Centro de Artes fomenta cultura local e alcança mais de mil pessoas no semestre
Atuando em três vertentes principais, o CAUA oferece cursos livres, oficinas e eventos
Unidade I oferece oficinas, eventos musicais e exposição
Desenvolver um ofício artístico ou, pelo menos, ter acesso a ações culturais, como mostras e espetáculos musicais. Sim, oportunidades como essas podem ser encontradas no Centro de Artes, cujas unidades são localizadas no Centro de Manaus, uma na Rua Monsenhor Coutinho e outra na Rua Simão Bolívar.
Ao mesmo tempo em que os graduandos do curso de Artes e Música aprimoram o aprendizado teórico, também realizam um trabalho social ao ensinar suas habilidades técnicas através de oficinas. Os benefícios chegam a pessoas de todas as idades interessadas em conhecer sobre as mais variadas formas de arte.
Somente em 2016, o CAUA superou a marca de 700 matriculados nos cursos livres de Violão, Flauta, Piano, Violino, Técnica Vocal e Desenho. Cada curso tem duração total de dois anos, sendo distribuído em quatro períodos de seis meses.
“Ao concluir essa formação, os alunos têm plenas condições de desenvolver o ofício desejado, seja na área de música ou desenho”, comemora o diretor do Centro de Artes, professor Paulo Simonetti. Eles realizam atividades com público externo para demonstrar o nível de aprendizado. Os cronogramas de matrícula e aulas de cursos e oficinas são divulgados no blog e na fanpage do órgão suplementar.Blog divulga cursos e eventos
Extensão
Especificamente para cursos livres, são contratados professores para cumprir 40 horas semanais, sendo 20 delas em atividades de sala de aula. Para complementar a carga horária, surgiu a ideia de elaborar Atividades Curriculares de Extensão (ACE), ações financiadas pela Pró-Reitoria de Extensão com R$ 1.500 cada uma. Os 14 projetos receberam recursos de R$ 21.000 provenientes da Pró-Reitoria de Extensão (Proext).
Assim, cada um dos sete professores ficou responsável pela formatação de dois projetos dos quais seriam os coordenadores. A proposta tornou-se realidade no segundo semestre de 2015, por meio de um workshop para elaborar os projetos conforme a área de atuação de cada docente. Conheça as iniciativas:
Alunas do curso de dança infanto-juvenil durante ensaio
1. Núcleo de Dança Contemporânea (NUDAC), com os espetáculos: “Insurreição” e “Tribos”;
2. Grupo de Flauta, com os projetos “Flauteando Twian” e “Amazônia Flauteando”;
3. Grupo de Jazz, responsável pelas apresentações “Jazz segundo as mulheres” e “Jazz segundo os instrumentos de sopro”;
4. Grupo de Violino, que apresenta a “Música Barroca” e sobre a obra do artista “Guerra Peixe”, compositor e arranjador de música erudita e brasileira;
5. Banda do CAUA, com os projetos “Tons Universais” e “Orquestra de Violão de Mulheres”, que também é conhecida como As Meninas do CAUA. Elas interpretam canções do maestro Adelson Santos e do cantor e compositor Chico da Silva, entre outros artistas;
6. Coral do CAUA, cujas apresentações são realizadas na sede do Centro de Artes para alunos de três escolas públicas de ensino fundamental e médio dos arredores; e
7. Arte do Mosaico, projeto coordenado pelo professor Paulo Simonetti, tem o objetivo de ensinar sobre a elaboração de peças usando variadas técnicas de mosaico.
“Com esses 14 projetos, nós conseguimos ter sucesso em duas frentes. A primeira é proporcionar aos alunos do Departamento de Artes da UFAM a oportunidade de ter uma real experiência junto ao público, desenvolvendo atividades de acordo com a profissão que escolheram. A segunda é poder levar cultura e arte para a população, através de projetos de música, dança e técnica vocal”, enfatiza o diretor do órgão suplementar.Diretor destaca o alcance das ações
Os cursos livres, segundo ele, extrapolam a vocação de apenas ensinar que tradicionalmente é atribuída à Universidade. Ou seja, o público tem neles um elo duradouro com a UFAM através da extensão. “São 24 apresentações planejadas para três escolas do entorno selecionadas previamente. De cada uma, recebemos cerca de 60 alunos por evento”, comemora o professor. O ponto forte, na avaliação dele, é que todos os espetáculos são gratuitos e ajudam a gerar interesse nas atividades do Centro de Artes.
Oficinas
Com um formato mais dinâmico e pragmático, as oficinas buscam alcançar o público que tem algum interesse nos temas apresentados, que vão da pintura em camisa à escultura em argila. Até o fim de outubro, mais de 250 alunos já tinham realizado ou estavam concluindo alguma das oficinas ofertadas pelo Centro de Artes. Para o mês de novembro, há duas oficinas com inscrições abertas. As aulas serão ministradas entre os dias 9 e 19 de novembro.
Ellen Telles, 45, é professora da rede pública e participou da oficina de Mosaico no mês passado, mas essa não foi a primeira vez que ela buscou formação no CAUA. “Já fiz dança do ventre, jazz, teatro e pintura. Isso tudo ajuda muito na autoestima, porque faço coisas que me dão prazer”, explica a professora. “Depois que aprendi a fazer pintura aqui, comecei a fazer desenhos artesanais em bolsas (tipo sacola) e estou vendendo esse trabalho”, completa.
Voltando ao mosaico, o professor Paulo Simonetti é o responsável por ministrar as técnicas dessa arte para a criação de utensílios decorativos e utilitários. “Placas com o número da casa ou um desenho do espírito santo, por exemplo, podem custar 150 reais ou mais”, aponta ele.
Ellen aprendeu técnicas de mosaicoO estudante Daniel Aguiar, 17, é outro exemplo de quem pretende continuar aproveitando as oportunidades que o CAUA oferece por meio das oficinas. Em seu penúltimo dia de aula, ele se mostrou contente com os primeiros resultados. “Fiz um busto africano, e considero essa obra uma forma de resgate da minha própria cultura. Gosto de feições e eu mesmo tenho algumas dessas que estão na escultura que eu construí, como os cabelos cacheados”, explica o aluno.
Os resultados de outras oficinas, como a Mímica em Intervenção Artística, tomaram conta do espaço público da cidade, com o Largo de São Sebastião. Assista ao vídeo que mostra uma parte da intervenção artística realizada pelos alunos. Há mais fotos na fanpage do CAUA.
Ecoar a arte
Os eventos promovidos pelo órgão suplementar levam o nome da UFAM para muitas pessoas através da música, da dança, do teatro e das artes visuais, como nas exposições. O Coral do Centro de Artes, regido pelo maestro Zacarias, possui participantes de diversos timbres e idades. “A música é fonte de juventude. Não importa a idade. Você tem que sentir a transformação que vem da música, a coordenação ao cantar, quando as vozes se encontram para formar as notas de uma canção”, ensina o maestro antes da apresentação aos alunos do Ensino Médio do Instituto de Educação do Amazonas (IEA).Coral é um dos projetos de extensão
Ricardo Castilho, 16, ouviu atentamente as instruções de Zacarias antes do início da apresentação e fez o aquecimento com os membros do coral. “Estou achando bom aqui, e quero ser músico também”, revela o jovem ao dizer que já toca violão e guitarra há um ano. “Pretendo introduzir piano e aprender técnicas vocais”, planeja. Ele já sabe que o Centro de Artes oferece cursos de musicalização e técnica vocal sem custo nenhum e pretende ser aluno.
Além de eventos produzidos na própria estrutura do CAUA, os grupos realizam apresentações gratuitas em eventos por toda a cidade. O objetivo é levar as atividades de forma gratuita, mas, principalmente, promover a vivência aos alunos dos cursos livres e aos universitários dos cursos de Artes e de Música da UFAM. Um dos frutos do trabalho desenvolvido com o apoio do CAUA é o Puxirum, que já foi atividade de extensão. Assista à apresentação da música “Manhã de Carnaval”, disponível na fanpage Puxirum Musical.
Perspectivas
Alunos realizam intervenção mímica em espaços públicos“Comemorar as conquistas é muito bom, mas se já conseguimos alcançar essas metas, temos que aumentar o tamanho dos desafios, colocar metas mais ousadas”, expõe o diretor do órgão suplementar. Ele já tem pelo menos duas ideias para serem postas em prática. A primeira diz respeito a oficinas sobre mosaico durante a Feira AGROUFAM, que ocorre mensalmente no hall da Faculdade de Ciências Agrárias, localizada no setor norte do campus universitário. A proposta é valorizar os produtos a partir da utilização do mosaico em vasos, por exemplo.
Outra frente de difusão da arte que está em fase de maturação é o Circuito Cultural ICHL. O professor Simonetti projeta apresentações das mais variadas formas de arte num espaço oferecido pela própria UFAM, o que valoriza a comunidade universitária como público. “Mais tarde, a ideia é difundir o circuito para outros locais, para um número crescente de pessoas”, projeta o professor. Assim, o trabalho do CAUA poderá ser apreciado dentro e fora da UFAM, e o Centro será cada vez mais valorizado como nosso maior vetor de criação, promoção e difusão de cultura e arte.
Fotos: Acervo UFAM e Centro de Artes.
Contatos
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Unidade I: Rua Monsenhor Coutinho, N°724 – Centro; Telefone: (92) 3305-5150.
Unidade II: Praça da Saudade, Rua Simão Bolívar, nº 215 – Centro; Telefone: (92) 3305-5250/5270.