Ufam inaugura Biotério Central com enfoque na experimentação
Esse modelo gera maior projeção para a pesquisa nas áreas farmacológicas, médicas e biológicas
A inauguração do Biotério Central ocorreu na última quarta-feira, 26. A edificação está localizada no Setor Sul do Campus Universitário Senador Arthur Virgílio Filho e busca ser referência em informações técnico-científicas sobre animais de laboratório.
A cerimônia foi conduzida pela reitora, professora Márcia Perales; pelo vice-reitor, professor Hedinaldo Lima; pelo diretor do Biotério Central, professor Jarbas Pereira de Paula; pelo idealizador do primeiro biotério da Ufam, professor Luiz Frederico Arruda; e pelo prefeito do Campus, professor Atlas Bacellar.
A reitora, professora Márcia Perales, falou sobre a persistência para promover a reforma do Biotério Central. “Todo o cuidado com o local para que as pesquisas tenham resultados coerentes, é o resultado do trabalho de muitas pessoas. Isso acontece quando todos se juntam em prol de um objetivo comum”, frisou. A professora ainda apontou a relevância do recurso do Projeto FINEP, coordenado pela professora Cristina Borborema, destinado à aquisição de equipamentos para as atividades.
Já o vice-reitor, professor Hedinaldo Lima, agradeceu ao professor Frederico Arruda em primeiro lugar, estendendo o reconhecimento aos servidores da PCU e à equipe do Biotério. “Temos aqui um prédio que vai ser mais bem utilizado para o desenvolvimento de pesquisas, com uso de uma nova estrutura e novos equipamentos, mas também com uma preocupação com a aparência e o bem-estar dos grupos de estudos e pesquisas”, disse.
Ao ler o memorial do órgão suplementar, o diretor, professor Jarbas Pereira, acentuou que a inauguração de duas obras no mesmo dia (também foi inaugurado o Bloco Anatômico) é "como batizar dois filhos". Mas este, em especial, foi projetado ainda na década de 1970. "Em 1976, o professor Frederico Arruda encaminhou ao MEC o projeto do Biotério Setorial, cujas obras foram concluídas em 1983. No ano 2000, ele ganhou o status de órgão suplementar vinculado ao Conselho Nacional de Educação, e em 2008 tornou-se órgão suplementar da Ufam, sob a direção do professor Fábio Moroni", contou.
Para o prefeito do Campus, professor Atlas Bacellar, a obra foi uma lição sobre assuntos muito específicos. "Tivemos que aprender sobre biotérios para tornar o ambiente adequado às atividades, utilizando a climatização e o revestimento correto. Mas também tivemos a preocupação em tornar o local mais humanizado, por isso construímos um jardim com bancos feitos da madeira de árvores que caíram na nossa floresta. O espaço tem um toque de arquitetura", explicou.
"Dedicação, empenho e boa vontade", resumiu o responsável pelo primeiro biotério da Universidade e atual pró-reitor de Extensão, professor Frederico Arruda. "Nós tivemos boa vontade quando enviamos o primeiro projeto ao MEC e ela existe hoje, data em que recebemos este prédio com excelentes condições para técnicos, alunos e professores, mas também para os animais", comemorou. "Isto é parte de uma história", concluiu.
Parceria
O Biotério Central passa de um modelo de criação, local onde os animais são produzidos, para o de experimentação, com enfoque na pesquisa. Isso é possível graças a uma parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), por meio da qual este fornece os animais e a Universidade realiza as investigações e os testes com ratos e camundongos.
"O interessante é que nossos pesquisadores poderão se dedicar aos testes de fármacos e de técnicas cirúrgicas, por exemplo, nas áreas da Farmácia e da Medicina. Essa mudança vai alavancar também as pesquisas em andamento e dar um ânimo para quem pretende fazer novas investigações sobre modelos na área de Ciências Biológicas, como os estudos sobre diabetes", explicou o professor Jarbas Pereira.
O controle das atividades desenvolvidas no Biotério é realizado através das normativas do Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal (Concea). "Tanto a parte física, como os revestimentos e a climatização adequada, quanto os equipamentos são rigorosamente escolhidos para tornar este um centro de referência nessa área de animais de laboratório", informou o docente.
Saiba mais
A utilização de animais em atividades científicas é estabelecida pela Lei 11.794, de 08 de outubro de 2008 e é restrita a estabelecimentos de ensino superior e a estabelecimentos de educação profissional técnica de nível médio da área de Biomédica, .
Na Universidade Federal do Amazonas, o criatório de animais para pesquisa, denominado Biotério Central, é um órgão suplementar que tem por finalidade prestar apoio a projetos de Ensino, de Pesquisa e de Extensão, que envolvam a experimentação animal mediante fornecimento de animais com elevado estado genético e sanitário.
Com orçamento de quase R$ 90 mil, a reforma do Biotério envolveu a pintura; aplicação de piso vinílico (revestimento bastante usado em hospitais); ampliação da área que abriga os animais; expansão da área de esterilização, bem como do ambiente de descarte e assepsia e a construção de uma pequena praça na área externa do Biotério.
Para solicitar animais do Biotério da UFAM, é necessário que o projeto de pesquisa/ensino/extensão tenha sido previamente submetido ao Comitê de Ética em Experimentação Animal da Universidade – CEE/UFAM, gerando um número de protocolo.