Interculturalidade brasileira é viés de discussão na 3ª pré-bienal da UNE que acontece nesta sexta, 16, no ICHL

Cerca de 30 trabalhos entre iniciação científica e produção cultural serão selecionados na 3ª Pré Bienal da União Estadual dos Estudantes do Amazonas que acontece nesta sexta-feira, 16, a partir das 8h, no Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL). O evento objetiva resgatar a identidade nacional através da fala, escrita e linguagem em sua pluralidade, para além do fortalecimento da produção cultura e artística. A pré bienal é um preparativo para a 9ª Bienal de Cultura e Arte da UNE, que acontece no Rio de Janeiro (RJ), de 1º a 6 de fevereiro.

Na ocasião dos debates, a professora do departamento de Historia, Ana Lucia Vieira, disse que a proposta sugerida pela UNE é extremamente interessante em que  envolve uma discussão em torno do tema `Vozes do Brasil´. Segundo ela, atualmente, a sociedade vive um momento de discussão, em todos os setores, a questão da interculturalidade.  Nesse sentido, foram levantados questões  relacionadas ao multiculturalismo brasileiro, mas especificamente amazônico.

Dentro desse aspecto, está a diversidade dessas vozes no Brasil, vinculando-as a sua historicidade em determinado tempo histórico. É preciso estar atento a construção histórica, aos interesses que as representam, reivindicações consideradas historicamente silenciadas, numa relação de poder, presente não somente na questão política econômica, mas também na área cultural, comenta a professora.

Para ela, na área de Educação e de Ensino da História, propostas na educação étnica racial encontram espaços para essas diferentes vozes, conforme as leis nº 10.639/2003 e 11. 645/2008, que estabelecem diretrizes e base da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática `História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena´.

Outro questão abordada pela professora foi o item `tolerância´ em relação ao multiculturalismo. As pessoas não querem ser toleradas, mas ouvidas, respeitadas, mediante uma compreensão de suas demandas.

Entretanto, existe algo que está muito além da tolerância, argumenta a professora. A inclusividade cultural é considerado um processo em que se trabalha a inclusão dessas vozes no que chamamos de Brasilidade, disse a professora.   

O escritor alternativo, Márcio Santana, relata suas experiências quanto ao processo criativo de seus trabalhos literários, o qual considera ter um vinculo extremo com a rua e com as intervenções artísticas em espaços alternativos. As crônicas produzidas por Marcio Santana são extraídas das perambulações  na rua e as impressões do dia a dia. De alguma maneira, quando sou convidado para fazer alguma intervenção, é claro que, faço uma apropriação da teatralização de vivenciar o que eu escrevo para tornar aquele evento mais irreverente, comenta Márcio Santana.

Organizado pela União Estadual dos Estudantes (UEE/AM), a 3ª Pré Bienal da UNE pretende levar para 9ª Bienal de Cultura e Arte da UNE, no Rio de Janeiro, o maior número possível de trabalhos. Para tanto, existe uma articulação junto as reitorias da Ufam e da UEA, do governo estadual e municipal, para garantir as passagem áreas de todos os participantes.   

“A bienal é símbolo da capacidade de organização dos estudantes brasileiros e um exemplo de patriotismo, pois resgatamos a nossa cultura e formação do povo. Tenho certeza que a nossa pré-bienal com caráter mais amazônico, traz um pouco do que teremos no Rio de Janeiro”, destaca Aldemir Caetano Junior, presidente da UEE-AM.    

 

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