Léxicas gramaticais indígenas são destaque em Encontro de Professores de Línguas e Literaturas
Distintos aspectos relacionados aos estudos lexicais gramaticais indígenas são abordados na oficina `A presença de línguas indígenas no Português Brasileiro: contribuições lexicais e gramaticais´, em que destaca a importância dos estudos como forma de valorização da língua indígena no contexto da formação da cultura brasileira. A Oficina faz parte da programação do I Encontro Amazonense de professores de Línguas e Literaturas (I Enproll) que ocorre até está sexta-feira (6), na Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), Setor Sul.
O professor do Departamento de Língua e Literatura Portuguesa e coordenador da Oficina `A presença de línguas indígenas no Português Brasileiro: contribuições lexicais e gramaticais´, Mateus Coimbra de Oliveira, disse que o objetivo principal da oficina é discutir junto com os professores, a reserva na grade curricular da História da Cultura Indígena em nosso Estado, que vai de encontro com a Lei 11.645 que altera em artigo da lei 9394, em que determina a obrigatoriedade do ensino do História e cultura indígena e africana no currículo do ensino fundamental e médio´. De acordo com ele, o presença de 70 povos de diferentes etnias em nosso Estado é fato, entretanto, há um desconhecimento na sua totalidade pela sociedade para essa questão.
Mateus Oliveira é enfático quando diz: `A escola pode cumprir um papel importante, no sentido de mostrar aos alunos a presença desses grupos étnicos e quanto eles contribuíram para vários aspectos da formação da cultura brasileira, dando destaque a formação de nossa língua´.
Segundo ele, o Encontro cumpre papel importante nesse processo quando a Universidade possibilita o diálogo entre professores atuantes nas escolas e os alunos. Muitos desses professores se formaram pela Ufam e, de certo modo, o evento é um momento oportuno para se ter um retorno daquilo que a Universidade cumpriu antes da saída deles e, agora voltando como profissionais atuantes efetivamente na área de Língua Portuguesa.
Para ele, desmitificar conceitos criados pela sociedade, a partir da visão da classe dominante é primordial para compressão do processo histórico. “O que permanece no Brasil, em nossa atualidade, é uma percepção daquilo que o antropólogo Júlio Cezar Melatti chamava de `Indío Genérico´. Quando se fala em índio no Brasil, as pessoas associam a grupo étnico único que usam as mesmas línguas, os mesmos comportamentos sociais e culturais”, completa.
De acordo com ele, a oficina é uma oportunidade de se propor algo. Ela pode propor atividade em conjunto que permitam aos alunos das escolas, ter uma visão diferente sobre a presença desses vários grupos étnicos existente no País. Cada um com suas diferenças lingüísticas importantes e, além do que, a contribuição para aquilo que hoje se convenciona Etnomedicina, Etnociência, Etno-história, ou seja, para tudo ligado as conquistas, nós podemos ter nessa relação de troca com os grupos indígenas, frisa o professor.
A professora da Escola Estadual Eliana Socorro Pacheco Braga, Enis Matos de Oliveira, 32, que vem participando das discussões e da programação do I Enproll, disse que o principal mecanismo para estabelecer mudanças no ensino é transpor barreiras existentes no ensino da língua indígena na Escola. Dentre os principais questionamentos estão métodos específicos no ensino da língua indígena na Escola.
Sobre o evento
I Encontro Amazonense de Professores de Línguas e Literaturas (I Enproll) é promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da Ufam e pela Secretaria de Estado da Educação e Qualidade do Ensino (Seduc/AM).
O I Enproll tem como objetivo dar oportunidade aos professores de Língua Portuguesa, Libras e Língua Estrangeira Moderna que atuam no Ensino Básico da rede de ensino no Estado do Amazonas, de compartilhar experiências e vivenciar a formação continuada, por meio de aprofundamento no conhecimento do processo metodológico em sala de aula.