Curso de Zootecnia realiza 5ª Feira de Anatomia Animal

Com o objetivo de promover o compartilhamento de conhecimentos científicos através de uma exposição aberta aos públicos interno e externo à Academia, o curso de Zootecnia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) promoveu na tarde desta terça-feira, 12, a quinta edição da Feira de Anatomia Animal.
O evento é parte do cronograma anual do Café Científico, projeto de extensão do Laboratório de Anatomia e Fisiologia Animal (Lafa) e foi realizado no hall da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), localizada no setor Sul do Campus Universitário.
Cada stand de apresentação conteve esqueletos de diferentes espécies animais e os estudantes responsáveis expuseram conceitos referentes às suas anatomias, com foco de abordagem voltado para a Osteologia (estudo das estruturas ósseas), por ser este o tema central da Feira.
Esqueletos bubalinos, ovinos, suínos, caninos, bovinos, do jacaretinga e do peixe-boi amazônico foram alguns dos destaques, sobre os quais foram levantadas diversas informações além da Osteologia, como as referentes aos riscos de extinção, reprodução, comportamento, classificação científica e curiosidades. Os esqueletos, que são mantidos em acervo pela Instituição, foram montados e pintados pelos alunos participantes, todos do primeiro período do curso de Zootecnia.
Estudantes de Zootecnia e professora Roseane Oliveira (ao centro)Coordenadora do evento e idealizadora do Café Científico do Lafa, a professora Roseane Oliveira orientou os trabalhos acadêmicos. Segundo ela, é de suma importância que o conhecimento produzido na Universidade seja acessível para a sociedade como um todo, o que proporciona o despertar do interesse de pessoas para atuar na área de Zootecnia e a divulgação dos cursos oferecidos pela Ufam.
“Nossa proposta consiste em uma metodologia ativa, em que os conceitos abstraídos em sala de aula devem ser transferidos de forma direta para acadêmicos de outros cursos e para a sociedade, processo enriquecedor para todos os envolvidos e um desafio para os estudantes”, destacou a docente.
Além do reitor, professor Sylvio Puga, pesquisadores e discentes de cursos correlacionados, como os de Medicina Veterinária e escolas agrícolas de variados segmentos, atuantes de áreas completamente distintas também participaram, pelo desejo de adquirir novas experiências científicas. Roseane Oliveira afirma que o objetivo atingido é refletido em outras instâncias, a exemplo da nota máxima que possui (5) de acordo com o aval da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão vinculado ao Ministério da Educação.
“Um fator importante que desperta a curiosidade de públicos variados é o fato de os alunos não se restringirem à Osteologia. Eles projetam sua própria participação na vida prática e abrangem taxonomia, aspectos da criação animal e particularidades das espécies”, concluiu a professora.
Extinção de animais
Estrutura óssea do peixe-boiA extinção de espécies típicas da Amazônia é um problema que desencadeia impactos ambientais negativos, como o desequilíbrio de ecossistemas e o empobrecimento da diversidade da fauna. Esta foi uma das angulações dos estudos expostos, na qual o peixe-boi foi protagonista. Esta espécie, conforme discorreu o estudante Maurício Sarges e os demais membros de sua equipe, é protegida pelos países Brasil, Peru e Colômbia, devido à constatação de sua vulnerabilidade.
O grupo afirma que o risco de extinção é justificado tanto por aspectos naturais, como o fato de a gestação durar 12 meses e ocorrer apenas a cada 3 anos, com o nascimento de um único filhote, o que impossibilita a reprodução em larga escala; quanto pela caça de subsistência e exploração inadequada decorrente de anos.
Com a finalidade de inibir o problema, a ‘Associação Amigos do Peixe-boi’ desenvolveu um projeto em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), intitulado ‘Mamíferos aquáticos na Amazônia’. As ações envolvem o resgate, a reabilitação e a reintrodução de peixes-boi em seu habitat natural, além do incentivo à pesquisa para compreender a biologia dos animais.
Esqueleto jacaretingaMaurício Sarges revelou que o trabalho despertou grande interesse e representa um direcionamento para sua carreira acadêmica futura. “O contato com peixes-boi já existia, mas esta á primeira vez que estudo a espécie de forma científica, o que tem sido gratificante e me impulsionou a cursar um doutorado em Nutrição de Mamíferos Aquáticos, futuramente”, declarou o graduando do primeiro período do curso de Zootecnia.
Sobre o Café Científico
O Café Científico do Lafa é um projeto de extensão cujo objetivo é promover e divulgar os trabalhos científicos desenvolvidos por alunos e professores dos cursos de graduação da FCA referentes à Produção Animal.