Pesquisa sobre o uso de drones para gestão de risco e monitoramento da floresta será apresentado na EARTH
Monitorar desmatamento, biopirataria e fazer rastreamento de espécies da fauna e flora com o uso de drones. Esse é objetivo do professor do Instituto de Computação (Icomp/UFAM), José Reginaldo Carvalho, especialista em veículos aéreos não tripulados (Vants), que anuncia o funcionamento de um projeto-piloto agora em março, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
O assunto é um dos temas da Escola Avançada de Sistemas Computacionais e Robóticos (Earth), que acontece em Manaus de 25 a 29 de janeiro e em Mamirauá nos dias 30 e 31. “Nós precisamos de tecnologia inteligente para ajudar a monitorar a floresta. Primeiro por causa de seu tamanho; segundo porque ela é inacessível. Atualmente, boa parte do monitoramento é feito por satélite. Temos uma visão global da floresta, o que é muito útil, mas não é suficiente pra fazer gestão de risco com ações de mitigação, pelo tempo de resposta do satélite, que é mais longo”, explica Reginaldo, coordenador da Earth.
Testes
A Ufam já iniciou testes com os vants. Ao todo, há quatro projetos em andamento. Dois em parceria Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que também patrocina a Earth, um com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e outro com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). Um protótipo feito no laboratório da universidade custa em torno de R$ 5 mil de lista de material e pode ser operado por quem está na floresta. “Os veículos são de fácil manuseio e se caírem e sofrerem danos, o prejuízo não é alto por causa do baixo custo. E nós mesmo podemos reparar aqui mesmo ou até enviar outro, caso o dano seja irreparável”, diz Reginaldo.
As inscrições para a Earth já estão abertas e podem ser feitas por meio do site: http://earth.icomp.ufam.edu.br
Sobre a EARTH
A Escola Avançada de Sistemas Computacionais e Robóticos (EARTH) é um evento financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM). A Escola será realizada em Manaus no período de 25 a 29 de janeiro de 2016 e é uma realização do Instituto de Computação da UFAM (IComp/UFAM).
A EARTH é a última das escolas aprovadas no âmbito do Edital PROTI/EIATI, tendo, portanto, como pano de fundo o fortalecimento dos programas de pós-graduação da região a partir da discussão de problemas que sejam ao mesmo tempo desafiadores, com alto conteúdo científico e tecnológico, e de relevância para o estado do Amazonas. Um aspecto fundamental para o crescimento consistente destes programas é a atração de alunos e profissionais para uma melhor qualificação. Neste sentido a EARTH vai ser dividido em duas trilhas:
1. Trilha de Educação: Com o foco na promoção do ensino médio e de graduação de excelência, a EARTH oferece um minicurso de projeto de sistemas embarcados completo baseado na plataforma Arduino e um mini-evento para atração de profissionais do sexo feminino para a carreira (o Cunhantã Digital). Ainda na trilha de educação a EARTH estará promovendo, junto com o Programa PROMOBILE (uma parceria ICOMP e Samsung), mais uma edição da Feira de Aplicativos Android. E para difundir o conhecimento na região, a EARTH financiará a participação de professores e alunos dos programas de graduação das universidades federais do Acre, de Roraima, de Rondônia e do campus da UFAM em Itacoatiara.
2. Trilha de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I): Esta trilha tem como foco o fortalecimento dos programas de pós-graduação. Inicialmente pensado para o PPGI/ICOMP, o comitê decidiu que, para maximizar o impacto no longo prazo, o Evento deveria ir muito além de seu próprio programa. Portanto, a EARTH foi deliberadamente concebida para alcançar além das áreas clássicas da computação, as áreas da engenharia elétrica, eletrônica, telecomunicações, controle e automação, mecatrônica e mecânica. Para promover a internacionalização do PPGI, a EARTH recebrá pesquisadores da UBA (Universidade de Buenos Aires) e USACH (Universidade de Santiago do Chile), representadas por três e dois docentes, respectivamente, além de um egresso da Universidade de Bogotá, na Colômbia, que hoje atua no sul do país. Adicionalmente, os desafios para a internacionalização dos programas de pós-graduação da região amazônica é o tema do painel de abertura da Escola.
O escopo principal da Trilha de PD&I é a robótica e sistemas computacionais em geral (redes de sensores, telecomunicações e energia). Com ênfase na subárea conhecida por Robótica de Campo, pois ela está profundamente associada aos desafios do crescimento econômico sustentável em uma região com mais de 90% de cobertura florestal ainda intacta.
O evento foi então concebido para abordar a temática da robótica de campo para a região em duas perspectivas interdependentes: a perspectiva dos grandes cenários de aplicação e das ferramentas para endereçar estes cenários.
Quanto aos grandes cenários de aplicação foram escolhidos os de monitoramento ambiental e das indústrias primárias, quer sejam, Mineração, Petróleo e Gás, Agricultura, ou Telecomunicações. Para tanto, a EARTH trará representantes de instituições profundamente comprometidas com a aplicação de tecnologia de ponta no campo.
Com respeito à perspectiva das ferramentas, três instituições com ampla experiência comprovada em atuar nesses cenários foram convidadas. É importante ressaltar que ainda que existem instituições especializadas em um cenário específico (petróleo ou mineração ou agricultura), no entanto, a preocupação foi em selecionar aquelas que possuem experiência no maior número de cenários para que fosse possível maximizar as oportunidades, pois os recursos de tempo e financeiros são limitados.
Finalmente, a EARTH é um evento projetado para potencializar ao máximo a oportunidade de realizar em Manaus uma escola de curto prazo avançada reunindo em um mesmo local Academia e Indústria, no esforço de promover um legado de longo prazo de desenvolvimento sustentável para a região.