Pet Biologia promove debate sobre as disciplinas de "Práticas Como Componentes Curriculares"

O I Debate sobre as disciplinas de "Práticas Como Componentes Curriculares", promovido pelo Programa de Educação Tutorial (PET Biologia) contou com a participação do professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Saulo Cézar Seiffert Santos, que proferiu na manhã desta quarta-feira (9), a palestra de abertura "Recursos didáticos para o ensino de Ciências", no auditório Samaúma da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), Setor Sul.

Segundo o professor, o tema é importante e se torna ainda mais abrangente quando se trata de Modelos Didáticos. Para ele, a utilização desses modelos pressupõe uma estrutura baseada numa função de representação ou de modelagem de uma realidade. 

Ele destaca também que esse tema é ignorado quando há uma representação de uma realidade de ensino, conteúdo ou conceito em qualquer área do conhecimento que se acredita ter a função de ensinar. "Isso é considerado um equívoco", disse o professor.

Conforme Saulo Santos, é necessário trabalhar com situações de ensino que possam ser problematizadas conceituando a sua utilização. "Do contrário será um ensino por si só, o que reflete na ineficiência da Educação Brasileira", afirma. Ainda de acordo com ele, "os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) tem demonstrado que a contextualização dos conteúdos dentro da realidade e o diálogo entre profissionais são elementos importantes para formar um cidadão crítico, engajado e participativo socialmente", completa.

Perguntado sobre a utilização dos recursos didáticos dentro das especificidades brasileiras, Saulo Santos acredita que isso está em processo de construção. "No momento há uma tendência de digitalização e virtualização das  coisas. Precisamos vivenciar isso", afirma. Ele explica que o forte da Amazônia é que ela possui muitos elementos naturais. "Em sua maioria são desconhecidos pela própria população, principalmente as que moram na área urbana de Manaus. E que olham para os elementos naturais como se fossem inimigos. Essa ideia de antagonismo é construída a partir de uma situação urbana", observa o professor.

Segundo ele, os modelos didáticos ajudam a transformar esse tipo de conhecimento habitual. "Esse conhecimento idealiza estruturas perfeitas e que também reforça uma ideologia de negação à necessidade da floresta em favor de produtos elaborados", salienta. Utilizando como exemplo de modelo didático as brincadeiras infantis, em que são utilizados elementos físicos para o exercício da criatividade, da imaginação para construção do próprio pensamento e de sua relação com o outro por elementos virtuais.

"Em nosso contexto amazônico, é perceptível que as pessoas estão afastadas do pensar, das questões éticas, naturais e ambientais, das econômicas vinculadas ao desenvolvimento regional e sustentável. Implantamos modelos de fora, por conta da falta de interação com a nossa realidade. Os  modelos didáticos devem trazer elementos para reflexão", finaliza Saulo Santos.  

     

     

  

BCMath lib not installed. RSA encryption unavailable