Bancos genéticos podem melhorar a piscicultura do Amazonas

A professora Maria da Conceição Freitas Santos proferiu a palestra "Bancos genéticos selvagens e cultivados de peixes nativos" durante o VI Encontro de Negócios da Aquicultura da Amazônia (ENAq/2015) que ocorreu integrando a programação da Feira Internacional da Amazônia (FIAM/2015). A palestra aconteceu nesta quinta-feira (19), no auditório Rio Solimões, da Faculdade de Estudos Sociais (FES), Setor Norte.

Ligada ao Grupo de Pesquisa Laboratório de Genética e Evolução Animal, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), a professora Maria da Conceição Freitas Santos fez o recolhimento de amostragens em boa parte da Bacia Amazônica, compreendendo 21 localidades que vão desde a Foz do Rio Amazonas até o município de Tabatinga (distante a 1.105 quilômetros da capital), principalmente nos rios da margem direita.

Foram analisados 604 indivíduos por cada localidade, com média de 20 a 30. A professora disse desconhecer qualquer trabalho de pesquisa que tenha tamanha abrangência como o realizado até então.   

De acordo com Maria Santos, os estudos estão voltados para peixes selvagens, resultando numa geração de padrões e medidas referenciais aos estudos de populações criadas em cativeiros. Para ela, é impossível obter um levantamento preciso sobre as várias questões sem conhecer o comportamento dos peixes na natureza. "Sob um ponto de vista econômico, os dados gerados no contexto da genética são importantes para orientar o piscicultor quanto à saúde, implicando na resistência de mudança ambiental,  desenvolvimento qualitativo, diminuição patogênicas, dentre outros fatores", disse a pesquisadora. "Nesse sentido, a variabilidade genética é fator primordial para que esse produtor conheça e avalie o potencial das espécies quanto à carga de sobrevivência diante das mudanças ambientais", orientou. Segundo a pesquisadora, a variabilidade genética possibilita o melhoramento genético, tornando os peixes melhores e de qualidade.    

Maria Santos afirmou que quando há uma investigação de determinado peixe natural, sempre há também uma contextualização de exploração histórica na Amazônia. A pesquisadora citou as espécies locais como tambaqui e o pirarucu como exemplos e outros peixes que seguem o mesmo percurso como o matrinxã e o jaraqui. "Quando se estuda o individuo na natureza com acesso a determinadas informações, de certa forma, estamos, indiretamente, ajudando para que o cultivo se torne um aliado para conservação das espécies, acrescenta.

Para Maria Santos, existe um interesse para que o cultivo e a produção aumentem e, com isso, se minimize os impactos das populações naturais. "Daí, a importância da aqüicultura gerar em nosso Estado: riqueza, empregos e  renda", concluiu.   

  

 

             

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