional da superfície da amostra), espectroscopia de Infravermelho - FTIR - (identifica um composto ou investiga a composição de uma amostra), analisador termogravimétrico (estudos de decomposição térmica de diferentes materiais), analisador de área superficial (medição de área superficial específica de um material, bem como seu volume e grau de adsorção), potenciostatos/galvonostatos (medidas eletroquímicas em geral) e estações completas de células a combustível (equipamento para estudo do protótipo de célula a combustível). A estrutura do Laboratório possibilita a produção de novos conhecimentos na área de energia e a formação de mão de obra especializada na região.
“A pesquisa na área de energia é muito complexa e seus resultados são de médio e longo prazo. O LEEN viabiliza a pesquisa porque tem equipamentos sofisticados que ajudam nos experimentos. Atualmente existem 10 alunos de mestrado, 9 de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Química e de Engenharia de Materiais que utilizam a infraestrutura do Laboratório, além de 9 alunos de iniciação científica. Temos recebido pesquisadores de toda a região interessados em utilizar nossos equipamentos. Estamos inseridos na linha de pesquisa de Química de Materiais e Interface do PPGQ e de Novos Materiais do PPGCEM e temos parcerias com o Instituto de Química de São Carlos da USP, com o Instituto de Pesquisas e Energia Nucleares da USP - IPEN -, com pesquisadores da área de energia solar da Universidade Federal de Juíz de Fora, com a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, com a Unicamp, além de parcerias com pesquisadores internacionais (Portugal e Itália). O Laboratório tem caminhado no sentido de fazer parcerias, formar alunos de mestrado, doutorado e de iniciação científica e tem se mantido por meio dos vários projetos que temos conseguido com agências de fomento (cerca de 2,3 milhões de reais financiados pela Capes, Fapeam e CNPq)”, destacou o professor Raimundo Passos.
“Trabalhamos em um projeto específico na área de células solares com sistema acoplado com células a combustíveis para desenvolver um protótipo para ser usado em barcos como fonte de energia. Este é um projeto que pretende fornecer uma alternativa energética para a comunidade da Amazônia. Produzimos o conhecimento para depois transformar-se em produto que irá favorecer a sociedade. Estamos na fronteira do conhecimento, ou seja, entre a aplicação e produção do próprio conhecimento”, ressaltou Raimundo Passos.
Estudantes e professores do Laboratório de Eletroquímica e Energia“Temos um laboratório com infraestrutura para desenvolver pesquisas de ponta na área energética. Nossa região é estratégica, temos um parque industrial com várias fábricas de produção de eletroeletrônicos, apesar de ser um polo de montagem de produtos. Nosso trabalho é produzir conhecimento e, consequentemente, desenvolver materiais voltados para esta área da indústria. O objetivo é desenvolver materiais que possam gerar e armazenar energia (armazenar grandes quantidades de energia, como baterias/supercapacitores que servem para tablets, celulares e eletroeletrônicos em geral). Somos três professores que orientamos pesquisas na pós-graduação e na graduação (alunos do PIBIC/PIBITI), mas também desenvolver produtos para o mercado”, afirmou o professor Leandro Pocrifka.
A Célula a Combustível é um conversor eletroquímico de energia, de operação contínua, que converte energia química em energia elétrica ao combinar um átomo de oxigênio a dois átomos de hidrogênio produzindo água, energia elétrica e energia térmica. A pesquisa neste campo da ciência tem despertado interesse de vários setores da indústria em razão de ser uma fonte limpa de energia alternativa.