Ufam terá Dinter na área de Literatura em parceria com a UNB
Doutorado Interinstitucional ofertará 20 vagas distribuídas em cinco linhas de pesquisa
Em sua primeira experiência na oferta de um Doutorado Interinstitucional (Dinter) em Letras, a Universidade Federal do Amazonas qualificou docentes na área de Linguística, no ano 2011, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O quadro fortaleceu o Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL), criado em 2010. Agora, a proposta do Dinter na área de Literatura é fruto de uma aproximação com a Universidade de Brasília (UnB). Um dos objetivos é aproveitar a expertise da parceira para dobrar o número de doutores.
Serão ofertadas 20 vagas em cinco linhas de pesquisa: Crítica Literária e Dialética; Estudos Literários Comparados; Literatura e outras artes; Representação na Literatura Contemporânea; e Textualidade: da leitura à escrita. Os candidatos serão selecionados após três etapas eliminatórias, devendo apresentar projeto de pesquisa e realizar provas oral e de proficiência. As inscrições terão início na segunda quinzena de setembro, pela internet.
“Depois de implantado, o primeiro ano é aqui [em Manaus] com a oferta de seis disciplinas, o segundo ano é em Brasília, e o terceiro e o quarto anos são dedicados à escrita de tese”, esclarece o coordenador do Dinter pela Ufam, professor Leonard Christy Costa. Segundo explica, essas 20 vagas podem possibilitar até 20 novos doutores para o PPG em Letras. “Atualmente, nós temos mais de 20 doutores atuando, e nós podemos dobrar a capacidade de doutores na área, fazendo que possamos, finalmente, abrir um doutorado”, comemora ele.
Para o coordenador, os resultados da iniciativa já poderão ser vistos desde os primeiros momentos, pela atuação dos doutorandos em grupos de pesquisa, na orientação de iniciação científica e em palestras e eventos nos quais eles representarão a Universidade.
“A UnB tem quadro de docentes na Pós-Graduação bem fortalecido e a maioria deles trabalharão conosco, oferecendo vagas de orientação e ministração de cursos”, informa a coordenadora do PPG, professora Maria Luiza Cardoso. Conforme analisa, num prazo de dois anos, os doutorandos já poderão começar a produzir e apresentar o andamento de suas pesquisas para a comunidade cientifica, na chamada qualificação. Em mais dois anos, estarão com os trabalhos completos e aptos a receberem a titulação de doutores, sendo um dos objetivos o ingresso como docentes do PPG.
Demanda
A professora Maria Luiza Cardoso avalia positivamente as parcerias que geram oportunidades de qualificação. “Os docentes do Curso de Letras da Ufam que fizeram o primeiro Doutorado Interinstitucional [na UFSC] voltaram para trabalhar, o que foi muito bom para o PPGL e para nossa graduação. Todos eles fazem parte atualmente do corpo docente de nosso Programa. O PPG cresceu muito e pudemos, inclusive, aumentar o número de vagas para seleção de mestrandos. Desta vez, tivemos a oportunidade de aumentar o quadro na área de Literatura e fechamos um Dinter com a Universidade de Brasília para esse propósito”, explica a docente.
A necessidade de titular docentes do curso de Letras e Literatura e também os egressos do Mestrado foi o fator decisivo para que a Ufam buscasse essa parceria com a UnB. “Muitos que são formados nessa área não têm oportunidade de viajar para cursar o doutorado, e sabemos que essa titulação é importante para o bom funcionamento do nosso Programa”, acentua a professora Maria Luiza. A demanda pode ser ainda maior, pois as oportunidades também serão abertas aos professores da educação básica vinculados às Secretarias de Estado e Municipal de Educação (Seduc e Semed).
Ganhos
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, professora Selma Baçal, entusiasta de iniciativas que visem à qualificação dos pesquisadores, antecipa: “A Universidade só tem a ganhar em a execução do nosso Dinter em Letras, porque teremos a formação e a titulação de aproximadamente 20 professores doutores, e esperamos aproveitamento de cem por cento. Futuramente, os nossos programas de pós-graduação serão beneficiados, sobretudo, o PPG em Letras: com a chegada de novos professores doutores, a UFAM poderá ampliar a quantidade de vagas e ter mais pesquisadores nessa área, nesse campo específico”.
Em termos de área de concentração, haverá maior paridade entre os doutores formados em Linguística e aqueles formados na área de Literatura. “Esse fator será excelente para as avaliações da Capes e do MEC”, conclui a coordenadora do PPGL, para quem o maior ganho será mesmo para os egressos do Mestrado cujas condições não permitem afastamento de Manaus para dar continuidade à caminhada acadêmica.
A professora Selma Baçal considera também os ganhos em termos de Amazônia, isso porque, de modo geral, concorrem às vagas nos programas de pós-graduação da Ufam não apenas estudantes oriundos do Amazonas, mas de estados como Roraima, Acre, Rondônia e Pará. “Com cursos mais qualificados e mais oportunidades, poderemos atender melhor na formação stricto sensu dos profissionais da região”, avalia.