Professora Deise Montardo é eleita presidente da Associação Brasileira de Etnomusicologia

Deise Lucy Montardo, professora do Departamento de Pós-graduação em Antropologia da UFAM, é eleita presidente da Associação Brasileira de Etnomusicologia (ABET) para o biênio 2013-2015. A eleição ocorreu no final do mês de maio na edição do Congresso Nacional da ABET realizado em João Pessoa (PB).

Graduada em Ciências Sociais e com doutorado em antropologia, a nova presidente da ABET diz que sempre teve interesse pela música. “A música sempre fez parte da minha vida. Não fiz faculdade de música, mas sempre estudei música. E como profissional, estudei música indígena (música Guarani) que, digamos assim, é a minha especialidade na antropologia,” afirma a professora.

Sobre as propostas de trabalho para os próximos dois anos, a presidente da associação informa que uma das principais ações é criar comissões para atuarem em áreas de interesse da ABET como, por exemplo, Direito e Educação. “Precisamos discutir essas leis que estão sendo implementadas sobre a obrigatoriedade do ensino da música nas escolas de educação básica e também sobre o ensino da cultura afro-brasileira que perpassa a música também.”

A professora esclarece a preocupação com essa temática. “Essas leis dizem respeito a nossa prática de pesquisa e de atuação porque a gente trabalha com povos tradicionais. O professor, quando for trabalhar esses temas, se não tiver informação, material, dados sobre as músicas dos próprios alunos daquela região, corre o risco trabalhar só com a música de tradição europeia, ignorando aquela que está na frente dele, com os próprios alunos, o que já aconteceu muito no Brasil e a gente não quer que isso se repita”, declarou.

Quanto aos temas relativos à ciência jurídica, a professora Deise exemplifica um problema comum na vivência dos profissionais, os quais justificam a criação da comissão. “Na nossa área se discute muito a questão de propriedade de autoria que a legislação, na maioria dos casos, trabalha com a autoria individual, do compositor, mas nos povos indígenas e outras comunidades a autoria é coletiva,” orienta.

A etnomusicologia, apesar de pouco difundida em nossa região, tem atraído a atenção de pesquisadores nas demais regiões do país. “O número de pesquisadores tem crescido bastante no nordeste, no sul e no sudeste,” diz a professora Deise Montardo. Para divulgar a etnomusicologia na Região Norte, é uma proposta da nova gestão promover o Congresso Nacional da ABET aqui na UFAM.

A ABET

Criada durante o 36º Congresso do International Council for Traditional Music (ICTM), realizado no Rio de Janeiro em julho de 2001, a ABET tem como objetivos a promoção da etnomusicologia, o estímulo à pesquisa, o encorajamento à organização e preservação de documentos etnomusicológicos, o intercâmbio com associações congêneres no Brasil e no exterior e a organização de uma reunião anual para divulgação de trabalhos e pesquisas na área.

A ABET congrega pesquisadores, etnomusicólogos, profissionais de áreas afins, instituições e associações regionais ligadas à etnomusicologia.  

Para saber um pouco mais sobre a ABET e a etnomusicologia acesse o site da instituição.

http://www.abetmusica.org.br/conteudo.php

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