Núcleo de pesquisa do INC de Benjamin Constant constrói espaços de estudos envolvendo negros e índios no AM
Nove professores e sete estudantes espalham ações de ensino, pesquisa e de extensão desenvolvidas pelo Núcleo de Estudos Afro-Indígena (Neainc) do Instituto de Natureza e Cultura de Benjamin Constant (INCBC), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) na região da tríplice fronteira Brasil/Peru/Colômbia, no Alto Solimões. Por meio dele há uma série de atividades que vêm mobilizando diferentes comunidades em torno de debates e estudos conjuntos no Município amazonense de Benjamin Constant (distante a 1.118 quilômetros de Manaus).
O Núcleo de Estudos Afro-Indígenas tem por objetivo possibilitar o desenvolvimento de ações de ensino, pesquisa e extensão que contribuam para superar a exclusão e as desigualdades sócio-educacionais dos povos indígenas e negros.
Coordenado pela professora Renilda Aparecida Costa, o núcleo se caracteriza por ações coletivas interdisciplinares a partir de uma concepção teórico-metodológica, em que a vivência das experiências questionam como os conceitos de raça, de classe e de gênero foram construídos e de como eles serviram ao longo da história da humanidade como fator de hierarquizações sociais. Isso transcorre notadamente no Brasil.
O Núcleo mantém articulações interinstitucionais junto as Universidades do Estado do Amazonas UEA), Instituto Federal do Amazonas (Ifam) e Universidade Nacional da Colômbia (Unal). Trata-se de diálogos permanentes na perspectiva de construir uma maior aproximação entre os pesquisadores que discutem a temática “diferenças étnico-raciais na Amazônia”, com ênfase na Região do Alto Solimões, comenta a professora Renilda Costa.
Desempenho
Os primeiros resultados da atuação do Neainc mostram uma interlocução positiva e estratégica na região de fronteira. Sistematizadas e apresentadas este mês pela coordenação do Núcleo, as ações envolvem: Cinco projetos de pesquisa, a saber: “Trabalho e Memória: Aspectos Históricos dos Trabalhadores Tikuna na Comunidade de Feijoal”; “O Perfil Étnico-racial dos/as Acadêmicos/as do INC-BC no Período de 2006 a 2012”; “A Construção das relações étnico/raciais no Brasil e na Amazônia e a Implementação de Políticas Educacionais”; “Memórias Afrobenjaminenses: conhecimentos tradicionais como constituidores da identidade étnico-religiosa dos sujeitos”; “Os Conhecimentos tradicionais como concepção teórico metodológica de Afirmação da Identidade étnica da Criança TiKuna na Escola Municipal Ebenezer.”
Dois projetos de extensão sob responsabilidade do Neainc estão em desenvolvimento: “Educação e Capoeira Angola em Benjamin Constant” e “A Construção das Relações Étnico-raciais no Brasil e na Amazônia”. Por meio do Núcleo de Estudos Afro-Indígenas foram realizados três seminários. Em 2012, professores, estudantes, pesquisadores, e comunitários participaram do I Encontro de Ideias que tratou do tema “Políticas de Ação Afirmativa no Brasil – Desafios e Perspectivas”; Em 2013, a questão abordada foi “A Construção das Relações Étnico-raciais no Brasil e na Amazônia - Implicações Educacionais”; e, no ano passado, o assunto em discussão abordou “Religião e Conhecimentos Tradicionais na Região do Alto Solimões (AM).”
Capoeira
No dia 21 de dezembro de 2014, uma roda de capoeira com crianças e adolescentes que participam do projeto Educação e Capoeira Angola em Benjamin Constant reuniu 50 alunos na sede do município. O projeto é coordenado pelo professor-mestre Tharcísio Santiago Cruz e pelo contramestre Francinei dos Santos Cruz, o Gigante, como ele é mais conhecido. A proposta é difundir a arte da capoeira e os seus elementos histórico-culturais entre crianças e jovens do município.
“O que nos impressionou foi a receptividade e a forte participação do público nessa atividade e nas demais atividades que o núcleo vem realizando”, disse a coordenadora Renilda Aparecida Costa.
Ela realizar um balanço geral das ações que mostra o cumprimento dos primeiros objetivos, o qual possibilitar vislumbrar outras tarefas que permitam avançar no diálogo sobre religião, conhecimentos tradicionais e inter-religioso. Para a pesquisadora, é preciso conhecer e respeitar a dinâmica do ir e vir do subir e descer das águas dos rios que marcam profundamente a vida dos povos que habitam o Alto Solimões e marcam seus ritmos de viver, conviver e vivenciar o sagrado.
O que é o Núcleo?
Nomenclatura:Núcleo de Estudos Afro-Indígena do Instituto de Natureza e Cultura (NEAINC)
Coordenação:Professores Renilda Aparecida Costa e Tharcísio Santiago Cruz
Contato: por meio dos emails: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.; O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ou pelo telefone (97) 3415-5677
Professores/as Pesquisadores/as participantes: AdailtonSilva,Antônia Rodrigues da Silva, Flavio Carvalho, Gabriel Zanatta, Ligiane Bonifácio Pessoa, Renilda Aparecida Costa, Thelma Pontes, Tharcísio Santiago Cruz, Wiyney Lima
Acadêmicos/as Bolsistas: Eli Leão Catachuma, Jéssica de Souza Castro, Jonner da Silva Cumapa, Kirna karoline, Patrick Reis Muller, Simone Valente e Wydlane Pereira da Silva.
Onde funciona: Na sede doInstituto de Natureza e Cultura – Campus Universitário do Alto Solimões – INCBC/UFAM