EEM ganha 13 doutores e firma parceria internacional na comemoração dos 20 anos vinculada à Ufam

A homenagem se estendeu a ex-reitores e a todos que participaram do processo de transferência e consolidação da Unidade

Ao festejar os 20 anos na estrutura da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a Escola de Enfermagem de Manaus (EEM) recebeu 13 doutores formados pelo Doutorado Interinstitucional (Dinter) junto à Universidade de São Paulo (USP) e firmou parceria de intercâmbio com a Escola de Enfermagem da Universidade de Coimbra, em Portugal. A solenidade foi realizada no dia 30 de agosto, no auditório da Unidade.

Comemoração dos 20 anos na estrutura da UfamComemoração dos 20 anos na estrutura da Ufam

Fizeram parte da mesa de honra o reitor, professor Sylvio Puga; a diretora da EEM, professora Nair Chase; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, professora Selma Baçal; a presidente da Comissão de Pós-Graduação da USP, professora Silvia Regina Secoli; o coordenador da Escola de Enfermagem de Coimbra, professor Luís Manuel Batalha; e o presidente do Centro Acadêmico da EEM, o estudante Iago Orleans.

Ao dar os parabéns pelas conquistas de discentes, docentes e técnico-administrativos ao longo dessas duas décadas, o professor Sylvio Puga comparou a trajetória da Unidade a uma escala cujos degraus ele apontou. “O primeiro é o acolhimento da Escola como unidade acadêmica, o que não foi uma tarefa fácil; o segundo, a qualificação do corpo de professores, especialmente o encerramento do Dinter com a USP; e o terceiro é a internacionalização, ilustrado com essa parceria de intercâmbio com a Universidade de Coimbra”, explicou o reitor.

20 anos depois

A história da Escola de Enfermagem de Manaus teve início em 2 de dezembro de 1949, no âmbito da Superintendência do Plano Nacional de Valorização da Amazônia (SPVEA) e mantida pela Fundação Serviço Especial de Saúde Pública pelos 42 anos seguintes. A partir de 1991, passou compor a estrutura da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), onde ficou até 1997.

No dia 27 de agosto daquele mesmo ano, a Escola foi incorporada à estrutura da então Universidade do Amazonas, migrando do Ministério da Saúde para o Ministério da Educação (MEC). O nome, no entanto, não foi modificado, mantendo-se a tradicional nomenclatura. As professoras Francilene Ferreira, Arinete Veras, Ilse Sodré, Miriam Rocha e Gilsirene Scantelbury; e as TAE Jane Guidão e Socorro Pinto já faziam parte da Escola.

Diretora da EEM no segundo mandato consecutivo, a professora Nair Chase destacou que houve avanços tanto para a Universidade quanto para a Escola. Ainda na estrutura antiga, a UA já era parceira na organização de processos seletivos, na oferta de disciplinas do ciclo básico. “Ao fim do processo, chegou-se ao entendimento da legitimidade da transferência para por fim ao principal problema, que era a ausência de quadro docente”, recordou.

“A contribuição da Escola foi inserir na Universidade o curso de Enfermagem. Por outro lado, a Escola agregou a formação integral do enfermeiro, envolvendo ensino, pesquisa e extensão”, ponderou a docente. Atualmente, o enfoque é a formação stricto sensu, com a oferta de mestrado e, futuramente, de doutorado; e ainda com ênfase na aproximação da comunidade.

Placa alusiva aos 20 anos foi lida pelo reitorPlaca alusiva aos 20 anos foi lida pelo reitor

Qualificação

Ao todo, 16 doutores em Enfermagem - Saúde do Adulto retornaram às atividades, sendo 13 da EEM e outros três do Instituto de Saúde e Biotecnologia em Coari (ISB). A formação é resultado de um Dinter em parceria com a Escola de Enfermagem da USP. Para a presidente da Comissão de Pós-Graduação da parceira, professora Silvia Regina Secoli, os doutores são âncoras da transformação em termos de ensino, prática e inovação tecnológica.

“No Brasil nós temos uma proporção de mais ou menos 5,6 doutores para cada cem mil habitantes, enquanto em países considerados com grande desenvolvimento do ponto de vista econômico e tecnológico, como Alemanha (30/100 mil), Estados Unidos (14/100 mil) e Japão (12/100 mil)... Então, a fortaleza está na formação de doutores”, comparou.

Especificamente para a Ufam, há perspectiva de crescimento na Pós-Graduação. Até 2016, eram 74 programas e 109 cursos de graduação na área de Enfermagem, com apenas 1,8% na região Norte. Segundo ela, a expectativa é de que os recém-formados incrementem as propostas para fortalecer a produção científica na área, com destaque para as temáticas locais.

“Hoje nós coroamos o fechamento de um Dinter que teve início quando eu ainda era pró-reitora, em dezembro de 2012. E agora nós estamos encerrando com sucesso, porque a colação de grau dos doutores vem fortalecer e potencializar a Pós-Graduação em Enfermagem que nós temos em associação com a Universidade Estadual do Pará. Para nós, é uma satisfação muito grande oportunizar a formação de mais doutores. Estamos aguardando a abertura da Capes para oferecermos pelo menos oito propostas de Dinter”, comemora a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, professora Selma Baçal.

Equipe festeja avanços no ensino, na pesquisa, na extensão e na internacionalizaçãoEquipe festeja avanços no ensino, na pesquisa, na extensão e na internacionalização

Esron Rocha é um dos doutores formados nessa turma. Ele ficou responsável por apresentar as temáticas tratadas nas teses, com destaque para a aproximação entre a saúde pública e as práticas de enfermagem com a população indígena e os ribeirinhos. “Nós tínhamos uma responsabilidade política, pedagógica e social. Todas as pesquisas nos ajudaram a repensar o processo de trabalho, principalmente considerando a nossa realidade”, frisou.

Encontro Luso-brasileiro

A internacionalização da Escola de Enfermagem consolida o processo de expansão iniciado há duas décadas. O convênio com a Universidade de Coimbra tem vigência até 2021, período em que discentes da graduação e da pós-graduação farão intercâmbio na Unidade de Investigação da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, com início já em setembro deste ano.

A parceria teve início através de um contato da coordenadora do curso na Ufam, professora Gilsirene Scantelbury de Almeida, quando ela viajou a Coimbra para apresentar um trabalho e realizou visita técnica. “Fiquei encantada com o trabalho deles”, disse.

O representante português é o professor Luís Manuel Batalha, que avalia positivamente o acordo: “Somos a maior Escola de Enfermagem de Portugal. Viemos a Manaus apresentar nossa experiência e estratégias de desenvolvimento, mas também conhecer o que já se faz aqui. Sinto-me em casa”.

“O objetivo é ampliar o conhecimento nos campos da enfermagem e da saúde a partir de uma experiência internacional. Na proposta, os graduandos permanecerão por um ano e os pós-graduandos por quatro meses”, informou a professora Nair Chase.

Ainda não está prevista a vinda de alunos de Portugal, mas essa é uma alternativa. A partir de agora, será estabelecido um convênio formal para a execução de projetos na área de pesquisa e na área de formação/ensino.

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