UFAM adere ao Projeto ATTO

No mês de junho de 2015, a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) aderiu ao Projeto ATTO (Observatório de Torre Alta da Amazônia, na sigla em inglês). O projeto é fruto de uma parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o Instituto Max Planck de Química, sediado na cidade de Mainz, na Alemanha. O ATTO, que foi criado no ano de 2008, também conta com a parceria de mais 12 universidades do Brasil, incluindo a UFAM, e mais de 10 universidades internacionais.

O custo atual do projeto é de R$ 20 milhões, financiados pelos governos brasileiro e alemão. No Brasil, o ATTO é financiado por uma parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a antiga Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), atual Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (SEPLANCTI), além da Secretaria de Estado de Infraestrutura do Amazonas (Seinfra) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (SDS).

O projeto

Com 330 metros de altura, incluindo o sistema de para-raios, a Torre Alta está instalada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, localizada no município de São Sebastião do Uatumã, distante cerca de 150 quilômetros da cidade de Manaus. Também contornarão a Torre mais quatro torres, cada uma com 80 metros de altura, que irão formar uma rede de monitoramento de gases de efeito estufa, de variáveis climáticas e de fluxos de energia na Amazônia Brasileira.

Este conjunto de torres será instrumentalizado para medir a interação dos processos atmosféricos com a Floresta Amazônica, além de estimar com precisão o grau de participação da Amazônia na estabilidade climática, química e termodinâmica do planeta. O laboratório também estará equipado com uma rede de Internet que transmitirá informações em tempo real 24 horas por dia.

Em forma contínua, serão priorizadas as medidas sobre física e química da atmosfera, processos de transporte de massa e energia, e processos de formação e desenvolvimento de nuvens na Amazônia. Também serão estudadas as conexões dos processos de transporte de massa e energia dentro da floresta com os processos atmosféricos situados acima da copa. Em longo prazo pretende-se medir a participação da Amazônia nas mudanças climáticas e vice versa, criando novos elementos para melhor planejamento do uso e ocupação dos ecossistemas amazônicos.

Contribuição da Universidade no projeto

Segundo o professor Marcílio de Freitas, chefe do Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas (DF/ICE), a UFAM participa do projeto com uma agenda de atividades de pesquisa que será constituída pelos pesquisadores da Universidade que queiram desenvolver pesquisas no local. “O custo da adesão da UFAM será praticamente zero, a não ser o apoio necessário para que os pesquisadores se desloquem para o laboratório”, ressaltou.

Ainda segundo o professor, o ATTO pode ser considerado o maior laboratório livre de pesquisas no mundo, voltadas para aProf. Marcílio de Freitas, chefe do Departamento de Física do ICEProf. Marcílio de Freitas, chefe do Departamento de Física do ICE melhor compreensão dos biomas tropicais nas estabilidades climática, química e termodinâmica dos processos atmosféricos. “O laboratório também possibilitará a realização de uma radiografia da atmosfera nas direções horizontal e vertical, na região acima da copa da floresta”, explicou.

Para o professor Marcílio, o projeto possibilitará, mais do que pesquisas, um intercâmbio de conhecimentos e pesquisadores. “Nós temos pesquisadores de graduação e pós-graduação do mundo inteiro que estão envolvidos neste projeto. Com a recente adesão da nossa UFAM, estudantes que desenvolverem pesquisas neste laboratório poderão, se quiserem, fazer um intercâmbio em diversas universidades do mundo que também estão envolvidas no ATTO.”

A inauguração da primeira etapa do projeto acontecerá no dia 22 de agosto, com a presença de diversas autoridades, além de uma representação do Governo da Alemanha. “As condições institucionais já foram materializadas com a adesão da UFAM a este programa, que terá um tempo de uso de 20 a 30 anos, propiciando o desenvolvimento de pesquisas inéditas em vários campos do conhecimento, como as ciências atmosféricas, da natureza, florestais, biológicas, geociências, e outros campos”, finalizou o professor.

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