Exposição do Museu Amazônico com peças arqueológicas é inaugurada
A abertura da exposição Amazônia Arqueológica ocorreu na noite desta quinta-feira (18), no Museu Amazônico da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), localizado na Rua Ramos Ferreira, 1036, Centro.
A solenidade, apresentada pelo servidor do Museu, James Araújo, contou com a participação da professora Ítala Clay, diretora do Departamento de Cultura e Produção de Imagens (DCPI), o professor Nelson Matos de Noronha, Pró-Reitor Adjunto de Ensino de Graduação (PROEG), o Diretor da Divisão de Arqueologia do Museu Amazônico, Luciano de Souza, e a Diretora do Museu Amazônico, professora Maria Helena Ortolan.
Dedicada a exibir para toda a comunidade peças arqueológicas de material cerâmico e lítico amazônicos, com grande valor histórico e artístico, que fazem parte do acervo do Laboratório de Arqueologia da Universidade. A Exposição, dividida em duas salas, está aberta para visitantes até o dia 22 de abril no horário de 08h30h às 16h30, de segunda a sexta-feira.
A primeira sala, “Diversidade da Cerâmica Arqueológica no Amazonas” mostra peças de cerâmica provenientes de diversas partes da Região e evidencia o cuidado que as populações antigas tinham com a preparação de seus vasilhames, que poderiam servir para armazenar alimentos, água e também para usos ritualísticos, como guardar seus mortos, ou para preparar algum líquido Material lítico polido, pilão e mão de pilão. Foto: Mireia Rodriguez especial para festas. Como afirma Luciano Souza, Arqueólogo e diretor da Divisão de Arqueologia do Museu Amazônico, “as peças são tecnologias pertencentes às populações passadas que ocuparam a região nos últimos 4 mil anos”, afirma.
Já a segunda sala “Mentes Criativas e Rochas Transformadas: Exposição de Tecnologia Lítica” dá um destaque inédito no Amazonas aos vestígios de material lítico, que são pedras, rochas e minerais transformados em ferramentas para atender necessidades como cortar, furar, das populações antigas antes do contato com os europeus. De acordo com Luciano, “dentro desse universo tecnológico lítico, tem dois níveis: um lascado, que passa por níveis complexos de quebrar (talhar) das rochas e o polido que serve para moer, e para triturar.”
Ainda segundo Luciano, há muitos sítios arqueológicos em Manaus e em todo o Estado em lugares de grandes e densas ocupações humanas, o que favorece, por meio das obras de impactos ambientais (estradas, residenciais e outros), a destruição de uma infinidade de vestígios e de sítios arqueológicos, fato que salienta a urgência de medidas Sala “Mentes Criativas e Rochas Transformadas: Exposição de Tecnologia Lítica”. Foto: Mireia Rodriguezde preservação e pesquisa. “As pesquisas que são realizadas e as peças trazidas para o público são uma forma de externar o conhecimento produzido e também para entendermos a dinâmica do passado, das populações que ocuparam o Estado”.
A exposição é fruto do trabalho da equipe da Divisão de Arqueologia do Laboratório do Museu, que inventariou, organizou e restaurou peças de seu acervo para que sejam divulgadas para o público geral, missão que faz parte do convênio da FUA com a Petrobrás. O convênio tem como objeto a transferência e guarda definitiva do acervo arqueológico resgatado durante a obra de construção Gasoduto Urucu-Coari-Manaus, de onde vieram algumas das peças em cerâmica.
Segundo a Diretora do Museu, professora Maria Helena Ortolan, receber este acervo do Laboratório é de suma importância pois esse é um passo para consolidar a pesquisa arqueológica feita na Ufam, e consequentemente na Região. “Antes nós tínhamos os pesquisadores que colaboravam com as pesquisas aqui. Mas o material geralmente não era tratado nem ficava com a Ufam, o que ressalta a importância de hoje abrir as portas do Museu Amazônico para uma exposição como essa”, explica.