Aula Inaugural do PPG em Antropologia Social discute relações de contato dos Sateré-Maué
Prof. Kapfhammer atua há 20 anos com povos da AmazôniaDiscutindo o tema “Encontros transculturais como ‘amplificação de formas’: ontologias indígenas, o Estado, a alter-modernidade e o ambiente no Baixo Amazonas, Brasil”, o professor da Universidade Ludwig e Maximilian de Munique (LMU), Wolfgang Kapfhammer, ministrou a Aula Inaugural do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social (PPGAS). A atividade é a primeira do ano a celebrar os 10 anos do Programa e foi realizada na manhã desta quinta-feira, 22, no auditório da Faculdade de Farmácia.
Com 20 anos de experiência de trabalho com o povo Sateré-Maué, o professor do Instituto de Antropologia Cultural Social da LMU abordou a relação como a sociedade do Baixo Amazonas se relaciona com sua cosmologia, com os aspectos históricos como o sistema de aviamento e, atualmente, com os programas sociais do governo federal, como Bolsa Família. De acordo com o pesquisador, há uma razão para que essas relações existam sem o detrimento da cultura ou mitologia dos Sateré.
Para o coordenador do PPGAS, professor Gilton Mendes, iniciar as atividades de 2018 com a palestra do professor Kapfhammer proporciona aos membros do programa não somente o contato com o maior especialista em Saterés, como também permite a aproximação entre as duas instituições para uma parceria internacional, um dos objetivos do Programa. “A LMU é uma instituição com a qual nós queremos estreitar os laços e, levar o programa à internacionalização. Nós queremos subir de nota e isso é muito importante para a avaliação do nosso programa”, contou.
Sob um ponto de vista mais otimista em relação aos contatos entre as sociedades indígenas e as sociedades nacionais, o professor defende que é possível haver essa relação sem a perda da cultura e identidade das populações indígenas. “Às vezes, esses contatos geram novas oportunidades de continuar com a própria cultura, de assumir resiliência frente ao impacto não indígena”, declarou.
PPGAS comemora 10 anos em 2018
Estudantes e docentes participam de primeira atividade do ano do programa.A internacionalização do PPGAS é o objetivo principal do programa para os próximos anos. Parcerias já estão em processo com outras instituições em países como Colômbia, Peru, França e Estados Unidos. Com 94 alunos e 18 docentes, o programa se prepara para alcançar o conceito 6 da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) na próxima avaliação quadrienal. Para isso, algumas estratégias foram definidas, entre elas, a melhor regularização do programa.
“Atualizamos o regimento e estamos desenvolvendo resoluções complementares a ele. Também fizemos nossa avaliação após a última quadrienal da Capes também. Tudo para regularizar a situação do programa para que possa funcionar de maneira forte, eficiente”, revela o coordenador.
Em 2018, o PPGAS celebra 10 anos da criação do curso de mestrado e como pioneiro na adoção de políticas afirmativas, o programa se destaca por ser o único do país a possuir 25 alunos indígenas. “Temos todas as condições de alcançar a nota 6”, afirma o professor Mendes.
Criado para contribuir para uma área estratégica para a compreensão da realidade ampla e multicultural da Amazônia, o PPGAS tem outro destaque para comemorar a primeira década de existência, a realização da 100ª defesa do programa. “Ainda temos muito a fazer. A Amazônia é vasta, tem muitos campus e a tendência do programa é cada vez mais se fortalecer e ganhar visibilidade no Estado do Amazonas e no Brasil”, finalizou o professor Gilton Mendes.